Capítulo 9

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Noah



Eu olhei profundamente em seus olhos, tão bonitos, azuis como um cristal, estávamos perto de mais, mas ela se afastou, virou em direção ao céu e o encarou, sua postura estava intacta, sem nem oscilar. Me encontrei de novo, e também olhei em direção ao céu, passei pela janela e fiquei ao seu lado, ela era muito baixa ao meu lado, seus cabelos oscilavam ao vento e a encarei. Não queria perguntar porque ela se afastou mas eu queria saber o motivo. Eu era um príncipe herdeiro tinha que me recompor.

Ela ajeitou a saia, era um vestido simples mas bonito, era marrom na saia mas na parte de cima era branco, pouco acentuado e estava sujo.

Tessa me encarou, seu rosto estava sério mas em seus olhos tinham uma sombra de um sorriso meigo. Ela voltou seu olhar para o céu e pigarreou.

-Não precisamos comentar nada... -Eu ainda a encarava. Ela olhou para os lados e se aproximou da escada que estava a alguns metros, e começou a desce-la.

-Aonde você... vai?

-Pera aí... -Ela foi em direção a janela e a atravessou, pegou uma folha de papel em uma gaveta da pequena cômoda, pegou um pote de tinta branco e escreveu com o dedo.

Ela limpou o dedo em uma toalha e passou novamente pela janela...
-Bem... continuando, eu estava pensando... viemos aqui só para pegar meus pertences, daqui a pouco meu irmão vai quebrar a porta e vai ler o recado que dizia que Era para pedir a George levar uma pequena mala preta em cima da cômoda do meu quarto ao local onde nos vamos.

-E... onde nós vamos? -Ela me olhou de cima abaixo.

-Vocês não me garantiram um ''lar''. -Ela disse fazendo aspas.

-É!

-Então? -Falou gesticulando a mão para eu falar onde ela vai morar.

-No castelo. -Ela arregalou os olhos e me fitou por um longo período de tempo, depois se virou para o céu novamente e deu um assobio baixo.

-Porque você ficou tão... surpresa?

-Hamm... Porque morar no castelo exige ser membro da nobreza. -Falou como se fosse obvio.

-Ou... quem trabalha pra nobreza, que é o seu caso. Então não se preocupe com isso. Vamos? -Falei apontando para a escada, ela ainda parecia perplexa, mas me seguiu mesmo assim.

Chegamos ao castelo, ele é bem... grande, não que eu não goste de espaço, mas quando eu quero dizer que é grande eu realmente não estou brincando.

-Isso é muito grande... -Ela arfou.

-Não é?! -Afirmei rindo um pouco.

Passávamos pela porta quando uma carruagem chegou, minha mãe, ela desceu e me encarou com severidade, mas quando voltou seu olhara garota ao meu lado sorriu docemente.

-Olá?! Acho que você é a garota em treinamento, pra guarda, você é muito bonita! -Disse ela com um entusiasmo na voz. Apenas balancei minha cabeça negativamente. Tessa se curvou delicadamente para minha mãe e deu um sorriso verdadeiro.

-Majestade! Sim sou a garota... acho e muito obrigada, você também é maravilhosa! -Disse com um tom de delicadeza mas com um sorriso no rosto. Ela olhou a garota de cima a baixo e me olhou também, ela viria conversar comigo mais tarde... aposto.

-Bem... vou deixar que lhe mostrem seus aposentos, mas você parece um doce, se precisar de alguma coisa é só me chamar.

-Ok! -Falou abrindo passagem para ela entra no castelo.


Passamos por muitos corredores, pela cozinha, a sala de treino, sala de musica, sala de reuniões, pelo meu quarto, pelo quarto de minha mãe e pelo quarto de meu irmão, só para ela ficar ciente que se precisar de ajuda sabe onde chamar. Não mostrei o quarto do meu pai porque.... bem é o meu pai.

Chegamos ao seu quarto, que ficava na área dos funcionários mas ela não pareceu se importar.
-Aqui estamos... seu quarto! -Ela encarou a porta e inspirou, me olhou e voltou a olhar para a porta, encostou a mão na maçaneta e expirou, e girou-a na mão.

Olhou para o quarto e sorriu, ele era grande e verde, mas bonito, tinha dois espaços, a entrada que era grande e tinha uma lareira enorme, com poltronas, com quadros e tudo mais, e tinha o quarto, que tinha um tom azulado, uma cama grande mas simples, um piano, uma estante de livro e um armário.

-Acho que esse é o quarto mais chique que um empregado conseguiria. -Seus olhos brilharam ao ver a estante de livros.

-Você gosta de... ler?

-Quem não gosta? -Respondeu, mas levantei a mão em rendição.

-Eu?! -Ela fez uma careta, mas voltou a olhar o quarto, seu olhar parou no piano, era de madeira escura, e muito bonito. -Você gostou... do piano? -Ela apenas balançou a cabeça em afirmação. -Sabe tocar? -Ela chegou mais perto dele, e passou a mão pela parte de cima.

-Sei, aprendi com cinco anos. -Ela virou em minha direção e me lançou um olhar de gratidão, sorri de leve.

-Toca?

-Perdi a pratica... -Disse ela mordendo o lábio superior. Dava pra ver que era mentira, mas decidi não força-la, se ela não queria eu entenderia. E acho que ela entendeu porque me lançou outro olhar de gratidão.

Ela se jogou na cama bagunçando-a e sorrindo.
-Obrigada!

-De nada! -Respondi, mas honestamente não sabia o porquê de estar me agradecendo.

Decidi deixa-la no quarto sozinha, e seguir para o meu, para também ficar sozinho.
Sentei em minha cama porque sabia que minha mãe já estava na soleira da porta.
-Ela é bonita. -Disse cruzando o braço e se aproximando de mim.

-Não... percebi! -Falei. Ela levantou uma sobrancelha.

-Sei. -Ela se sentou em minha cama. Sua expressão levava pena e sorriu para mim. -Não se apaixone por ela, ela é... diferente...

-Mãe! Eu esperava isso do meu pai... não de você.... Não gosto dela, ela é legal, mas é apenas uma amiga. Além disso, não juguem alguém por sua família.

-Eu não estou julgando ela pela sua família... é só que achei meio estranho ela com aquela... roupa...

-Você a esta julgando, sério.... -Eu balanço a cabeça negativamente- ELA NÃO TEM DINHEIRO PRA COMPRAR ROUPAS COMO AS SUAS, QUASE NINGUÉM TEM DINHEIRO PRA COMPRAR ROUPAS IGUAIS AS SUAS! -Falei com uma tom alto de mais

Sua expressão de espanto já dizia que eu havia exagerado, mas como que eu deveria agir, eles eram agressivos e tóxicos com as pessoas ''diferentes'' que entravam em minha vida.

Ela logo depois saio do meu quarto quase batendo a porta, e eu me senti um pouco mal por ter falado aquelas coisas, sim... tínhamos dinheiro, mais que a maioria, e sim... ajudamos muitas pessoas, mas eu sinto que faço pouco em relação a minha posição na politica, serei rei ainda esse ano, mas... eu ainda não sei o que irei fazer, não sei como representar meu país, não consigo conversar com outros políticos sem começar a ficar com raiva do que eles falam; A maioria é racista e sexista, e eu não quero esse tipo de pessoa no poder, mas eu não consigo falar com eles, então como eu posso mudar um país inteiro, o melhor reino atual, se eu não consigo expressar minhas opiniões?

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