Paralisado

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Ps: capítulo sujeito a erros.
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JUSTIN

Estava alheio a tudo, inclusive ao tempo. Não sei quando escureceu nem quando ficou tão frio aqui dentro. Tudo o que fiz desde que cheguei aqui foi encarar a parede e esperar. As vozes abafadas em volta de mim não me incomodavam em nada, porque nada do que falavam fazia sentido na minha cabeça. Era como se eu não estivesse conseguindo processar o que era dito, pois minha mente só tinha um foco: esperar o médico sair da maldita sala e falar que ela estava bem. Viva.

— Justin!— Olhei pro lado e vi a minha mãe. Franzi o cenho confuso porque não é assim tão rápido pra chegar aqui. — Oh, querido! Como ela está? Alguém já disse alguma coisa? Estou te chamando há um tempo e...— Eu ainda estava tentando entender como ela havia chegado aqui tão rápido ou como eu não havia escutado sua voz antes. Acho que estou desnorteado.— Filho?

Ela afastou-se de mim e avaliou o meu rosto. Minha mãe me encarou e pude sentir que ela via a minha alma e entendia a aflição que eu sentia dentro do meu peito. Não foi preciso dizer nada, neguei com a cabeça e ela só me abraçou tão apertado que a vontade de me desfazer em seus braços como uma criança veio com força, porém respirei fundo pra que nenhuma gota caísse. Eu estou com medo de perdê-la e esse é um medo tão profundo que me apavora até a alma, mas não posso dizer ou mostrar. Não quero ver eles ainda pior por minha causa.

— Eu sei, amor...eu sei. — Senti seu choro discreto quando ela sussurrou no meu ouvido, acariciando as minhas costas cuidadosamente. Foi o bastante pra me sentir um pouco mais confortável mesmo que estivesse doendo por dentro. — Ela vai ficar bem, tá bom.

Só consegui assentir porque a bile na garganta era tão grande que não havia espaço para palavras. Tudo o que eu não precisava era falar sobre como a situação me assustava ou como pensar nela doía.

Ainda abraçado com a minha mãe, pude ver meu irmão e sua mulher vindo na minha direção e, pra minha surpresa, meu pai estava logo atrás. Dava pra ver que ele estava desconfortável pela forma que seus olhos varriam o lugar, ou pela postura rígida e contida. Minha mãe me largou quando Jack apareceu do nosso lado, dando espaço pra ele me abraçar. Antes de sentir ele perto o bastante de mim, vi seus olhos levemente vermelhos e inchados.

Ele andou chorando e já imagino o gatilho que isso causou em toda família, porque a Maddie é uma de nós e já perdemos alguém da mesma forma. Isso vai nos destruir de vez. Sei que todo mundo está sentido a mesma aflição porque é como se estivéssemos revivendo o momento, porém sabemos que ser negativo não vai tornar a situação mais fácil.

— Vai dar tudo certo. — Assenti tentando ser tão positivo quanto ele tentava ser. — É a Maddie, ela sempre fica bem, né?— Disse me dando tapinhas, não sabia que ele dizia isso para mim ou para ele mesmo. De qualquer forma, sei que está sendo difícil pra todo mundo.

Mais uma vez, concordei. Não era preciso dizer que eu estava no limite porque simplesmente todo mundo está vindo em mim como se somente eu precisasse de apoio. Eu não quero ser chato, porque sei que estão me tratando assim porque sou grudado na Maddie desde moleque, agora moramos juntos e isso é porque eles nem sabem que estávamos prestes a dar um passo a mais na nossa amizade. Não ouso ao menos dizer pra minha mãe; porque ela sempre foi a pessoa que nos olhava torto e dizia: você ainda vai se casar com essa garota.

Passei a pensar nisso quando vi que estava me apaixonado por ela, simplesmente não consigo aceitar que posso perdê-la.

— Ei, maninho, como você está?— Megan foi a segunda a me perguntar isso desde que eu soube da Maddie, só que não senti tanta vontade de desabar como agora, com ela olhando em meus olhos porque ela parecia precisar desse abraço mais do que eu. Fiz que não com a cabeça outra vez e Megan já começou a chorar, me abraçando.— Eu sei...— Ela sussurrou, tremendo em lágrimas enquanto eu a abraçava e tentava passar tranquilidade.

Darling FriendshipOnde histórias criam vida. Descubra agora