Verdades difíceis de serem ditas

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Obs: este capítulo contém gatilho de abuso sexual. Peço que, caso não sintam-se a vontade, pulem.

O clima estava extremamente desagradável no quarto do futuro imperador . Após a saída do doutor Kim e a chegada do príncipe Min-kyu, todos os guardas se puseram do lado de fora do cômodo, sob ordens da Imperatriz.

— Filho, por favor. Preciso que nos escute com atenção. — Jungkook encarou a mãe. Ela estava nervosa, o forte aroma de baunilha e avelã a denunciava.

Jungkook optou por não se exaltar. Caius já havia lhe dito a verdade. Bastava saber os detalhes e, com isso, escolher a forma como lidaria.

"Não faça besteira, garoto. Espere que contem tudo. Não me obrigue a sair e lhe dar uma surra."

Jungkook revirou os olhos. Péssima hora para seu lobo tomar o controle de seu corpo — pensou.

— Jungkook — Jun-ho se aproximou, ajoelhando-se em frente ao príncipe — Você deve saber as histórias de como eu desapareci durante uma missão.

Jungkook assentiu, ainda encarava o homem. Não negava, ele se parecia muito consigo e com Min-kyu. Não havia semelhança entre Jun-ho e o imperador.

— Durante a cerimônia de casamento de sua mãe, meu irmão me chamou. Mostrou-me uma carta, haviam provas de que a tribo do norte nos atacaria aquela noite. — Respirou fundo — Ele me pediu para averiguar, eu era o General da tropa Imperial e responsável pela segurança do Palácio. Quando chegamos ao local indicado, não havia nada. Sem rastros de cavaleiros do norte ou ataques. Então, decidi voltar com meus homens. Fomos interceptados a poucos quilômetros da cidade. Dezenas de flechas cortaram o céu. Eu não usava escudo — Retirou a camisa, mostrando uma grande cicatriz em seu peitoral — Meu lobo não estava bem, não consegui me transformar a tempo, uma flecha atingiu meu coração. — A mão da imperatriz percorreu a cicatriz do amado — Acordei uma semana depois, em uma cabana afastada e com uma dor infernal no corpo — Sorriu triste

Jungkook olhava atentamente para a cicatriz do homem. Os olhos já não oscilavam entre pretos, azul e violeta. Caius já não o controlava mais.

— Um xamã me encontrou jogado em uma vala. Ele usou ervas medicinais em mim durante muito tempo, até que eu estivesse cem por cento recuperado. Poucos meses depois, recebi a notícia de que a imperatriz havia dado à luz a gêmeos. Eu sentia e sabia que vocês eram meus filhotes. Não houve um dia em que eu não imaginasse como vocês seriam. Se teriam meus traços ou os traços de sua mãe — Uma lágrima solitária deslizou pela face de Cho-hee, sendo prontamente secada pelos dedos do amado.

Jungkook observou aquela cena. Não sabia o que pensar. Estava confuso. Seu irmão sorria para eles.

Deveria estar feliz?

Agora poderia ter amor, família e um lar pacífico?

Não, não poderia. Não sem antes causar dor a quem lhe tirou algo precioso.

— Por que não apareceu antes? Se já sabia que existíamos — Perguntou de forma dura

— Eu não podia. Não tinha cavaleiros e aliados suficientes para vencer uma possível guerra. Meu irmão certamente me mataria, não sem antes matar vocês.

— Você disse que sentiu quando eu acordei. O que significa?

— Meu lobo está ligado ao seu lobo e ao de seu irmão — Encarou Min-kyu — No dia do ataque, eu senti sua dor, não só a dor física. Senti quando a espada foi cravada em seu coração. Assim como a lança foi cravada em seu irmão — Suspirou

Comandante das Sombras (JJK + KTH) - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora