10 - Perdidos

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No trajeto inteiro até a estação de metrô, a cabeça de Hermione latejava, mas ela não diminuiu o passo até chegar lá. Não se dava ao trabalho de olhar para trás, se Rony a alcançasse, estaria desarmado e ela duvidava que ele a enfrentasse quando ela estivesse portando uma varinha e ele não. Pelo menos, era o que esperava que ele acreditasse. Ela não usaria magia, mesmo com ele ameaçando-a, mas torcia para que ele não soubesse disso.

Uma onda de tontura abateu-se sobre ela, seguida de uma forte sensação de que iria desmaiar. Segurou-se no corrimão da escada do metrô e balançou a cabeça como se quisesse agitar sua própria pressão sanguínea.

Controlou a respiração e deu mais alguns passos em direção a plataforma de embarque. O piso da plataforma pareceu rodar quando Hermione a alcançou, e ela foi obrigada a apoiar-se na parede para não cair no chão. Não ajudou muito, pois a própria parede parecia se desmanchar sob suas mãos quando a vertigem a atingia.

Um grupo de garotas barulhentas cruzou com ela, vindo em direção a mesma plataforma. Uma delas se aproximou.

— Você está bem? Está com cara de que vai desmaiar. — perguntou a desconhecida com uma genuína preocupação na voz.

Hermione piscou para ela.

— Sim... eu estou bem.

A garota não pareceu muito convencida.

— Você não está com uma cara muito boa, tem mesmo certeza que está bem?

Hermione confirmou com a cabeça.

— Não é nada. Só estou um pouco zonza.

A garota colocou um braço reconfortante nos ombros de Hermione para ampará-la até um dos bancos da estação.

— Vamos. Lhe ajudo a sentar.

Uma dor repentina e aguda fez com que Hermione apertasse o próprio estômago e se engasgasse. Hermione dobrou-se sobre o próprio corpo.

— Você realmente não está bem. — disse a garota enquanto a colocava suavemente sentada.

Hermione a viu gesticular para que o restante do grupo se aproximasse, antes da sua dor aumentar vertiginosamente e ela sentir algo ácido subindo do fundo da garganta. A tontura agora atingindo um nível absurdo.

— É só meu estômago. — gemeu.

— Você quer que chamemos uma ambulância? — Uma das meninas perguntou.

Hermione ia responder que não, mas justo nesse momento a acidez em sua garganta atingiu sua boca e ela vomitou sangue sobre os próprios pés.

— Ah meu Deus! — Uma das garotas exclamou se afastando.

— Liga pra ambulância agora! — Gritou a que a amparava.

Hermione ouviu um barulho de discagem telefônica e a voz de uma das meninas soar desesperada para a atendente da emergência.

— Aguenta firme. — Uma voz sussurrou para ela no exato instante em que a escuridão a engoliu.

oOoOoOoOo

Uma das mãos de Aída estava pousada sobre seu braço esquerdo, enquanto Severo conversava com os jornalistas. O toque em si não o incomodava, mas a perspectiva de que fotos com ela, parecendo tão íntima dele, estariam circulando nas edições de amanhã, lhe causava um absurdo desconforto.

Granger não lê jornais bruxos. O pensamento dançou sobre sua mente antes que ele pudesse impedir. Ele bufou, irritado com o próprio cérebro.

A risada alta de Aída o atingiu e ela pousou a outra mão livre sobre seu peito. Severo viu o flash da câmera bem neste momento e piscou irritado.

— Apague essa. — rosnou para o repórter.

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