Capítulo 6

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Tessa




O que eu faria? Ele sentiu pena de mim e isso me magoou, algo que eu odeio, é a pena, pessoas me achando incapacitada de algo, me limitando a algo. Mas eu também preciso do emprego, mesmo que seja difícil eu quero e preciso tentar, além disso eu estou um lixo e precisava particularmente de um banho.

-Só isso? –Levantei uma sobrancelha.

-Só isso? –Disse George franzindo a testa- Eu particularmente acho que: morar no castelo, ganhar comida de graça, roupas e ainda um salario, já é bastante para uma ladrazinha de quarta categoria. –Eu abriu a boca surpresa, e com raiva.

-Quarta categoria, eu vou meter uma quarta categoria na sua cara se me chamar assim de novo! –Eu grunhi com raiva e com desprezo, me levantei e cheguei muito perto das, conseguia sentir o gelado das grades de ferro intocadas nesta manhã.

-Calma vocês dois! –Mostrei os dentes para o príncipe. Ele me encarou com curiosidade e se virou para mim se aproximando das grades- Não eu tenho pena de você, não é caridade como todos acham que é, você luta bem, consigo sentir isso, e merece uma chance de deixar os outros verem seus talentos, em vez de serem usados para roubar, você poderia usar para um bem maior.

Eu o encarei, estava pensando em que falar.
-Se por acaso ou aceitar, eu vou ganhar salário? –Ele me encarou e ergueu uma sobrancelha, não acreditava em mim mesma, eu ia aceitar mesmo isso.

-Quer dizer que você está considerando?

-Responda a pergunta. –Falei com um ar seco.

-Sim. Na média de 10 a 11mil euros por mês. –Eu estava surpresa 10 mil!! Era muito dinheiro, e ele aparentemente viu a surpresa em mim porque uma sombra de um sorriso malicioso passou por seu rosto. Mostrei-lhe a língua. –Então está dentro?

Balancei a cabeça com um arrependimento.
-Sim...

Porque eu fiz isso, eu não tenho certeza, mas sei que vai ser melhor para mim, pelo menos melhor do que ficar na prisão e ser condenada culpada por roubo agressão e tentativa de homicídio.
-Ótimo! –Disse o príncipe herdeiro, marchando em direção a porta.

-Alooo? –Eu ainda estava dentro da cela.

-Certo, foi mal. –Ele pegou a chave que estava no balcão e levou a tranca- Certo, está livre, -Disse ele esgaçando a porta- vou te ajudar a buscar suas coisas em sua casa, para levarão castelo. –Mesmo achando que morar no castelo era exagero, eu deixei pra lá esse pensamento.

-Porque? –Eu indaguei saindo da cela e parando bem no batente da porta.

-Não, posso te ajudar a buscar suas coisas?

Eu o olhei de cima a baixo e mordi o lado de dentro da boca.

-Tá vamos lá. –Dei um leve aceno para que o príncipe e o guarda me seguissem, George deu um leve suspiro e encarou o príncipe, como se comunicassem pelos olhos.
Por deus o que será que estavam pensando.


Seguimos por dois bairros, eu na frente para mostrar o caminho, o herdeiro no meio, e o George atrás, provavelmente por causa da segurança de Noah. Chegamos finalmente a meu apartamento, era um prédio alto e de tijolos, não tinha muita coisa, mas era aconchegante. Entramos além, e parei na porta de minha casa.

Os dois estavam me encarando.
-Você não vai entrar? –George estava impaciente.

-Vocês são curiosos demais para deixá-los saber onde escondo a minha chave. –Ele revirou os olhos evirou de costas, o príncipe fez o mesmo sem questionar.

Remexi o vaso em que eu deixei a chave e a peguei, segurei a maçaneta, ainda sem colocar o chave no buraco e a porta abriu, um rangido enorme soou e eu dei um passo pra trais esbarrando nas costas do príncipe, de surpresa, de medo.

-O que foi? –ele me perguntou virando em minha direção, George fez o mesmo.

-Não deu tempo de eu colocar a chave no buraco, tem alguém ai dentro. –Disse eu sussurrando. Os homens se encararam.

Sua Realeza realOnde histórias criam vida. Descubra agora