Jornal

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Infelizmente hoje eu dormi em uma pedra com um travesseiro de asfalto, minhas costas e pernas doíam devido ao desconforto causado pelo colchão duro, faço total questão de sempre que eu puder, realçar o quão ruim era aquele quarto.

– Puta merda. – Falei entre um bocejo e uma coçada nos olhos. Naquele dia eu não tinha planos, não sabia se iria ficar o dia todo deitada ou se iria as ruas tocas de novo. Provavelmente, a segunda opção. Eu precisava de dinheiro e eu não trabalhei por dias já que estava numa boa farra.

– Billy, podemos compor hoje à noite? vou trabalhar hoje. – Enviei um sms avisando minha ausência, parecia até que eu estava em dois empregos ao mesmo tempo. Como hoje estava um dia frio, não iria usar minhas mini-saias, vesti uma calça de cintura baixa em uma lavagem escura, uma blusa curta branca sem estampa e o meu segundo xodó, meu AllStar vermelho.

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Faziam exatas quatro horas que eu estava em pé tocando a minha guitarra, cantei algumas músicas próprias e pra minha sorte ouvi aplausos das pessoas, aquela sensação era muito boa. Meus pais nunca me apoiaram em nada que eu pensava em fazer, sempre fiz tudo por vontade própria. Escrevi diversas músicas e eles sempre me jogaram pra baixo, disseram que tudo era uma grande merda. Nossa relação nunca foi boa.
Enquanto pensava no meu trágico passado um moço me abordou.

– Licença. Posso falar com você um segundo? – Ele disse apontando um microfone pra mim e trazendo uma enorme câmera apontada para o meu rosto.

– Oi? o que é isso? – Perguntei mas fui ignorada.

– É verdade que você e Tom Kaulitz estão namorando? como tudo começou?– Sem a menor delicadeza ele me perguntou e  fez eu me sentir pressionada.

– Não, não! a gente não-

– Então o que tem a dizer sobre os rumores? – Ele me cortou com outra pergunta. Minha raiva estava tomando conta de mim.

– Não tenho nada a dizer, acho ridículo como a mídia manipula as coisas e fode com a vida das pessoas. – Eu ia continuar e novamente ele me cortou.

– Sem palavrões por f–

– Sem palavrões é o CARALHO, você me abordou e fez eu me sentir desconfortável. Eu e o Tom NÃO namoramos, ele é apenas meu amigo e mesmo se fosse meu namorado, vocês não tem direito de abordar as pessoas assim, um bom dia. – Terminei minha frase e comecei a desmontar meus instrumentos, as caras das pessoas era impagável. Ignorei a segunda tentativa de conversa daquele nojento e subi direto para o quarto dos meninos, bati na porta e fui recebida com um grande abraço de todos, menos de Tom.

– Vocês não sabem o que acabou de me acontecer. – Disse me jogando no sofá e suspirando.

– O que? matou alguém? – Gustav perguntou da do risada, mostrei a língua e continuei a contar.

– Um jornalista me abordou sobre o Tom e eu...

– Você? – Tom me perguntou preocupado.

– Mandei ele e a mídia a merda.

– VOCÊ FEZ O QUE? – Bill me perguntou dando risada e batendo nas próprias coxas.

– Eu falei que era ridículo como eles manipulavam e estragavam a vida das pessoas. – Todos me olharam dando risada.

– Se você fosse famosa as pessoas iam dizer que você ama causar intriga. – Georg falou enquanto tirava os sapatos e se jogava no sofá ao meu lado.

– Vamos começar a compor? – Perguntou Bill.

– Olha, acho melhor pedirmos algo pra comer primeiro. Morgan, o que você gosta de comer?– Tom me questionou, ele queria que eu comesse diariamente. Que pesadelo.

– Não tenho comida favorita.

– Todos tem uma comida favorita, não mente.

– Eu gosto de hambúrguer artesanal...

– Então é isso que vamos comer. – Tom pegou seu celular e discou para um número de restaurante, fazendo um pedido para todos.

– Quando eu pago? da minha parte?

– Nada, eu vou pagar pra você, mesmo você sendo assim meio insuportável. – Ele mostrou o dedo do meio e continuou fazendo o pedido, Tom conseguia ser chato quando queria. O pior não seria comer, eu como e gosto da comida. O meu maior problema seria a culpa que diariamente me persegue. Não sabia como ia comer, ainda mais na frente de todo mundo.

– Tom, temos que conversar. – Chamei ele e fui em direção ao quarto, sentia seus passos me seguindo. – Você me obrigar a comer não me ajuda muito, principalmente na frente dos outros.

– Mas então como eu te ajudo?

– Come comigo, sozinho. Acho que eu me sinto melhor.

– Morgan, eu não entendo.

– Não entende o que?

– O motivo de você não comer. Isso te mata, não é saudável e eu tenho certeza que você sabe disso.– Tom estava realmente com dúvidas, mas, eram dúvidas que eu quase não sabia responder.

– Eu não sei, eu só não consigo. A comida e o efeito dela me assusta, números me assustam.

– Eu vou te ajudar a não pensar nisso. – Já tinha escutado aquilo antes e não tinha dado certo, temia que isso acontecesse de novo.

– Duvido muito... – Sussurrei para que ele não escutasse.

– Agora, vamos comer. Pode chamar a July, Bill vai amar receber ela aqui. – Tom disse isso e bateu na minha bunda, saindo correndo em seguida. Ele parecia uma criança pirracenta. Corri atrás dele e já vi Bill com os lanches na mesa, apesar de não parecer, nossa conversa sobre o meu problema com comida levou uns bons minutos. Antes de começar a comer eu bebi dois copos cheios de água para me sentir mais satisfeita e não comer tanto.

– Está muito bom! – Disse enquanto comia, eu estava na metade do lanche e felizmente me sentia cheia. Guardei e Bill me encarou.

– Não vai comer tudo?

– Ela vai comer mais depois. – Tom respondeu por mim e todos deram de ombros. Ele parecia um pai, não entendia o motivo de tanta preocupação comigo, não mesmo.
Enquanto comíamos Bill discutiu comigo sobre as ideias que ele teve para as novas músicas, Girl got a Gun era a primeira ideia, era uma ótima ideia mas ela poderia com certeza melhorar.
Ding Dong.

Quem é? – Bill perguntou receoso.

– Você vai ver. – Abri a porta e já abracei July, ela chegou rápido como eu esperava. O coqueiro sorriu e foi até a garota a abraçando pela cintura.
Deve ser mais fácil já que ambos são famosos, não seria um problema eles estarem juntos.

De certa forma esse fato me entristecia, mas não, eu e Tom não vamos ter nada...

Why are you being so complicated ? | Tom Kautilz.Onde histórias criam vida. Descubra agora