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Existiam diversas formas de descrever aquele momento, mas Jake não conseguiu se lembrar de nenhuma delas

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Existiam diversas formas de descrever aquele momento, mas Jake não conseguiu se lembrar de nenhuma delas. Mesmo que não andasse em bons termos com a mãe, existia algo que ela dizia e que fazia muito sentido: "existem coisas que precisam acontecer".

Talvez o momento que os olhos se encontraram tenha sido um desses momentos.

Existia muita gente naquele lugar. Centenas. O ambiente era extremamente bagunçado e o barulho deixava as pessoas confusas, olhando para todos os ângulos, mas ainda assim existiu aquele momento. Minho olhou diretamente para si e manteve o olhar por tempo demais.

Ele o havia reconhecido. Jake sabia.

E no mesmo momento que se levantou de onde estava, Niki e Sunoo prontamente também se colocaram em pé e seguiram atrás dele, nervosos, sem compreender porque o garoto estava, sozinho, saindo de perto das únicas pessoas que ele conhecia naquele lugar não muito saudável.

Ele ouvia as vozes o chamando sem parar, mas ainda assim entrou no meio da aglomeração de pessoas, ansioso e trêmulo. Minho continuava parado no mesmo lugar, procurando-o na multidão.

E aquilo poderia parecer uma cena de um filme romântico, mas não era. Os sentimentos que existiam ali não eram como os de um filme. O coração de Jake palpitava como um louco por que existia algo que ele precisava fazer e estava deixando de lado haviam anos, que o consumia e muitas vezes o fazia acordar como se toda a culpa do mundo estivesse sobre seus ombros.

Há algum tempo ele havia aberto aquela parte de sua vida na terapia. Havia dito a Jihyo que o havia procurado em todas as redes sociais possíveis, mas a única que encontrou estava desativada há anos.

Nunca teve a oportunidade de pedir desculpas e aquele era um de seus arrependimentos mais fortes. Por que o Jake de dezesseis anos amava alguém, mas nunca havia se levantado para protegê-lo. E agora o Jake de vinte e dois pagava por isso há sete anos, por que a culpa é corrosiva e nunca te deixa.

Mas ele se lembrava da conversa que havia tido com Jihyo, durante uma das sessões.

"Isso vai servir de exemplo para que você não sinta medo quando novas oportunidades surgirem. Há sete anos era o momento de você se levantar por alguém. Agora é o momento de se levantar por si mesmo, se levantar para se perdoar ainda que nunca mais exista o momento de pedir perdão, Jake. As pessoas erram, mas evoluem. Nada acontece por acaso".

Ela tinha razão. Nada acontece por acaso. E por saber disso, ele não teve medo dessa vez. Ele continuou atravessando a multidão até Minho. A corrida de Sunghoon já havia começado, mas ele não sabia. Existiam assuntos pendentes à serem resolvidos agora.

E quando ele finalmente o alcançou, os olhos se encontraram de novo e os de Jake ficaram úmidos imediatamente. Ele tocou o braço de Minho, o segurando de um jeito firme, e, ofegante, sussurrou.

— Eu preciso mesmo falar com você, Minho.

Ele agora se lembrava de onde conhecia aquele apelido. Ele se recordava claramente e isso só fez com que ele quisesse chorar mais um pouco, porque Minho era mesmo doce como açúcar. Tão doce quanto o nome da cafeteria onde haviam se beijado pela primeira vez.

bring the heaven | jakehoonOnde histórias criam vida. Descubra agora