Ultrapassando limites

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Toda nossa manifestação foi feita na quarta. Justin ficou de cara amarrada durante os dois dias que atecediam a festa no apê, praguejando mil e uma fala ruim. Quando finalmente a sexta-feira chegou, tivemos que correr atrás do tempo perdido. Os meninos ficaram com a parte da bebida e afins, Becca e eu da decoração e comida. Ryan e Nolan não precisavam medir muitos esforços para conseguir manter o freezer bem abastecido de cerveja e vodka, isso é fato. 

— trouxemos mais combustível!— Ryan passou pela porta com várias sacolas e Nolan veio logo atrás dele. Rebecca e eu já tínhamos comprado os salgadinhos e encomendando as pizzas. Estávamos apenas dando uma organizada na casa pro pessoal desorganizar outra vez. Gente bêbada nunca é confiável.

— Meu Deus, isso é mesmo necessário?— Só reparei que Becca estava certa quando vi o amontoado de bebidas no balcão da cozinha.

— É uma festa, linda. — Nolan disse beijando a bochecha dela.

— Chamaram quantas pessoas?— Quando perguntei, Nolan e Ryan se olharam com cumplicidade. — Gente, o Justin vai matar os dois.

— Não se você intervir. — Cruzei meus braços na altura do peito quando o cínico do Ryan disse confiante. Como se eu fosse mesmo impedir Justin de matar os amigos.

— Não vou, acredite. 

— Vai deixar ele nos matar?— Olhei pra Nolan.

— O ajudo a esconder o corpo. — Suspirei. — Já foi uma mancada ter que passar a mão na cabeça dele depois da pressão que fizeram no coitado por causa da festa, agora estão contrariando ele totalmente. Estão procurando encrenca. — Aviso. 

—Qualquer coisa Chaz assume a culpa. — O loiro passou pela porta da cozinha sem camisa e coçando os olhos inchados. São quase sete da noite e Chaz estava dormindo. Na verdade ele faz isso com frequência, deita as quinze pra acordar de noite. Parece morcego esse menino.

— Vocês são terríveis. — Neguei pegando minha caneca de café e colocando uma quantidade generosa pra me saciar.

— O que tem eu?— O coitado do Charles perguntou completamente confuso, como uma pobre criança inocente. Quando ele souber da armação, ficará puto.

— Você vai ficar conhecido por ter dado a melhor festa do campus da casa do notório Justin Bieber. — Ele sorriu,  provavelmente tentando assimilar a idiotice dita por Ryan. Esse garoto tem uma mente diabólica, embora eu queira pagar pra ver se Chaz vai ser tolo a tal ponto.

— Gente, tadinho. — Becca falou rindo. Olhei pra ela bem na hora que Nolan estava agarrando ela por trás pra beijar sua bochecha. Tudo que passou pela mente foi: será que carência mata? Eu preciso de um homem na minha vida pra suprir minhas necessidades fisiológicas e emocionais.

Tá, sei que sozinha basto, mas poxa...um carinho às vezes nunca é demais. Sinto falta disso, e olha que eu nunca tive.

— E você, Maddie?— Olhei pra Nolan. Eu estava muito bem viajando nas minhas paranoias quando essa voz chata me puxou pra realidade. Vindo do Nolan pra mim, não era nada pra agregar.

— O que tem eu?— Engoli uma boa dose do café. Era meu vício e eu precisava disso pra engolir também o que quer que seja que Nolan tenha a dizer.

— Vai desencalhar hoje?— Franzi o cenho.

— Nolan, tem mais três pessoas encalhadas nessa casa, escolha uma pra encher. — Dei de ombros.

— Mas todos eles já vi com alguma pessoa, já você simplesmente está encalhada desde que nos conhecemos.

— Nolan, isso importa?

Darling FriendshipOnde histórias criam vida. Descubra agora