Capítulo 20

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Tessa







Eu meio que fiquei sem jeito quando ele perguntou pra mim como acabei aqui em Londres. Sabe muita gente me pergunta mas não é O Grande Rei da Inglaterra, ou sua realeza real, ninguém realmente importante já se incomodou em perguntar de onde eu venho, e eu também nunca me incomodei em responder. Mas mesmo assim, quando ele perguntou eu meio que fiquei paralisada, eu não sabia como falar, nem o que falar, ou como não deixar o clima pesado. Mas eu não consegui. Achei corajosa a ação da Nova e também agradeço, mas ainda acho que não foi uma boa ideia ter vindo comer com eles.

Depois da conversa nada agradável, eu e Nova fomos à seu quarto.
-Sinto muito.... por ele.... sabe ele é meio insensível. -Ela esta sentada em sua cama.
-Tudo bem! Eu só me assustei um pouco por causa.... sabe? De alguém importante querer saber a minha história. -Me ajeitei na poltrona que estava.
-Eu sou alguém importante e fiquei interessada por sua história. -Diz ela fingindo estar ofendida.
-Você sabe que não é assim. -Jogo uma almofada em sua cara e começamos a rir que nem duas loucas.

Alguém bate em nossa porta e nos assustamos. Eu me levanto da cama e abro a porta.
Meu irmão;
-O que você quer? -O olho de cima a baixo. Nova me olha da cama, onde estávamos sentadas conversando e comendo o dia inteiro. Meu irmão estava pálido e sua boca tremia, sua roupas estavam surradas e seu cabelo bagunçado. Seus olhos castanhos não estavam mais com aquele brilho. E então percebi....
Cai de joelhos, tudo ficou enevoado, lagrimas escorriam dos meus olhos. Me recostei na porta aberta e abracei meus joelhos, chorei e chorei e chorei. Senti alguém me abraçar, mas eu estava tão quebrada que nem mesmo me importei. Vi a imagem do meu irmão na porta com a cabeça baixa e as mãos no rosto. Logo vi Nova ao meu lado, abraçada e me acolhendo em seus braços. Ela também chorava em silencio, provavelmente se deu conta do que aconteceu.
-Vai ficar tudo bem! -A voz era como um sussurro, minha cabeça estava cheia e vazia ao mesmo tempo, eu não conseguia pensar, nem agir, nem fazer qualquer outra coisa. 
Eu juro que se Nova não estivesse ali, eu teria caído em um poço profundo e provavelmente nunca sairia.
Minha cabeça doía e minha visão girava, fiquei sentada, com Nova ao meu lado e meu irmão em pé em outro, por muito tempo. Muito tempo, mas pouco ao mesmo tempo. Não sei nem como explicar a sensação de saber que seu irmão, seu melhor amigo, sua família, morrera. Que ele era sua única família, e foi quem te consolou com a morte, com a morte de muitos, mas ao mesmo tempo, de poucos. Porque nenhuma daquela mortes me atingiram tanto quanto a dele. Nenhuma delas me deu vontade de me rasgar viva. Talvez porque eu era nova, mas mesmo assim, eu não sinto nada mas tudo ao mesmo temo, eu sinto dor e não sinto nada, sinto arrependimento, mas felicidade por eu ter tido ele como irmão. Sinto saudade e raiva e dor tristeza e tudo o que eu conseguiria sentir.

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