O cheiro de urina e excremento fazia o nariz do alfa arder. Cerca de 10 homens estavam dividindo uma cela que, pela logística do lugar, abrigado apenas quatro.
Diferentemente de outras gerações da Dinastia Jeon, Jungkook não gostava de utilizar tortura como meio para obter resultados ou confissões, no entanto, a vida de seu ômega e de seus filhotes era prioridade — assim como a segurança no entorno do Palácio.
Após uma longa discussão com o ômega — este que insistia para Jungkook poupar a esposa de Seo-joon — com a negativa do alfa, o ômega saiu batendo o pé e soltando feromônios de raiva.
Jungkook não mostraria misericórdia, mesmo que conseguisse uma resposta para todas as suas perguntas, não demonstraria clemência para aqueles que, de forma covarde, tentaram lhe passar a perna.
— Meu príncipe, receio que os covardes não falem nada do que o senhor deseja ouvir. — Minho murmurou.
Jungkook sorriu, não um sorriso de alegria ou simpatia. Era um sorriso de maldade. Seu lobo estava implorando para que o Jeon arrancasse as cabeças dos covardes e mandasse-as de presente para Jeon Min-jun.
— É o que veremos. Soltem-n
os. — Ordenou.Dois cavaleiros da guarda imperial abriram a cela. Os homens saíram cabisbaixos. Estavam sujos, aparentemente desnutridos e com um semblante de quem estava prestes a enfrentar a morte — o que não era mentira, de certa forma.
— De joelhos. Você estão diante de um membro da família imperial. — Minho gritou.
Os homens ficaram de joelhos, encarando o chão sujo.
— Darei uma chance de vocês conseguirem sobreviver. — Os homens o encararam com atenção. — Quando vocês iriam atacar o Palácio?
— No início da lua cheia. A ordem era para que envenenássemos os vinhos trazidos de Altus, durante o jantar em comemoração à dinastia Jeon. — Um dos homens tornou a falar, sendo fuzilado com os olhos por seus companheiros.
— Onde estão as garrafas envenenadas? — Jungkook deslizou a ponta do dedo pela adaga de vibranium. Não encarava o homem, estava olhando seu próprio reflexo pelo metal de cor negra.
— Foram colocadas nos estábulos. O príncipe Hyung-sik conferiu todas as garrafas. Ele não queria cometer erros. O primeiro alvo seria o seu irmão. Com a morte do príncipe Min-Kyu, o palácio se tornaria alvo fácil para quem quisesse invadir, o senhor seria emboscado por batedores e levado para o reino do Sul, por ordens de Jeon Min-jun.
— Por que eu acho que você não está me contando todo o plano? — Suspirou.
— Eu juro que é tudo o que sei, por favor... me deixe ir, eu confessei e o senhor prometeu que iria me deixar partir com vida. — Implorou.
— Eu serei piedoso, não se preocupe.
O alfa caminhou até uma mesa, vários instrumentos de tortura estavam colocados de forma organizada. Jungkook segurou um alicate, pensou por alguns instantes, seu olhar vagou entre todos os objetos dispostos na mesa.
— Tragam a família Park até aqui.
Desde pequeno, Jungkook assumiu todas as responsabilidades diante de eventos traumáticos. Seu irmão era alguém doce, gentil, incapaz de torturar ou matar alguém sem algum motivo plausível, apenas conseguia tal feito em situações de legítima defesa ou estado de necessidade. Ali, enquanto encarava todos os objetos, pensou em seu ômega, nos seus filhotes e em tudo o que tinha a perder caso não conseguisse exterminar os traidores de uma vez por todas.
Todas as noites, enquanto admirava seu ômega deitado em seu peito e sentia os aromas de seus filhotes, ele pensava em como seria a vida do seu bem mais precioso caso tivessem conseguido o levar até Min-jun. Seus filhotes seriam torturados como ele foi? Seu ômega sofreria por suas ações? A quem os filhotes puxariam? Será que ele conseguiria manter Taehyung a salvo?
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Comandante das Sombras (JJK + KTH) - ABO
FanfictionA Dinastia Jeon perdura há séculos no trono de Prata, família advinda de Guerreiros Hwarang que, por muitos anos conseguiu deter os genes de Alfas Lúpus Dominantes, por meio do nascimento de gêmeos a cada gestação de uma Omega Lúpus. Entretanto, Lun...