Descoberta

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*Horas antes do jantar*

— Você tem certeza absoluta de que não está enganado?

Jungkook segurava algumas cartas e um falcão ao redor dos dedos. Sentia que havia algo de estranho com o comportamento do rei Seo-joon e sua família. Até onde se lembra, a família Park odiava o clã Jeon. Sempre que tinham a oportunidade, recusavam-se a comparecer aos festivais e celebrações dadas pelo imperador.

— Sim, meu príncipe. Eu mesmo verifiquei. As cartas batem exatamente com a caligrafia do rei Seo-joon e do príncipe Hyung-sik.

Jungkook guardou-as  no bolso de sua calça. Alisou com carinho a cabeça do falcão marrom.

Jungkook tinha fascinação pelo animal. Adorava quando os falcões pousavam próximo a si. Após muita insistência, conseguiu que um domador de falcões lhe ensinasse — quando ainda era criança . Mesmo sendo príncipe, a tarefa para tal se dava exclusivamente à classe de domadores.

— Então os filhos da puta tinham tudo planejado. — O vinco formado em sua testa dava indícios de sua irritação. — Quantos cavaleiros vieram com a comitiva do rei? Precisamos detê-los, mas sem chamarmos a atenção. Reúna os melhores homens, Minho. Não podemos falhar, caso contrário, teremos um banho de sangue.

O homem assentiu. Minho era um simples cavaleiro da tropa imperial. Sua lealdade estava apenas ao trono. Independente de quem senta-se ali ou cuspisse as ordens. Lutaria pelo império, assim como seu pai.

— Sim, senhor. Peço licença para me retirar. — Antes que o Jeon permitisse, segurou no antebraço do homem. As orbes bicolores lutavam por controle contra as orbes negras.

— Se falhar, cortarei suas mãos e enviarei seus restos em uma caixa, endereçados em nome de sua esposa e filhos. — O homem suspirou, assentindo. — Mas, caso consiga neutralizar o inimigo, será promovido a General, bem como doarei alguns hectares de terra e cavalos. Não decepcione o Império, Minho. — A voz de alfa estava presente. O humor inconstante de Jungkook havia voltado com tudo.

— Agradeço a gentileza, meu príncipe. Antes do amanhecer, colocarei todos os soldados nas celas do  calabouço. Não lhe decepcionarei.

Jungkook o deixou ir. Estava atrasado para o jantar — talvez todos já estivessem embriagados e jogados no salão nobre. Para os governantes, beber ao ponto de cair não era sinônimo de vergonha, muito pelo contrário.

                                           🐺

O rei e sua família foram escoltados até seus aposentos provisórios. Generais da tribo do norte faziam a segurança do local. Não queriam correr o risco da família fugir, ou de alguém tentar invadir o local.

Não havia mais ninguém além de Jungkook e Taehyung no salão. O imperador e imperatriz foram os primeiros a se recolherem. Jun-ho estava tão feliz que bebeu mais do que seu organismo aguentava, sobrando para a amada cuidar do homem. Min-kyu se recolheu em seguida, sendo acompanhado por Wang Yugyeom — com o trato entre a tribo do norte e o clã Jeon, os dois concordaram em casar-se. O herdeiro Jeon pediu um tempo para se conhecerem antes da união ser consolidada através da marca.

Jimin e Yoongi sumiram — pela expressão do ômega — a noite dos dois seria longa. Mas antes de partir, Jimin aconselhou o amigo a conversar com o alfa e resolverem seja lá o que eles tenham para resolver.

— Vai ficar bufando e revirando os olhos para mim até quando? —  Jungkook bebeu o restante de seu vinho, levantando-se. As bochechas avermelhadas denunciavam a embriaguez parcial do homem.

Taehyung revirou os olhos novamente. Estava indignado com a atitude do alfa. Em uma luta interna entre expor tudo o que estava sentindo e se calar, decidiu por expor de uma vez por todas. Jungkook teria que lhe ouvir.

Comandante das Sombras (JJK + KTH) - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora