𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟿

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Marchamos de volta para a casa, banhados pela noite fria e escura. Estávamos todos nós, mas na metade do caminho, cada um seguiu seu rumo. Me entristeci de ter que me despedir deles, e acreditava que nunca mais os veria novamente. Seguro firmemente a mão de Mikey.

—Sente frio? –pergunto, tremendo com a brisa gelada que sopra.

—Tô com um pouco. – ele faz uma longa pausa. Com um sorriso, ele continua dizendo. —... Agora, seremos só nós dois. Finalmente vou poder aproveitar cada segundo com você, [nome].  –Sorrio em resposta ao loiro.

Seguimos andando, e ele se assusta de repente ao lembrar de algo ao nos aproximarmos da casa. Eu pergunto-o oque aconteceu, e Mikey me explica, com um choramingo falso.

—Esqueci, [nome]. Esqueci minha CB250T no Templo. E ninguém me avisou.

—Amanhã nós voltamos para pegar. Ninguém teria a coragem de encostar na sua moto. –Puxo sua mão para dentro de casa, mas ele permanece imóvel.

—Amanhã não. Nós vamos voltar agora. –Ele gira os calcanhares, e começa a voltar de onde viemos. Não acredito que vamos voltar dois quilômetros por causa de moto.

Voltamos, e a moto permanece lá, desde mais cedo, intacta. Mikey suspira fundo, aliviado. Antes de montar, ele observa seu veículo carinhosamente, e passa as mãos no assento, guidão, e se abaixa para checar as rodas.

—Sobe aí. – Ele sobe em sua moto, e agora o vejo contente. Faço o que o loiro pede, e agarro sua cintura, cruzando as ruas de Tokyo. —Obrigado por voltar comigo, [nome]. Eu não dormiria hoje sem ela.

—Eu quero um pagamento. Não existe pernas que aguentem andar tudo isso duas vezes.

—Eu também mereço. –Ignoro o comentário, e apenas aguardo chegarmos novamente em casa.

...

Destranco a porta, e entramos rapidamente. Mikey se joga no sofá feito uma criança exausta. Me aproximo e subo em cima dele, olhando-o de cima. Posiciono meus braços para ficarem entre sua cabeça.

—Meu pagamento. 

—Como quiser, senhora. –ele põe meu rosto entre as mãos e puxa-o, iniciando um beijo profundo e carinhoso.

Ele me beija como se fosse a última vez, e suas mãos passeiam pelo meu corpo. Não precisa de palavras para descrever tudo o que ele diz durante esse beijo. Quero entender por que os últimos beijos dele tem sido com tanta saudade. Sua boca está por todo o meu corpo, seu peito sobe e desce sem cessar. Ele leva suas mãos para minha cintura, depois a lombar, e me puxa para sua direção. Desce-as para as juntas atrás do joelho e puxa minha coxa para si, e eu sento em cima dele com o movimento. Mikey continua beijando de leve vitorioso, e agora sua mão está na minha nuca.

Minhas mãos acariciam seu cabelo, e vez ou outra levo para seu peito, sentindo seu coração querer sair dele.

Nós mudamos de posição, ainda com os lábios colados, e agora estou sentada em seu colo, com as pernas dos dois lados, sua mão apalpa minha bunda e a outra minha nuca. As minhas estão em seu maxilar e peito, enquanto deixo chupões em seu pescoço, fazendo-o arfar. Cada toque, cada beijo, cada carinho, eu sinto-me completa. Mikey separa nossos lábios por um momento, e sussurra, com dificuldade de retomar o fôlego:

—Se um dia eu precisar partir – Seu olhar continua em minha boca, e a testa encosta na minha. — Você vai sentir minha falta?

Me surpreendo com essa pergunta, pois ele não vai embora. Ele acabou com a Toman, mas não com nosso relacionamento. Não sei como me sentiria se ele partisse de repente. Ele é maturo o suficiente para acabar uma relação de forma correta, e não simplesmente partir. Meu coração quase sai pela boca, agarro seu pescoço, e sussurro de volta:

𝙔𝙤𝙪𝙧 𝙏𝙞𝙢𝙚,  𝘔𝘢𝘯𝘫𝘪𝘳𝘰 𝘚𝘢𝘯𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora