Comandante das Sombras (JJK + KTH) - ABO

Herdeiros

Longos meses haviam se passado desde o retorno do campo de batalha.

O nome de Jungkook se tornou popular dentro e fora do Palácio. Países vizinhos sonhavam em conhecer o grande Comandante das Sombras — o homem que levou uma legião à glória. O homem que conseguiu unir alfas, ômegas e betas.

Jungkook cumpriu seu juramento — uma lei fora criada, visando combater todo e qualquer preconceito e desigualdade entre as raças. Alfas lúpus não eram mais endeusados como antes. Betas não eram inferiorizados e ômegas tinham ainda mais espaço nos exércitos e cargos de alto escalão — havia uma parcela que sonhava com um casamento entre seus filhos e os herdeiros de Jungkook.

Jeon Jun-ho e Jeon Cho-hee partiram logo após o nascimento dos netos, optaram por viver nas terras do Norte — os gêmeos nasceram na primavera.
Taehyung sofreu durante três dias, febre, oscilação de humor, a dor lhe corroía o ser, ossos sendo quebrados e dando lugar a um grande lobo de pelagem cinza, olhos azuis como o oceano.

Jungkook roeu as unhas, arrancou os cabelos e exalou seus feromônios de ansiedade a cada uivo dado por seu ômega — no último uivo, dois filhotinhos vieram ao mundo. O Jeon queria chorar de tanta emoção. Taehyung lhe proporcionou uma felicidade indescritível. Jungkook transformou-se em lobo e deitou ao pé da cama, velando pelo descanso de seu ômega e filhotes.

A sinfonia de aromas era algo gostoso, lavanda, eucalipto, hortelã e abacaxi — a família estava completa. Jungkook não precisava de mais nada.

                                           🐺

Jungkook terminava de pregar a placa de "não entre, sujeito a dois lobinhos ferozes" na pequena casa da árvore — o projeto durou cinco longos anos, ele não queria fazer sozinho, optando por esperar Hyeon e Kwan terem idade suficiente para lhe ajudar.

Os gêmeos eram idênticos ao pai alfa — cabelos negros como a noite, nariz de batata, boca pequena e avermelhada. Mas o diferencial dos gêmeos, além do aroma era que; Hyeon e Kwan tinham olhos cor de violeta — mas, em forma lupina, ambos tinham olhos de coloração castanha.

— Papai, vai demorar muito? — Hyeon perguntou, encarando a casa de cor azul petróleo. Batia os pezinhos impacientes. O alfinha estava louco para subir às escadas e mostrar aos seus amiguinhos o projeto feito por seu pai. — A Yuna quer muito ver por dentro.

Jungkook sorriu de orelha a orelha, encarando a farra mais ao longe.

Yuna era filha de Jimin e Yoongi — tendo poucos meses de diferença entre os gêmeos e ela.

A garotinha tinha muitos traços do pai ômega: bochechas inchadinhas, cabelos negros e olhos pretos, a pele pálida havia sido herdada do pai alfa, além do nariz.

— Estou quase terminando, filhote. — Jungkook encaixou a placa e afastou para olhar sua obra prima. O sorriso não abandonava seu rosto. — Onde está o seu irmão?

O garotinho deu de ombros.

Os olhos brilhando em ansiedade. Participou ativamente na construção da casa de tom azul petróleo, além de escolher decorar seu lado da pequena casa com a mesma cor — havia feito um trato com Kwan — cada um enfeitava o seu lado da casa da árvore como bem quisessem.

— Prontinho. — O alfinha encarou o pai, o sorriso sendo compartilhado — Vá chamar seu irmão e seus amigos.

O garoto assentiu, correndo até onde seus amiguinhos estavam.

Jungkook sentiu o cheiro de lavanda entrar por seu olfato, as longas mãos lhe abraçaram por trás. Arrepiou ao sentir um selinho em seu pescoço.

— Ficou perfeito, Gguk. Você é o melhor pai do mundo. — O alfa se virou, encarando o ômega. Deslizou uma mão na face alheia, deixando um carinho singelo.