/ concluída /
jake sim era um bom garoto.
Nascido e criado em um ambiente altamente religioso, ele havia desistido de sua liberdade quando percebeu que possuía pecados grandes demais para sua força de vontade. Por isso não seria surpresa que sungho...
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Jake quase não pôde dormir durante aquela noite.
Quando ele e Soojin voltaram para o teatro, sua mãe já estava vermelha e só não exigiu explicações naquele momento por estarem em público. Eles deixaram Soojin em casa, mas o resto do caminho foi cheio de sermões à respeito de sua conduta; ela exigia saber o porquê da demora, se ele havia se encontrado com alguém ou feito algo indevido.
Mas Jake respirou fundo e disse que haviam se perdido, e mesmo que a mãe tenha tentado continuar a discussão pela desculpa ruim, o pai interviu e ele finalmente se viu livre dos dois. Porém, em seu quarto, quando ele finalmente se livrou das roupas para adentrar o banho, todas as memórias da noite voltaram.
O garoto deixou que seus cabelos se molhassem quando se inclinou para apoiar a testa nos azulejos brancos, respirando fundo e tentando fazer uma prece para que ele se esquecesse dos olhos escuros e das tatuagens.
Ainda assim foi uma noite difícil, pois os sonhos o deixavam duro e ele se pegou quase chorando de desespero. Ele precisava deixar de se afetar tanto por certas coisas que via, ou, mais uma vez, teria que enfrentar uma guerra em casa.
Antes mesmo do sol nascer, quando desistiu de tentar pegar no sono e aceitou que o primeiro dia de aula teria a presença constante das olheiras, Jake decidiu imprimir sua grade e buscar alguns pdfs na internet antes de se preparar para a aula. Não fazia a mínima ideia do que teria de estudar, mas pesquisou o nome dos professores para ler alguns artigos da autoria deles.
Ocupar a mente com estudos lhe pareceu uma boa saída, uma vez que as preces pouco lhe ajudaram depois daquele evento. A igreja já não possuiria mais 100% de seu tempo, e aquela era uma realidade que apavorava sua mãe à níveis catastróficos.
Foi por isso que nos últimos cinco anos, houve a constante insistência para que ele estudasse com o bispo local e embarcasse no ensino bíblico integral, para assumir a posição quando ele partisse. Depois do ocorrido, a senhora Sim passou a desejar que o filho se entregasse ao celibato para cumprir sua missão na terra - palavras da própria.
"Deus não nos dá tentações maiores do que as que podemos suportar, filho. Sua missão nessa vida é lutar contra a carne, eu sei disso. Eu acredito que você tem um futuro incrível como servo".
Mas, se Deus queria que ele se unisse à diocese, de certo não havia passado esse recado à Jake. Viver em regime interno seria como se entregar à prisão - não se sentiria livre (como já não se sentia, porém algumas prisões são invisíveis), e tinha certeza que enlouqueceria.
Foi por isso que, indo contra as insistentes recomendações da mãe e buscando ocupar a mente cada vez mais conturbada, se matriculou na universidade.
A Seuta-bae era uma das melhores universidades do país e ficava localizada em Mulbang-ul, uma pequena cidade universitária, cuja população era quase 70% composta por estudantes. Bang-ul (como era carinhosamente apelidada pelos habitantes) era a cidade vizinha, caso extremamente irônico, uma vez que Sunsuhan era uma cidade com uma população extremamente conservadora e altamente religiosa, onde qualquer erro era divulgado e criticado pelos moradores.
