No capítulo anterior: Gael não respondeu imediatamente, fazendo um biquinho. Considerou por alguns instantes, se rendendo a assentir e dar mais um abraço de despedida antes de ir ao encontro dos braços de Soraya, que esperava pacientemente na porta de entrada.
Elas mesmas não sabiam lidar ainda. Mas, Simone sabia que aquela, seria uma das últimas vezes em que diria aquelas palavras ao filho. Pois havia a genuína esperança que o encaminhamento a seguir, seria positivo. E, que ela jamais teria de se despedir do filho, ou da esposa, outra vez.
Se ajustaram àquela nova velha rotina. Não havia propriamente nada de novidade, mas tudo era uma grande surpresa. Desde os momentos tranquilos que compartilhavam no trabalho, até a candura que tinham em se olhar ao se despedirem no estacionamento. Já era um senso comum que não estavam separadas fisicamente, mas, as pessoas começaram a notar a ausência do clima gélido que havia se instaurado no passado das duas. Por mais que discretas, havia um sorriso mais longe ao se verem de longe, e uma graça imensa no olhar ao se encontrarem.– Você dizia... – Simone estava séria, passando suavemente a lateral do sapato pela panturrilha de Soraya, por debaixo da bancada.
– Que comprei um vinho. E que a Mari está mais que satisfeita com o dinheiro extra do pernoite. – Soraya falou olhando para frente, como se estivesse dizendo algo sério, disfarçando.
– Você já sabe o endereço, não sabe ? – A senadora mais velha rabiscava num papel com a mão esquerda, distraída.
– Não me torture dessa forma, já basta o último mês. – Soraya esbarrou o pé de volta, ajeitando a postura.
– Combinado é combinado. – Simone se levantou, deixando a conversa por finalizar. Ela abriu um sorrisinho discreto de canto, enquanto começava a socialização com os outros membros do Senado. O clima entre as duas não poderia estar melhor, em exceção de uma pequena parte que não haviam colocado em prática desde de que decidiram recomeçar. E Soraya, estava parcialmente decidida a arremessar esse arranjo da janela mais próxima, não o fazendo em respeito à sua tentativa de ser uma pessoa mais calma e serena.
Aquele dia foi recheado de fotos, desde o sorriso amplo de Soraya ao cumprimentar Simone naquela manhã, até o momento em que se sentaram lado a lado durante a reunião. As fotografias mostravam perfeitamente uma imagem que não foi vista por muito tempo, já que insistiram tanto em se afastarem no passado. As duas senadoras haviam feito as pazes, e qualquer pessoa que olhasse de longe conseguiria ver. A movimentação política não para, e tudo parecia correr a todo vapor, até no relógio.
[...]
Arrumando a bagunça que Gael havia deixado ao assarem biscoitos de formatinhos na noite anterior, Simone estava procurando a última forminha do conjunto quando escutou a campainha tocando. Havia avisado na portaria que receberia visitas, então, nem precisariam intefornar. Abriu a porta, sorrindo amplamente ao ver o semblante tranquilo de Soraya vestida inteiramente de cor de rosa, como havia a visto mais cedo, só que mais bonita e iluminada pela luz do corredor amplo. A segunda olhou para baixo antes de sorrir, repousando os olhos no branco da camisa entreaberta, revelando menos do que gostaria, mas mais do que lhe era decente.
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Diga que me odeia [HIATUS]
أدب الهواةAh, o orgulho. Até onde o orgulho pode levar alguém? O que você faria para provar que tem razão? Quais limites destroçaria ? Quantos outros sentimentos teria que engolir para mascarar o que verdadeiramente sente ? Se não se perguntou nada disso ai...