✧ Eles existem? ✧
— Pronto! — Minha mãe abriu a varanda para refrescar o ambiente — Espero não te encontrar mais lá embaixo. Tô de olho em você, mocinho! — deu-me um beijo de boa noite e me empurrou na brincadeira, o que me fez cair na cama. Apagou a luz e saiu, deixando-me sozinho. Não sei por quanto tempo.
Acho que fiquei somente uns quinze segundos deitado, com o corpo em alerta. Levantei-me e fui logo acender a luz a do quarto e de um abajur ao lado, que era para iluminar tudo mesmo.
Que ridículo! Parecia que eu tinha novamente sete anos de idade, ou menos até.
Mas não estava com medo à toa. Nunca iria imaginar que estaria numa situação como esta. Isso logicamente não deveria existir! Pelo menos na minha opinião até então. Se me perguntassem sobre isso há algumas semanas atrás, iria rir de quem fez essa pergunta. Mas olhando para aquele quarto em que eu estava, esse questionamento deixou de ser algo besta e passou a ser o meu maior temor, pois agora sabia muito bem a resposta.
E para o meu azar, somente eu naquela casa inteira sabia responder a essa pergunta. Por quê?
Sim, eles existem e eu vi um. O espírito de uma garota.
O vento vindo da sacada esfriou o quarto, não sei dizer se estava arrepiado por conta disso. Acho que ela não vem esta noite.
Mas para o meu desespero, logo que pensei nela, vultos passaram por mim. Rodopiei no lugar tentando enxergar com quem estava lidando e quando vacilei, algo rasgou meu pijama, próximo à batata da perna. Corri para sair do quarto, mas girei a maçaneta em vão. A porta estava trancada. Minha mãe não seria louca de me trancar aqui, seria? Corri então para o banheiro, mas este também se encontrava fechado. Aonde enfiei a maldita chave?
— Stefany! Abre a porta, por favor! — Supliquei, batendo na porta com desespero — Abre logo, que inferno! — Ninguém me atendia. Corri para a outra porta — Mãe! Socorro! É sério, poxa! — Ninguém me ouvia nesta casa, eu precisava fazer algo. Lembrei-me da varanda. Dei dois passos em direção a esta, mas as portas se fecharam abruptamente, barrando a saída. Foi então que ouvi o som de um riso feminino. Só podia ser aquela garota. Não pedi para estar aqui, será que ela não vê isso?
Não sabia o que fazer. "Parado aqui eu não vou ficar", pensei comigo. Sem raciocinar direito, enfiei-me dentro do grande armário que havia no quarto e me tranquei lá. Bem, trancar não podia pois não havia chave.
Isso está ficando impossível.
Olhei para a barra da minha calça. Havia um corte no tecido com um tamanho considerável. Estava correndo perigo parado ali dentro.
A luz do quarto se apagou. Só restou a luz do pequeno abajur ao lado da minha cama. Eu tateava as paredes do armário, não me sentia seguro ali. Ouvi som de passos pelo quarto. Concentrei-me a olhar pelas frestas da porta, mas não via ninguém.
Isso não podia ser real!
Mantive-me quieto como uma estátua, como se fosse adiantar alguma coisa. Ouvia o som da minha própria respiração e... os passos. Esses últimos foram se aproximando de onde eu estava.
Por instinto, afastei-me rapidamente da porta. Mas ao fazer isso, senti uma pontada muito forte na mão esquerda. Assim que a estendi à minha frente, vi algo escorrer pelo meu pulso.
Tonto, minha atenção voltou para as frestas da porta. Vi seu rosto sombrio, os olhos vidrados em mim. Arfei, e sem enxergar mais nada, desabei no fundo do armário.
Oie!
Essa seria a hora que terminaria a história e desceria os créditos? (se fosse um filme rsrs)
Acho que não, hein!
Ainda temos um longo caminho pela frente...
Te convido a continuar acompanhando essa história, em breve publico mais um capítulo!
Não fique com medo, estou aqui segurando sua mão ❤
bju!
⚝ Babi
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O Segredo da Chuva
Teen FictionEm busca de novos horizontes, uma família decide se mudar para uma cidade litorânea, chamada Colina Azul. Bernardo, um nerd adolescente de dezesseis anos de idade, é o filho mais velho. O rapaz e sua família passam a morar numa casa antiga e mais in...