- Capítulo 18 -
Ana havia se levantado quando Christian se sentou na poltrona um pouco mais a longe deles, e ela apenas seguiu até lá e se apoiou no braço do assento, se recostando enquanto falava.
Seus pais lhe davam atenção as suas palavras, mas não era como se eles conseguissem evitar mirar seus movimentos tão seguros e confiantes, eles por si dizendo mais do que Ana conseguia explicar dos acontecimentos.
_ E quando eu vi... quando nós vimos, era meio que uma rotina, e eu estava... eu estava tão feliz, era tudo tão natural. Eu me sentia normal, finalmente, me sentia... ficando bem de verdade. Nunca conheci alguém assim, que me fizesse me sentir desse jeito e... nossa, era só o que eu precisava e nem sabia que precisava. Eu estava tão... sufocada, e o Christian era só oxigênio em minha volta.
Ela mordeu o lábio inferior, tirando o cabelo úmido do caminho, os olhos aguados porque seu coração ainda apertava e doía de quando se lembrava do começo, daquelas sensações horríveis de estar presa no próprio corpo e mente, em como parecia que nada nunca iria passar.
_ Não estou dizendo que o Christian é a unica razão de eu estar bem, não estou tirando todos os créditos da fortuna que voces pagam para a minha psicóloga - ela deu um sorriso pequeno, dando de ombros. - Mas ele é muita parte do caminho. E não foi premeditado, por nenhum de nós dois. Éramos apenas amigos, e aí...
Ana engoliu em seco, preferindo encobrir aquela parte de seus pais, mas deixando claro que a relação entre ela e Christian ia além da amizade. Ela passou o braço por ele, se deixando cair do braço da poltrona para o colo dele, que apenas a segurou para sustentar seu corpo, apoiando uma das mãos contra uma de suas coxas.
_ Eu sei que é estranho, esquisito, e que provavelmente ninguém no mundo poderia entender. Mas para mim é normal, eu não consigo, nem mesmo tentando muito, ver igualdade... neles. Então é, para mim, duas pessoas com aparências completamente diferentes - ela falou.
Quase que distraidamente, num gesto automático e reflexivo entre eles, Christian passou a fazer círculos em sua coxa com o polegar, e Ana tinha a mão em sua nuca, acariciando ali os fios curtos do cabelo.
_ E sobre o resto, não há nem como comparar até com Christian sem dizer uma palavra - ela declarou, dando de ombros. - Nao tem como descrever o quanto eu... o quanto eu sinto desde o primeiro momento em que nos vimos, não importa nada do o que aconteceu depois ou o que vai acontecer no futuro ainda. Mesmo que tenhamos tido poucos minutos, quando nos conhecemos, era como se novas estrelas estivessem sendo criadas bem ali, e eu sempre vou me lembrar disso com alegria até daqui ha mil anos - confessou.
E ela não conseguia tirar olhar os olhos de Christian naquele momento enquanto declarava sobre ele para seus pais.
_ Eu não estou pedindo que sintam e aceitem o mesmo que eu, eu nem posso imaginar como é difícil para voces, mas peço para acreditem em mim, e confiem em mim, em como voces me criaram. Eu jamais aceitaria algo, jamais aceitaria alguém que fosse menos do que mereço.
Carla limpou outras lágrimas que insistiam em cair enquanto escutava sua filha falar. Ana estava tão adulta, tão madura, e ao mesmo tempo tão leve, tão apaixonada. Vendo assim agora ela se perguntava como não havia percebido antes? Como não viu que sua filha estava tão diferente? Estava tão cega em meio às tragédia subsequentes, acabou por não ver as coisas boas que também estavam acontecendo, tão desesperada para ver a filha bem que não percebia ela ficando bem de fato.
Ela se aproximou da menina, e Ana quase não conseguiu se impedir de suspirar de alívio quando sua mãe lhe deu um sorriso pequeno, se levantando do colo de Christian após sentir ele deixar um beijo na lateral de sua cabeça.
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Os 50 Tons de uma Garota
Fiksi Penggemar"Você se apaixonaria por um homem que violou seu corpo? E por alguém que tem o mesmo rosto, corpo e sobrenome que ele?"