Sem beijo, sem abraço...não se apaixonar.

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*Maddie*

O restante do meu dia se resumiu nos meus olhos no relógio a cada dois minutos. A perna inquieta e os pensamentos longe. Estava ansiosa, qualquer um podia ver. Simplesmente não tinha noção do tipo de regra que Justin tinha em mente. Na verdade, eu não sabia que esse tipo de "relação" poderia ser baseado em regras. 

Eu não prestava a mínima atenção no que o professor falava, minha mente estava bem distante daqui. A ponta da tampa da caneta estava em minha boca, e eu me segurava para não morder ela ao me lembrar do quanto foi gostoso ter Justin entre as minhas pernas ontem. Por Deus, e quero tanto aquilo de novo que chega a doer. Sinto a contração entre minhas pernas, o calor subindo e a pulsação só em pensar.

Fechei os olhos, me lembrando dos beijos molhados, da língua suave e do quanto eu queria aquilo para sempre. Aquilo na biblioteca foi um teste, mas porra, como eu queria ter coragem e falta de vergonha na cara pra prosseguir.

— Maddie? — Ouço a voz da Cassie, minha colega de sala, e abro os olhos de supetão, assustada e com a respiração curta. Ela me olha preocupada. Sorrio colocando minha franja pra trás da orelha.— Você não vem? A aula já acabou.— Me olha desconfiada — Tudo bem?

— Sim! Eu estava....só estava pensando em umas coisas que tenho que fazer. Bem...enfim. Eu vou depois, tenho que fazer uma coisa.— Ela deu de ombros ainda em estranhamento e saiu na minha frente. Fiquei sentada por uns segundos ainda, processando como pude ir tão longe em questão de segundos. Teria tido um orgasmo ali mesmo se ela não tivesse aparecido.

Tratei de ir minutos depois, antes que outra turma chegasse, mas eu ainda estava fora de mim, de certa maneira. Completamente alheia as pessoas e coisas à minha volta. Minha mente estava um borrão, e nem o barulho irritante das conversas se misturando no corredor em pleno horário de almoço me tiraram do devaneio. Todos estavam indo em direção ao refeitório, loucos para se livrarem da fome. E eu só queria que o buraco no meu estômago sumisse, não é tipo o buraco de fome. É pura ansiedade.

De repente, a dor que me incomoda é a do impacto agressivo que acabo causando ao bater em um peito duro. Mordo a língua e aperto os olhos. Doeu!

— Você não olha para onde anda? — Ergo meu olhar pronta pra proferir várias baixarias ao rapaz, mas tudo se entala na minha garganta. — Garota do ponche!— Winnie sorri torto. Meu coração dispara, jamais esperei que fosse ver ele de novo. Ao menos pensei na sua existência depois que esbarramos na festa.

Agora, olhando a luz do dia, noto que é ainda mais bonito. Alto, ombros largos, corpo forte, cabelos castanhos com os fios espetados para todos os lados e um olhar azul tão intenso que me causa tremor. Além disso, ele usa um piercing anelar no canto da boca, e tudo que cobre o seu corpo é preto, exceto a camisa branca lisa por baixo da jaqueta de couro grossa. 

Tento soar normal e não como uma bobona caidinha por ele. Acho que o meu sorriso me entrega.

— Agora sou a garota do ponche?— Zombo, ele ri me olhando com aquela boca rosinha curvada de canto. 

— Também. Mas me lembro bem de você, Madeleine. — Suspiro. Uau, ele se lembra mesmo de mim.

— Que honra. Se lembra do meu nome, obrigado! — Seus olhos estão estreitos, como se eu estivesse o divertindo. 

— E você?

— O que tem eu?

— Você se lembra do meu nome?

— Oh, merda...— Um falso olhar de decepção toma seus olhos quando finjo que não.— Como poderia me esquecer, Winnie?— sorrimos.— Mas então, que diabos faz aqui?— aperto os olhos quando percebo que falei "merda e diabos" em intervalos de tempos muito curtos. Ele vai pensar que sou do tipo que não sabe conversar sem jogar um palavrão no meio. — Foi mal por ter falado dois palavrões em tão pouco tempo de conversa. Juro que não sou assim sempre. 

Darling FriendshipOnde histórias criam vida. Descubra agora