7 - Um passo à frente

137 20 2
                                    

Draco não sorriu. Na verdade ele estava tão abismado pelo que tinha acabado de ouvir que ele sequer reagiu. Tomou dois goles enormes de whisky antes que sua voz decidisse retornar à sua garganta.

— Ela propôs isso?

Severo confirmou.

— E faz sentido? Digo... tem algum embasamento ou ela simplesmente inventou que isso pode funcionar?

— Acho que ambos já tivemos uma conversa na qual concordamos que ela é um irritante gênio. — Severo respondeu enfadonho.

— O que eu lembro da conversa que você se refere, é que eu lhe disse que ela era desequilibrada.

— Estou a um passo de concordar com isso. — Severo apertou o nariz entre os dedos.

Draco riu da desgraça de Snape.

— Primeiro ela reaparece com uma insistente tendência suicida, agora, isso. Ela é desequilibrada.

— Constatar isso me ajuda em quê, Draco? Eu o chamei aqui para que contribuísse com alguma ideia útil.

— Depois do que você me contou sobre a sugestão da Granger, mesmo que eu tivesse qualquer ideia, ela teria sido tragada. — Draco respondeu.

Severo bufou de frustração quando bebeu mais um gole da sua própria bebida.

— Você me colocou nesta situação quando deu meu cartão para a mulher do Potter. Vai ter que pensar em uma solução.

Draco estremeceu.

— Porque você não faz uma chantagem?

— É uma tática ultrapassada.

— Não aqui, os trouxas são séculos atrasados em relação a nós. — disse o loiro olhando ao redor do bar e franzindo o nariz para os trouxas que conversavam animados no local.

Severo o olhou com pena e quase argumentou que os trouxas inventaram a energia elétrica e a tecnologia celular o que supera, em muito, velas e corujas. Desistiu quando imaginou o trabalho que daria ter que explicar o que era um telefone celular.

— E com o quê você pretende que eu chantageei ela? Que segredo obscuro a Granger teria para que eu chegasse a ponto de ter um trunfo contra ela? Você mesmo disse que Skeeter expôs a vida inteira da garota.

— Não precisa ser um segredo, Severo.

Snape levantou uma sobrancelha questionadora para ele. Draco revirou os olhos.

— Certo, escute, você mesmo disse que ela abomina a magia. Use isso. Force-a a usá-la.

— Ela não vai aceitar, prefere morrer. Já tive inúmeras discussões sobre isso com ela.

— Condicione o uso da magia dela em troca de você ajudá-la. Se você diz que ela é tão irredutível a isso, ela desistirá e vai começar a procurar outra solução.

Severo refletiu uns instantes seus olhos estreitando-se em quase duas fendas negras e frias.

— Não acredito que funcione.

— Vai funcionar, Severo. Ela vai desistir. — Draco sorriu, satisfeito consigo mesmo.

— Desmanche esse sorrisinho. — Severo o encarou sério — Com a Granger, sempre precisamos de um plano B.

O estômago de Draco afundou. — Plano B? Eu mal consegui formular o plano A!

Severo o olhou irritado. — Está claro que você nunca venceria uma discussão com ela. Granger consegue ser mais irritante rebatendo argumentos do que quando respondia somente perguntas decoradas dos livros.

StayOnde histórias criam vida. Descubra agora