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- Para Senhorita Jane Bennet. A beleza mais rara que jamais teria vislumbrado em meus mais belos sonhos. Genuinamente doce, que me fez acreditar no amor e bondade. Que me acalmava com um singelo sorriso e um abraço da qual eu não deveria ter saído nunca. Eu sei que não mereço seu perdão por ter partido. Parti junto seu coração e o meu. Me arrependo amargamente e venho implorar mais uma chance. E eu não vou desperdiçar mais nenhum minuto sem você, se me aceitar se volta.

E de repente uma noite de negócios e enlace social, tornou-se em uma expectativa sobre um casal que mais da metade dos presentes já ouviram algo pairando no ar. Uma moça simples e de beleza extraordinária que encantou um belo e jovem milionário, mas não o suficiente para fazê-lo ficar ao que parecia. Mas somente parecia. Charles e Jane tiveram seus destinos traçados na primeira troca de olhar. E dinheiro... O que isto devia importar? Charles sabia que dinheiro nenhum valia o coração de Jane. Lhe doía pensar que ela poderia lhe rejeitar ali, quando tudo que ele via eram seus olhos azuis arregalados e ela nada dizia ou expressava além disso.

- Até que enfim meu Deus do céu - Kitty riu, batendo palmas silenciosas.

Por que Jane não se movia?

- Eu sabia. Jane você não nasceu bonita a toa meu bem, aceite este homem ou eu vou infartar nesse momento.

Senhora Bennet chacoalhou a loira com um pouco de força, percebendo que ela estava paralisada. Decidindo que se a menina não dissesse nada, ela responderia pela filha, por Deus.

- Mil vezes sim, Charles Bingley. - Jane finalmente gritou, com um sorriso radiante e os olhos cheios de lágrimas de felicidade.

Charles finalmente pôde sorrir, desceu do palco com toda velocidade ao encontro de sua amada. A rodopiando por entre os convidados que aplaudiam emocionados.

Elizabeth estava tão feliz pela irmã, que não segurou a emoção, se sentiu como criança novamente. Hilde Bennet não cabia em si, se apoiando em Lizzie para não cair, pois sentia suas pernas fraquejarem.

- Charles você é a personificação de cavalheirismo. - a velha senhora se aproximou do casal, os olhos marejados. - Nunca conheci um rapaz com suas qualidades, fico tão feliz por estar de volta a nossa família. Amanhã farei um jantar especial para comemorar.

- É muita gentileza Hildegard. - ele lhe disse com ternura, sem soltar a mão delicada de Jane.

- Preciso retornar à Londres. O evento foi um sucesso, e digo isso pelo final meu amigo.

Darcy se aproximou do casal com um sorriso singelo. Ele estava genuinamente feliz por ambos, mas triste por si mesmo. Pois poderia estar desfrutando da mesma felicidade do amigo, porém, o que lhe esperava era a amargura de uma casa imensa e silenciosa, sem o som de outro sorriso, sem ninguém lhe esperando chegar. Tudo que ele faria a partir de agora, seria se entregar de cabeça ao trabalho. Haviam muitos projetos para se ocupar e deveria se focar nisso. Apenas.

- Já vai tão cedo? - Elizabeth murmurou, mergulhando em seus olhos azuis.

Ela sentiu seu coração trepidar, quando pensou que ele iria partir. Mas era assim, não era? O que ela esperava de diferente?

- Os negócios não param. - ele disse baixinho, com um suspiro inaudível que somente ele sabia o peso que carregava.

Fitz sentia a tristeza corroer seu peito. Elizabeth era afável, mas ele a magoou muito. E por mais que estivesse se esforçando para os devidos reparos, devia se afastar dela, deixá-la em paz. Estava sofrendo e não poderia suportar viver assim.

ORGULHO E PRECONCEITO - SÉC. XXIOnde histórias criam vida. Descubra agora