Na manhã seguinte enquanto as garotas estavam fora, na escola ou trabalho, William Collins só teria de ir a igreja no período da tarde. Então se ofereceu para ajudar Hildegard nos serviços domésticos, seria até uma boa forma de pagar sua estadia na casa. Entre algumas conversas com a Sra. Bennet, o que lhe assaltava a curiosidade era Jane Bennet. Pensou em chamá-la para sair, mas preferia saber primeiro se a moça estava livre para suas investidas.
- A prima Jane é uma das mulheres mais bonitas que já vi.
Ele disse enquanto cortava umas vagens e cenouras na cozinha.
- Tenho que concordar William. Ela é linda e um amor de pessoa. - Hilde mexia nas panelas, a mulher adorava cozinhar, só não estava acostumada a conversar enquanto isso mas até que era agradável.
- Não duvido. Ela merecia mais do que esse trabalho. - Hilde deu um suspiro pesado nesse momento. - Qualquer trabalho é digno, claro. Mas ela merecia muito mais. - ele complementou.
- Sim. Todas elas. Eu queria vê-las bem na vida, antes de partir. Esse é meu sonho. Espero realizar. - ela sorriu sem vontade.
Já tinha perdido um pouco as esperanças até Bingley aparecer na vida de Jane. E pelo que via das mais novas, intimamente lamentava um pouco por elas. Esperando que o tempo fosse generoso e lhes fizesse tomar algum rumo.
- Pode ter certeza que vai minha prima.
Ele pigarreou, abriu a boca algumas vezes e a fechou. Seria direto, era melhor assim.
- A senhora se importaria se eu a convidasse para sair?
Hildegard parou por um momento o que fazia, para olhar para o primo. Eis que caiu a ficha sobre Jane, mas se ela tinha um pretendente como Bingley, mas nunca que ela permitiria que outro atrapalhasse seu futuro.
- Jane tem um namorado, William. Ainda não é formalizado, mas acredito que não vai demorar muito.
- Hum. - a expressão do homem desabou um pouco.
Mas a Sra. Bennet era astuta em se tratando desses assuntos e sua cabeça logo começou a trabalhar. Ela viu ali uma oportunidade que lhe deu uma injeção de ânimo. William tinha uma boa casa em um lugar onde viviam muitas pessoas de classe alta. Ele tinha um bom rendimento também, talvez Deus tenha enviado o homem aquela casa com algum propósito afinal.
- Mas Lizzie é tão bonita e doce quanto. Você poderia chamá-la para alguma coisa, vai que de repente vocês se entendem. - ela sugeriu com fervor.
De todas as filhas, Elizabeth era a que menos Hildegard estimava. Por ser muito impetuosa e de opiniões fortes, talvez. Então não seria nada mal para ela um futuro com o primo. Ao menos ela estaria estabelecida e seria uma dor de cabeça a menos.
- Pode ser.
Ele disse. William trouxe imagens de Lizzie à sua mente, achando que a prima também era dotada de uma beleza estonteante e que faria um belo par consigo perante seus fiéis na Igreja.
🌸🌸💛🌸🌸
Depois de um dia de trabalho, Jane e Lizzie encontraram as irmãs, com exceção de Mary, e William na saída do café. O primo havia voltado da igreja e convidou todas para irem até a praça tomar um sorvete.
- É muita gentileza sua primo. Está realmente muito quente. - Jane disse prendendo os cabelos no alto da cabeça.
- Verdade. - Lizzie concordou. Queria tirar aquela roupa horrenda, mas não teria tempo pra isso.
- Como foi seu dia Lizzie? - ele perguntou, se pondo ao lado da morena.
Lizzie não suspeitou da simples pergunta de William, afinal, ele costumava transbordar atenções para todos os lados.
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ORGULHO E PRECONCEITO - SÉC. XXI
RomanceNa pequena cidade de Meryton, há cerca de duas horas de Londres, viviam Elizabeth Bennet e suas quatro irmãs. A vida era pacata, de cidadãos igualmente modestos e com alguns poucos sonhos realizados. Mas com a chegada da grande festa de aniversário...