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— Capítulo 4 —

_ Não acho que seja difícil se lembrar dela, Sr. Grey. Garota bonita, não é? - a policial provocou, se inclinando na mesa.

Christian não conseguia tirar os olhos da imagem. Era um papel grande, mas esse havia quatro fotos diferentes. Uma focava no pescoço, tão roxo e com uma marca perfeita de dedos apertando; a segunda dava zoom nos pulsos, onde também estavam muito machucados, como se alguém tivesse usado algo para amarrar e o fizera muito forte, era possível ver pequenos riscos de provável cortes feridos; e então havia a barriga, havia tantos hematomas ali, não dava para entender exatamente o que era, não dava para ficar em entende uma coisa, roxos e vermelhos estampavam tudo, marcas de dentes e mãos, e apertos; e aí tinha o rosto, o canto do lábio inferior estava com dois pontos, dois cortes grandes no queixo, uma bochecha muito vermelha, e Christian acreditava que aquela era a cor de tempos depois, um dos supercílios também havia dois pontos, e na testa um curativa grande adornava até parte do cabelo.

Os olhos da garota estavam fechados na foto, e Christian agradeceu por aquilo, ele não sabia como conseguiria reagir ao ve-los em volta de toda aquela violência.

_ Eu nunca toquei nela - ele declarou.

_ Sr. Grey - Boyce falou em tom de aviso, a postura mudando porque até há um minuto o outro dizia que sequer sabia quem era a garota.

_ Filho - Carrick também se ajeitou.

_ Nao, eu juro, eu nunca toquei nela. Nós... - ele engoliu em seco, evitando olhar para a foto com hematomas, tentando concentrar os olhos naquela em que a garota sorria tímida para a lente. - Nós nos esbarramos no sábado, era de tarde, conversamos por alguns minutos...

_ Aonde? - o outro policial, que até momento não havia nada, perguntou.

Christian passou a mão pelo rosto, começando a suar frio, o coração batendo de forma sufocada. Ele virou a foto com os hematomas para baixo, aquilo não passando nem um pouco despercebido, e então tentou inspirar o ar.

Aquilo não podia estar acontecendo.

Não podia ter sido ela!

Era impossível, alguém não tocaria numa garota como ela. Nem mesmo o pior monstro de todos poderia conseguir ter coragem para tal atrocidade.

_ Na cafeteria - respondeu.

_ Eu quero um minuto a sós com meu cliente - Boyce interviu, colocando uma mão no ombro de Christian, não querendo que ele falasse mais.

As coisas haviam mudado agora.

_ Sr. Boyce, são apenas perguntas, e se o seu cliente não tem nada a temer, ele pode nos contar desse tal encontro... encontro com a garota que há um minuto ele disse que nunca havia ouvido falar - a policial pontuou, encarando o Grey de forma séria e taciturna.

Christian não se intimidou. Ele realmente não havia feito nada, e toda a sua mente agora girava em torno da porra daquela imagens horríveis.

_ Nos esbarramos na porta da cafeteira, Coffe and Books, ela derramou café na minha camisa e...

_ E se irritou bastante?

_ O que? Não! Nós conversamos apenas - ele insistiu de forma irritada. - Ela ficou constrangida, eu disse que não havia problemas, derramou todo o café dela, eu convidei para pagar outro e nós entramos. Eu juro que foi só isso. Conversamos por uns quinze minutos e então eu saí.

_ E voltou depois?

_ Que coincidência, logo onde a Srta. Steele trabalha - o outro policial provocou.

Os 50 Tons de uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora