No fim do dia, Heeseung estava deitado no próprio quarto, a cabeça voltada em direção ao teto e o corpo pesado como se estivesse doente. Não havia dormido direito à noite e também não havia conseguido fazer isso durante o dia.
As aulas haviam passado diante de seus olhos, sem que ele conseguisse absorver algo de fato, pois se sentia tão cansado que o cérebro sequer conseguia raciocinar alguma coisa. Voltou para casa na hora do almoço, perdendo o segundo turno porque era simplesmente impossível continuar lá.
Na república, ele tomou um copo de leite e comeu algumas bolachas de água e sal, mas ainda que tenha tentado muito descansar, o sono era leve e recheado de sonhos ruins. Desistiu algumas horas depois quando a frustração só o fazia querer chorar.
Não conseguia parar de pensar que dessa vez realmente havia perdido Sunghoon, que não havia absolutamente nada que pudesse fazer a respeito e, ainda que tivesse, o melhor amigo não o escolheria.
Ele havia aceitado entrar no inferno para ficar com Jake, não voltaria atrás.
E era isso o que mais o deixava triste, com aquele embrulho torturante no estômago e o peito vazio como nunca.
E, no fundo, achava que merecia aquele sentimento, porque também não havia sido bondoso com Niki quando ele revelou gostar de si. Tê-lo sempre por perto era reconfortante, poder fugir de tudo usando o corpo dele era fácil, a beleza incalculável subia o ego destruído pelas constantes recusas de Sunghoon, e era por sua falta de empatia que ele soube que logo a conta chegaria.
Porque agora Niki o havia expulsado de seu coração e ele tinha a certeza absoluta de que nunca teria Sunghoon. Ficaria sozinho e esse era o preço por brincar com os sentimentos de alguém tão doce.
Era culpado e sabia que merecia.
Por isso, ele aceitou o peso de suas escolhas e continuou exatamente onde estava, porque já seria doloroso ouvir a informação vinda de Sunghoon, mas havia doído o triplo ter estado lá durante toda a situação.
Então, quando já era bem tarde, alguém bateu à sua porta. Só pela forma com a qual o punho tocou a madeira, ele já sabia quem era. A porta se abriu devagar e Sunghoon colocou a cabeça para dentro, mais quieto que o normal, e Heeseung se sentou na cama.
— Posso entrar? Quero conversar. — O Lee sabia o que ele queria dizer. O estômago todinho se revirou, mas ele assentiu mesmo assim, sorrindo de um jeito bonito, mas forçado, enquanto o outro homem caminhava até estar sentado do seu lado.
Sunghoon deitou a cabeça em seu ombro.
— Me disseram que você veio embora mais cedo. — Heeseung aspirou o cheiro gostoso dos cabelos úmidos. Sunghoon cheirava à shampoo e sabonete, estava fresquinho por ter acabado de sair do banho e Heeseung quis chorar. — Você tá bem?
— Eu estou bem. — Ele levou as mãos até a cabeça dele, acariciando devagar. — Só estava com um pouco de dor de cabeça... nada demais.
Sunghoon assentiu devagarinho, embora soubesse que ele estava omitindo muitas coisas, então se virou para ele, mordendo a boca. Se sentia nervoso e tudo o que menos queria naquele momento era magoar Heeseung.
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bring the heaven | jakehoon
Fanfic/ concluída / jake sim era um bom garoto. Nascido e criado em um ambiente altamente religioso, ele havia desistido de sua liberdade quando percebeu que possuía pecados grandes demais para sua força de vontade. Por isso não seria surpresa que sungho...