Shujinko no Yume - O Sonho do Herói

Voulez-Vous

Narrador Onisciente

No templo de Garfairstalle, Foch perdia todo o sabor doce da vitória que teve contra o primata guardião, Gorilight. O motivo para a mudança brusca de sentimentos? Foi um misto de sensações: podendo finalmente entrar na porta de entrada da grande árvore de Garfairstalle, o brutamontes ruivo se deparou com uma cena macabra...

- Mas que droga aconteceu aqui?! - Ele perguntou para si mesmo, em choque com a sua quebra de expectativas

O que ele viu, não era esperado para haver num templo. O chão, repleto de sangue dourado, manchava completamente a imaginação doce e inocente que ele tinha de como deveria ser o lugar. Havia também tiras de tecido e fios de cabelo espalhados por toda parte.

Mesmo estando surpreso com aquilo, Foch continuava firme, tanto em pensamento, quanto fisicamente. Seu coração estava certo e decidido de quais seriam suas próximas decisões.

Rapidamente, pegou o máximo de evidências que pode e colocou em sua mochila. Tudo estava armazenado, com exceção apenas do sangue dourado que não poderia ser coletado por nada que havia na mochila do herói flamejante. Nesse momento Foch se arrependeu de não ter um celular, pois tirar fotos do lugar já daria muita credibilidade em sua tese.

Mas já não importava mais. O essencial estava ali, agora só faltava a parte mais complicada de seu plano elaborado por seus pequenos miolos modestos: arrastar o gorila guardião consigo, para colocá-lo sobre julgamento em Peliskhe, a fortaleza real.

E logo após sair de dentro da árvore, Foch levantou Gorilight pelos braços, o colocou em suas costas e foi andando para voltar ao castelo. Ganhei na loteria, Foch pensava. Esse cara com certeza é o assassino. Parece que vamos voltar para casa mais rápido do que pensávamos...

A sorte do herói flamejante foi não ter que passar pela cidade de Feheristal, pois devido a movimentação e ruídos excessivos, seria extremamente complicado chegar ao castelo com o gorila ainda adormecido. Mas por Garfairstalle ficar atrás de Peliskhe, era só fazer o caminho de volta tranquilamente.

O que ninguém podia prever é que a tranquilidade logo iria cessar, pois ainda a metade do caminho de volta, Foch se deparou com uma longa fila de barracas de feiras vendendo os mais diversos tipos de produtos para multidões barulhentas. O problema dele ter saído cedo para ir em Garfairstalle foi não poder prever que na volta teria que enfrentar uma feira que estava acontecendo naquele lugar, antes vazio e sereno.

Só que dar a volta por fora da feira também não parecia dar-lhe tantas vantagens. Do lado esquerdo ele acabaria chegando na cidade de Feheristal e teria que passar por multidões da mesma forma; e do lado direito, mais além do alcance da feira, havia um monte enorme repleto de lápides e uma pequena caverna mais abaixo. Eram três opções arriscadas, mas visando evitar confusões, desviou da feira indo até a caverna pedregulhada.

Adentrando pela estreita cavidade da gruta, Foch logo reparou que a cada passo que dava, mais escuro ficava. Era uma caverna extremamente desprovida de luz solar. Dessa vez, o celular não fez falta, pois seu corpo por si só já era o suficiente para iluminar o caminho.

E em ignição, os braços de Foch produziram pequenas flamas que soltavam de seu corpo e traziam luz aos arredores por um curto período de tempo, antes de se apagarem. Mas nesse momento, ele cometeu um erro fatal, pois se esqueceu de sua companhia pesada e complicada.

O gorila, que antes estava nas costas do brutamontes, sentiu o calor se intensificar de formas anormais e logo despertou de sua inconsciência. E então, ele saltou para trás e logo exclamou:

- O que é isso?! - Sua voz rígida ecoou por toda a caverna, fazendo os morcegos saírem em disparada - Para onde você me levou?

Nem ferrando que ele acordou!, Foch entrava em estado de alerta, enquanto sua mente pensava no que havia feito. Não posso deixar que escape.