Reencontro

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Edward acordou e não conseguiu levantar de cama, seu corpo todo doía, estava com frio e sua garganta queimava como se brasas estivessem queimando dentro dela. Ele se esforçou para levantar, todavia havia uma tontura que se apossava do seu corpo assim que ele erguia um pouco a cabeça. O garoto estava com fome, com frio e sentia que já devia ter amanhecido há muito tempo, pois o corredor estava barulhento; aquele rotineiro vai e vem de passos dos funcionários, nenhum deles claro iria bater em sua porta preocupado com sua ausência na mesa do café, pois ele nunca foi convidado a estar nela por seus pais.

Exausto das suas tentativas de fazer seu corpo cooperar, então ele fechou os olhos e esperou que a fraqueza do óbvio resfriado lhe fizesse apagar ou que seu irmão aparecesse para o ver em breve. Por fim, ele acabou caindo no sono e, infelizmente, seu irmão não apareceu.

Ele acordou novamente depois de algum tempo ainda atordoado, embora tenha se esforçado duplamente para ficar de pé, precisava de um banho para combater aquela febre, porém falar era mais difícil do que fazer. Ficou de pé, mas por conta da gripe, seus outros sentidos estavam desordenados e ele bateu possivelmente em todos os móveis do seu quarto até finalmente conseguir entrar no banheiro. Conseguiu regular o chuveiro e ter água quente e tomou um banho, não que tenha ajudado muito, mas lutou contra os calafrios e mesmo com febre estava se sentindo limpo; retornou ao quarto de igual modo que saiu dele, ele se jogou na cama e cobriu-se todo.

Ele não sabe o quanto tremeu debaixo das cobertas até perder a consciência, contudo seu irmão não apareceu enquanto conseguiu se manter acordado e tudo que ele pensava é que morreria, pois ninguém iria aparecer para lhe ajudar se Julien não estivesse no castelo. De tudo o que mais lhe assombrava era morrer sem conseguir o perdão de Oliver ou pelo menos o explicar que não mentiu, apenas estava vivendo algo que não podia explicar.

—Você está ardendo em febre !

Uma voz distante lhe trouxe a realidade, as carícias eram suaves e amorosas e ele soube que era seu irmão, pois era a única pessoa que o trataria assim dentro do castelo. Ele não teve força para responder, mas sua mão alcançou a que segurava seu rosto e se agarrou a ela, era um grande conforto não estar sozinho.

Ele dormia e acordava entre os delírios causados pela febre, tinha perdido completamente a noção do tempo, não sabia se era dia ou noite pois os seus outros sentidos que eram muito úteis também haviam sido atingido por causa da gripe que assolava seu corpo.

— Me deixe ir até ele .

Edward implorou, o medo de morrer e não ver Oliver para consertar as coisas estava o fazendo agir por impulso, sem temer as perguntas que seu irmão poderia fazer, mentir agora não melhoraria as coisas, afinal foram as mentiras que o puseram nessa situação.

— Ele quem?

— A pessoa que eu gosto .

Não revelaria seu nome, não queria que seu irmão fosse a procura e tentasse o trazer aqui, não queria ele perto da sujeira, seu amado era a perfeição e não merecia conhecer pessoas desprezíveis como seus pais. Ele tentou ficar de pé, todavia as mãos do seu irmão o seguraram no lugar.

— Agora você não pode sair, se você não estiver sob cuidados pode morrer, imagine o peso, a culpa que colocaria nos ombros dessa pessoa.

Seu irmão tinha toda razão, morrer nos braços de Oliver só faria com que o outro tivesse mais uma culpa adicionada à sua lista infinita. Ele então se acalmou e deixou que o pano fosse recolocado em sua testa e se esforçou para tomar um pouco da infusão que foi colocada em seus lábios, o gosto era horrível, mas viveu coisas que deixaram um gosto pior em si.

— Isso mesmo, descanse e beba, quando ficar bem, só assim deixarei você ir.

A promessa era sincera, sabia que seu irmão não era alguém que lançava palavras ao vazio.

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