— Capítulo 5 —
Quando Ana pôde ir para casa já era quase noite. Estava exausta como todos os últimos dias. Subiu direto para o quarto e se deitou em sua cama.
Fora um dia cansativo que a fez lembrar de coisas que não queria dizer em voz alta, mas conseguiu. Se sentia orgulhosa por aquilo.
E então havia ele.
A garota abraçou o travesseiro contra o peito, piscando devagar, o coração voltando a bater rápido.
O homem que aparentemente era o culpado. Foi um baque quando ela mirou seus olhos. Eram diferentes, não havia nada de cruel como havia visto da última vez.
Era ele... Mas não era ele.
Até mesmo sua postura era diferente, ele parecia irritado e cansado, mas os olhos miraram Ana com surpresa e compaixão, as mãos que mexia não na própria gravata não parecendo em nada ameaçadoras. Ana poderia chegar perto dele que ela sabia que não seria machucada.
E aquilo era loucura, ela sabia daquilo também.
Era confuso - e estressante - e ela sentia vontade de chorar por uma vida inteira.
Ao contrário de muitas pessoas que passando por um trauma como o de Ana, ela não se fechou para os outros seres humanos, ela não sentia medo dos outros homens. Mas sentia medo dele, só de pensar sabia que não conseguiria respirar quando o visse.
Mas ela conseguiu. Seu primeiro pensamento foi de ser ele, e estava tão concentrada em não demonstrar medo que preferiu deixar a raiva tomar conta de si. Mas até ela se suavizou. Não sentiu medo enquanto olhou aqueles olhos cinzentos. Seu coração disparou de uma forma desconfortável, mas não apertou como costumava fazer toda vez que ela lembrava daquele momento horrível que passou.
Como podia?
Como podia ter reações distintas para a mesma pessoa!
Mas ao mesmo tempo ela sabia. Sabia que era aqueles mesmos olhos, aquele rosto, aquele cabelo e aquele corpo.
Era exatamente aquele homem. Como era possível não ser ele mais de repente?
Será que estava enlouquecendo? Ana estava começando a duvidar seriamente de sua própria sanidade.
Alguém bateu na porta.
A morena sentou-se na cama e limpou com as costas da mão as lágrimas que escorreram por seu rosto sem ela perceber.
_ Pode entrar - falou para quem que fosse.
Era a policial Stevens, constatou assim que a mulher apareceu atrás da porta.
_ Eu já estou indo, Ana - ela informou, havia sido parte da equipe que acompanhou a garota e seus pais até em casa. - Não se preocupe, uma patrulha ficará na porta de sua casa.
A garota assentiu com a cabeça e fungou. Ainda não havia pegado o culpado então Ana seria vigiada.
_ Hey - a policial se aproximou e se ajoelhou a sua frente. - Vamos fazê-lo pagar pelo que fez, não vai ficar assim. Não importa quão rico ele seja, vai ser condenado.
Ana mais um vez assentiu e limpou novamente o rosto, respirando fundo em seguida.
_ Eu não sei... Não consigo entender. Eu juro que é ele, exatamente daquele jeito, mas hoje... Qua-ando o vi, não tive mais certeza, não era mais ele, entende? - ela confessou baixinho, não querendo soar louca, mas não conseguindo não dizer.
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Os 50 Tons de uma Garota
Fiksi Penggemar"Você se apaixonaria por um homem que violou seu corpo? E por alguém que tem o mesmo rosto, corpo e sobrenome que ele?"