Era uma manhã relativamente calma na Tribo de Prata, guardas faziam suas rondas em intervalos de 10 minutos entre uma patrulha e outra. A família Imperial estava reunida em um bangalô as margens do rio das almas, esperando para abrirem o festival de iniciação dos alfas e ômegas naquela noite.Jeon Jungkook estava disperso, olhando fixamente para os seus pés, enquanto banhava-os na água gelada e um pouco turva. Não estava num bom dia, na verdade, após seus 12 anos de idade, nunca tivera um bom dia, seu humor era inconstante, sentia que havia algo de errado consigo, torcia para que seu irmão estivesse com os mesmos sintomas, assim, poderia descobrir o que tanto lhe martelava o peito e tirava o ar de seus pulmões.
Sua mãe estava sempre ocupada, após o desaparecimento do General Tae-sung, era raro terem um momento de mãe e filho. Sendo assim, a única forma que conseguiu de chamar a atenção de sua genitora foi quando insistiu em um combate corpo a corpo com o Tenente Suga, um alfa durão e mestre na arte do jiu-jitsu, este que teve o prazer em acertar guilhotinas e chaves de braço no amigo.
Certo dia, Suga, Min-kyu e Jungkook saíram das dependências do palácio e ficaram sumidos uma tarde inteira, após uma busca avançada e da imperatriz quase matando os cavaleiros responsáveis pela segurança dos príncipes, estes foram encontrados enquanto tomavam banho numa cachoeira próxima á tribo do norte, mas não para por aí: os três fujões estavam acompanhados de três ômegas. Park Jimin, Lee Ji Eun e Han Soo-hee.
- Irmão? Está ouvindo? - Min-kyu se sentou ao lado de Jungkook enquanto jogava algumas pedras na água.
- Ahn.. O quê? - Franziu as sobrancelhas enquanto desviava o olhar e encarava seu irmão.
- O papai não nos quer na cerimônia. - Suspirou e beliscou o tecido de seu uniforme militar. - Tudo bem? Está pensando nela novamente?
- Só estava divagando sobre como ando me sentindo ultimamente. - Suspirou - Você não acha injusto? Nós somos os únicos alfas da linhagem Jeon e, ainda assim, o papai nos trata como bastardos filhos da puta. - Sua frustração estava dando sinais novamente.
- Talvez sejamos bastardos filhos da puta. - Escutou a risada amargurada do irmão. - O que eu quero dizer é, para ele e para grande parte da matilha, nós não somos alfas honrados. Não conseguimos completar o ritual de iniciação, talvez a mamãe esteja certa e Luna tenha nos amaldiçoado. - Brincou.
- Não seja tolo, irmão... O único responsável por nos amaldiçoar e torturar, está sentado num trono banhado a ouro e pouco se fodendo para Luna.
🐺
NOVE ANOS ATRÁS
- E então...? Vai continuar sendo a porra de um alfa inútil que está fodendo a minha linhagem ou vai encarar a realidade e se conectar com o seu lobo? - Apertou as bochechas de Jungkook com raiva.
- Papai, por favor... - Sentiu a bile chegar a garganta, se esforçou para se ajoelhar. Estava um trapo, não comia há três dias, suas mãos ainda estavam presas a correntes fixadas a parede, sua cabeça doía como o inferno e seus ouvidos estavam extremamente sensíveis. - Eu não consigo! O meu lobo não se manifestou quando eu tinha doze anos, não seria agora que iria se manifestar.
Havia um corte que começava em sua pálpebra superior e parava na pálpebra inferior, seu olho esquerdo não abria, decorrente da arte que o progenitor deixou em sua pele.
No começo, achou que os socos e chutes dados por seu pai eram uma forma de educa-lo e disciplina-lo, talvez ele tenha feito algo de errado, talvez estivesse falhando em seu treinamento e Jeon Min-jun estava o moldando para ser mais forte e tolerável a dor.
Jungkook riu sem humor e balançou a cabeça em negação, não conhecia nada em relação ao seu pai... nada a não ser a maldade estampada naqueles olhos bicolores e o sorriso maníaco que ele dava toda vez que Jungkook saía em defesa do irmão, sendo castigado em seu lugar.
- Sabe, filho... eu achei que a maldição de nossa família havia sido desfeita após seu tio e eu termos completado o ritual de iniciação. - Limpou a adaga numa flanela e encarou fixamente a figura de joelhos. - Mas, quando vocês mancharam nossa honra naquela vergonhosa noite em que gritavam e choravam como duas ômegas indefesas, eu soube de duas coisas.
Min-jun arrastou a única cadeira presente naquele cômodo e se sentou, um dos guardas lhe entregou um cigarro já aceso, após tragar uma, duas, três vezes... abriu um daqueles sorrisos que fazia a espinha do Jeon mais novo arrepiar.
- Como eu estava dizendo, foi-me ensinado duas lições aquela noite! - Aproximou o cigarro da bochecha do filho e pressionou na carne até que não houvesse resquícios do que outrora fora o fumo. As lágrimas e o grito de dor do homem a sua frente era como estar gozando repetidas vezes. - A primeira lição: vocês são dois inúteis e sem propósito... A segunda é que, infelizmente, eu não posso ter mais filhotes, eu até tentei. Idealizei recomeçar a linhagem e exterminar você e o Min-kyu, as ômegas com quem me deitei não conseguiram segurar os bebês...
- Seu filho da puta. Você desonrou a minha mãe?- Jungkook esbravejou enquanto tentava se livrar das correntes.
A risada rouca ecoou pelo recinto sendo seguida de palmas.
- Seu bastardo louco. - Cessou as risadas - Estou te torturando há dias, ameacei matar você e seu irmão... mas tudo em que você pensa é na honra de sua mãe? Você é a porra de uma piada.
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Comandante das Sombras (JJK + KTH) - ABO
FanfictionA Dinastia Jeon perdura há séculos no trono de Prata, família advinda de Guerreiros Hwarang que, por muitos anos conseguiu deter os genes de Alfas Lúpus Dominantes, por meio do nascimento de gêmeos a cada gestação de uma Omega Lúpus. Entretanto, Lun...