Sagrado

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A maneira como você me abraça parece tão sagrada.

Holy,
– Justin Bieber


Maddie

Eu estou encrencada.

Sei disso pelo peso que sinto no corpo ao me mexer. O farfalhar dos lençóis fazem com que minha cabeça doa, imediatamente me lembro do que eu fiz. A vergonha me consome, o arrependimento esmaga meu cérebro. Nesse momento desejo me afundar na cama até desaparecer, mas só me vem o nome dele na cabeça. Me sento, de cabeça baixa resmungando o merda.

— Bom dia. — A voz rouca dela toma o ambiente, é quando levanto a minha cabeça e percebo que ele esteve aqui o tempo todo, como também me dou conta de que estou no quarto dele. Depois do PT que dei na casa da Becca, obviamente eu acabaria aqui porque Justin sempre cuida de mim, mesmo quando eu que faço a cagada.

Coloco o cabelo atrás da orelha, um pouco envergonhada.

— Bom dia. — Tento sorri.— Eu...— limpo a garganta. — Não sei bem como vim parar aqui. — Digo, ele me encara sério.

Quando olho para seu rosto, só ouço minhas palavras de ontem. Sinto o aperto no peito, me lembro da decepção nos seus olhos, a confusão quando cruzei a porta e sai sem nem olhar para trás. Ficamos nos encarando, ninguém disse nada, eu nem sabia como começar a me desculpar por tudo desde ontem, então fiquei calada, sendo engolida pela vergonha, culpa e arrependimento. Com certeza era o nosso fim. O fim da nossa amizade, o fim do nosso namoro. Eu disse a ele que se decidimos acabar, não teríamos mais nada porque estaria tudo arruinado, agora eu tenho a plena certeza de que eu estava com a cabeça em outro lugar, mas puxa, eu estava tão magoada, tão irritada comigo e um pouco com ele.

— Estou te devendo isso. — Ele se levanta e puxa uma bandeja de café da manhã que eu ao menos tinha observado que estava ali. Quando meu estômago se agita, percebo a sede cortando minha garganta. Meus lábios secos e quase rachados. — Imaginei que fosse estar com fome.

Justin se aproxima da cama, chega ao meu lado e coloca a bandeja no meu colo. Vejo uma garrafa de água gelada, panquecas, uma caneca cheia de café preto, duas torradas e uma maçã. Olho para ele depois de encarar a comida, sem saber ainda o que dizer a ele. Temos tanto pra conversar. 

Antes que eu possa abrir a boca pra dizer obrigado, ele chega perto e leva o braço pra trás da minha cabeça, me empurra na direção do seu rosto e me dá um beijo suave e delicado, fechando os olhos e encostando nossas testas após se afastar. Eu não entendo como ele ainda está bem comigo, não entendo porque ainda está me dando toda essa atenção depois do que fiz ele sentir, porque sei que ele se sentiu mal, que na hora eu desejei que ele se sentisse daquela forma.

— Por que?— Questiono depois que ele recua um pouco para trás. Ele franze o cenho, confuso. — Eu praticamente torturei você ontem. Pensei que a gente não fosse mais...

— Namorar? Estar bem?— Eu assisto vagarosamente, com medo dos nomes mencionados. — E é o que você realmente quer?

— Não! Justin, não. Não é o que eu quero, eu só...eu acho que estava no meu limite e...— Ele segura a minha mão.

— Não precisamos falar disso agora, hm?— Eu assinto, contente por dentro por não me sentir obrigada a conversar sobre o assunto agora. — Eu prefiro que você coma, descanse, se sinta melhor e confortável pra gente ter essa conversa. Eu não vou a lugar nenhum, Maddie. Nem vou deixar você me deixar sem ter certeza do que está fazendo, tá bom?— O alívio que sinto transborda por meus olhos, tento conter a emoção na hora e olho pra comida. É como se eu não merecesse ser tratada assim, é um sentimento desagradavel.

Darling FriendshipOnde histórias criam vida. Descubra agora