12. 𝐂𝐚𝐥𝐦𝐚𝐫𝐢𝐚

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𝐀𝐭𝐥𝐚𝐬 𝐁𝐞𝐧𝐧𝐞𝐭𝐭

Dois dias.

Faziam dois dias desde a explosão da bomba na ponte, o campo era vigiado vinte e quatro horas por dia, mas tudo estava muito quieto, calmo. Os terrestres podiam ter desistido, se assustado por causa da bomba. Mas ninguém no campo acreditava nessa hipótese, os terrestres iriam atacar, era apenas questão de quando.

Mas aquele silêncio, aquela calma, parecia causar mais nervoso em Atlas. O garoto participava das vigílias no campo, observando as áreas arborizadas da floresta, esperando qualquer retaliação. Nesses momentos, Atlas sente como se estivesse encarando a morte, esperando ela chegar lentamente e levar cada um dos jovens naquele acampamento. Um novo pesadelo para assombrar sua mente durante a noite.

A presença de Bellamy o fazia esquecer esses pensamentos, esquecer do medo constante e dos pesadelos. O beijo no modúlo havia os aproximado, que passavam horas conversando sobre os mais variados assuntos. Atlas se admirava com a capacidade que Bellamy tinha de contar histórias, de forma tão bonita. Segundo Blake, ele tinha herdado essa habilidade da mãe.

Nem mesmo o orgulho e jeito irônico de Atlas podiam fazê-lo negar, ele estava aos poucos se abrindo para o sentimento de gostar de Bellamy Blake e aos poucos se apaixonando por cada detalhe do garoto.

Atlas observava a floresta de cima, procurando a mínima movimentação ou sinal de terrestres com um olhar preocupado, que aos poucos havia se tornado típico. Mas nada é percebido.

A calma é interrompida por Clarke, se aproximando do garoto.

— Finalmente! Encontrei você sozinho. — A loira declara, em um tom de alívio.

— O que quer dizer com isso? — Atlas questiona, arqueando a sobrancelha.

— Bem, mal estamos nos vendo. Quando te encontro, você está com Bellamy.

— Tem algo de errado nisso? — Atlas questiona novamente, com um pouco de acidez. — Quando você se ocupava com Finn, eu não reclamava.

— Não vim para conversar sobre isso com você... — Clarke cruza os braços e Atlas abaixa a guarda, deixando que Clarke continue. — Sinto um pouco sua falta, as circunstâncias desse lugar acabaram nos tornando distantes um do outro.

— Você tem razão, tem um tempo que notei isso. — Atlas concorda. — Você está bem?

— Acho que sim... — A loira mente, recebendo um olhar de repreensão de Atlas. — Mais ou menos, essa calma... Parece uma preparação para algo pior.

— É sim, acredite.

— Nossa, tinha me esquecido de como você é ótimo em consolar os outros. — A loira fala em tom sarcástico.

— Eu sou sim, ok? Fica calma, nós estamos nos preparando para o pior. — Atlas tenta tranquilizá-la. — Jasper disse que consegue fabricar pólvora, com enxofre. Assim, Raven pode fazer minas terrestres.

— Minas terrestres?

— Sim, então cuidado onde pisa. — Atlas brinca, então Clarke acaba soltando um suspiro pesado. — O que foi?

— Não consigo acreditar, que sobrevivemos cem anos, para nos dizimar... — Clarke confessa. — Você entende?

— Sim, também acho que tem de haver outra maneira, sem essa guerra...— Atlas também suspira, olhando para a loira. — Alguma novidade da Arca?

— Nada além do silêncio, já devem estar sem ar. — Clarke responde em tom melancólico.

— Acho que nossos pais tiveram sorte... — Atlas diz. — Pelo menos foi bem rápido...

𝒪𝑢𝑟 𝐿𝑜𝑣𝑒 - 𝐵𝑒𝑙𝑙𝑎𝑚𝑦 𝐵𝑙𝑎𝑘𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora