Olhos do diabo

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*Maddie*

Eu definitivamente não contava com a presença da Courteney, a ex-namorada de longa data do Justin – leia-se dois meses e meio. Foi a única que aturou Justin por tanto tempo além de mim, claro. Não que ele fosse um bom rapaz para as meninas também...quer dizer, não é difamando ele, mas Justin não tem um histórico muito bom com garotas. Em grande parte é em questão de escolha mesmo, algumas, como Courteney, entrou pra categoria de namoradas loucas, neuróticas e extremamente ciumentas. Sei que a nossa amizade acaba se tornando um empecilho para que ambos tenham um relacionamento saudável com outras pessoas porque, sejamos sinceros, ninguém gosta de namorar um garoto ou uma garota que tem como melhor amigo outra pessoa. Acho que isso deixa o outro em uma posição de competição, pelo menos é o padrão que já vi em suas namoradas. Por isso sou um pouco, senão muito, cuidadosa na hora de ver as qualidades de um boy antes de tentar me envolver. Com Trevor foi um caso à parte, mas pelo visto não vai dar em muita coisa.

Esse era um imprevisto que eu não havia me preparado para lidar.

A casa estava muito cheia e o som alto estava atrapalhando meus pensamentos, junto com as minhas frustrações. Quando dei por mim, estava na cozinha em frente ao balcão carregado de bebida. Algumas pessoas que eu sequer me lembrava sorriam pra mim e eu retribuía de qualquer jeito, procurando com os meus olhos um copo pra começar logo a turvar a minha mente.

— Merda...— Peguei um copo vermelho descartável da pilha ao lado do ponche. — Isso Maddie, vai ser uma covarde do caralho. Ah, se eu ao menos tivesse sido mais clara quanto as minhas intenções com ele. — Peguei a concha e enchi de ponche, depois joguei o líquido vermelho groselha dentro do copo e só parei quando estava cheio.

Neguei pra mim mesma o quanto eu estava sendo covarde e dei um gole.

— Porra! — Resmunguei com uma cara azeda. O que o Nolan e o Ryan fizeram com o ponche? Que gosto ruim...meio doce, muito ácido — É vodka ou ponche, afinal?

— Me perguntei a mesma coisa. — Um garoto disse perto de mim. Me virei e ele estava do meu lado. É bonito, muito bonito. — Acho que eles exageraram. — Ele riu de canto, meu coração quase derreteu. O cara tem um sorriso de matar.

— Ér...— Coloquei o copo no balcão e me vi sem saber o que fazer ou o que segurar. O copo era a única coisa que me mantinha com alguma desculpa pra falar sobre alguma coisa e agora estou com vergonha de pegar outra vez. Isso entregaria o quanto estou repentinamente nervosa.

— Me chamo Winnie. — Olhei para a sua mão longa e tatuada estendida pra mim e levei minha mão até a dele depois de um tempo analisando seu rosto. Senti uma sensação fria por causa dos anéis em volta dos seus dedos quando nos tocamos.

— Maddie. — Sorri e ele sorriu pra mim. Winnie é absurdamente lindo, não tem como negar. Seus olhos verdes me estudam com curiosidade e eu o fito tentando ler o que ele pensa. — Estuda na UNB?

— Não. — Winnie pegou o copo que eu estava tomando pra tomar um gole do "ponche". Olhei pra boca rosinha dele e depois pro sorrisinho que ele deu por causa da minha cara de curiosidade.

— O que um não universitário está fazendo em uma festa de universitários? — Franzi o cenho realmente curiosa.

Ele chegou mais perto de mim, uma mão apoiada no balcão.

— Bem, eu...

— Maddie. — Olhei para o Justin que havia acabado de passar pela cozinha. Só queria mandar ele ir embora e me deixar flertar um pouco. — Estava procurando você. — Ele olhou para o Winnie curioso.

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