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Já faziam mais ou menos quarenta minutos que Lizzie contava carneirinhos, fechava os olhos com força, colocou até música de ninar no celular, mas de nada adiantava. Simplesmente não conseguia dormir. Ainda era cedo mas a ansiedade a levou para a cama, porque não conseguia parar quieta em lugar nenhum. Não conseguia prestar atenção nas conversas de Jane. Em resumo, ela era a pior das companhias nessa noite, não conseguia acompanhar nem mesmo seus pensamentos.
A musiquinha calma de ninar foi interrompida pela forte vibração do telefone, trazendo um pequeno feixe de luz na escuridão. Ela abriu os olhos contra a vontade e se esticou para pegar o aparelho, imaginando que uma de suas irmãs tinha alguma fofoca ou reclamação à fazer. Ledo engano.

Darcy 🤔:
"Sabe de uma coisa? Você não me deu seu número novo."

Eliza:
"Vemos que não precisava."

Darcy 🤔:
"No entanto, você ainda tem o meu. Gostei."

Eliza:
"Não se faça de bobo e me mande logo as fotos de quando fomos mexicanos por um dia."

Darcy 🤔:
- "Deveria ter falado logo com você, mas confesso que não tive coragem. Nossa situação ficou estranha."

Eliza:
- "Entendo você. Senti o mesmo."

Darcy 🤔:
- "As fotos."

Lizzie observou com cuidado como pareciam um casal feliz em lua de mel, talvez? Comemorando um noivado, ou aniversário de um ano de namoro. A forma como se comportavam juntos, era natural, sem premeditações. Como se se conhecessem há tanto tempo que pudessem se corresponder apenas pelo olhar.

Eliza:
- "Ficaram ótimas. Você tá lindo e eu tô só... Eu."

Darcy 🤔:
- "Você é a mulher mais linda que eu já conheci."

Eliza:
- "Obrigada."

Darcy 💓:
- "Te espero amanhã. Tenho que ir trabalhar agora."

Eliza:
- "Bom trabalho. Até amanhã."

Elizabeth se pegou pensando que milionários praticamente não tinham descanso, pra quê desperdiçar tempo quando se pode ganhar dinheiro?
Já era tarde, e a euforia de trocar mensagens com Fitz, agora apaziguava seu coração e pensamentos conflituosos. Ela sorriu, respirou fundo e sentiu seu corpo amolecer. 
Cantou baixinho alguma coisa do Oasis, o sono bateu à sua porta a arrastando lentamente para uma névoa confortável que a abraçava suavemente para um lugar feliz, do alto de Londres, onde ela podia admirar toda a cidade, enquanto continuava entoando Oasis, com uma segunda voz que a acompanhava e que ela conhecia muito bem. 

🌸🌸💛🌸🌸


Lizzie pulou cedo da cama. Sentia-se revigorada, descansada. Sabe aquele dia que você acorda, olha no espelho e diz pra si mesma que sua pele tá boa? Hoje ela enxergava o reflexo de uma Lizzie naturalmente bonita. Maçãs e boca coradas, olhos brilhantes e cabelo domado. Uma noite de sono tranquila, sem interrupções, sem pesadelos, fazia um verdadeiro milagre na vida de uma pessoa.
Sorrindo, foi até a cozinha encontrando um bilhete de sua irmã. Jane às vezes gostava de ser antiquada. Tinham aparelhos modernos, mas ela ainda gostava de usar o punho e esfregar na cara da irmã como sua letra era linda.

"Tenho reunião na empresa. Deixei o café pronto. Quero os mínimos detalhes de tudo que acontecer hoje na casa de Fitz. Rum..."

Era uma querida. Uma irmã a qual Lizzie devotava todo amor e admiração. Seus sentimentos eram puros e verdadeiros. Se pudesse, doaria toda sua felicidade para que pudesse ver seu sorriso resplandecer dia após dia. 

ORGULHO E PRECONCEITO - SÉC. XXIOnde histórias criam vida. Descubra agora