Inacreditável

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Já se passara 7 dias. E Narcissa ainda não tinha ido atrás de sua revanche. A tensão dos dois professores estava tão grande, que não trocaram uma palavra durante esse tempo. Ela havia desistido? Ou apenas está armando algo tão manipulado que nem mesmo Severus conseguira imaginar? Tudo estava muito estranho. Até mesmo os alunos estranharam tanta "paz" nas últimas noites perto dos quartos da sonserina. O que estava acontecendo?

Severus acordara todas as madrugadas, e pela primeira vez, com medo do que aconteceria quando abrisse os olhos. Não sabia o que Narcissa estaria pensando. Poderia acordar de repente no meio da floresta sem saber para onde ir, ou até mesmo como foi parar lá. Ou quem sabe no meio de um calçadão no mundo trouxa, seria estranho. E se estivesse perto de virar espetinho para aranhas gigantes? Não sabia, e nem imaginava o que poderia acontecer.

Não conseguia dormir. Estava cansado demais até para conseguir dar suas aulas, tocava flores por pelo de unicórnio várias vezes, e isso já estava o deixando maluco. Era Mestre das Poções a anos e nunca tinha errado uma se quer gota. Já tinha pensado até em usar uma poção de Sono sem Sonho, mas e se acordasse tarde demais para perceber que Narcissa tivera aprontado algo? Eram tantas dúvida.

- Severus!

Dumbledore disse com a voz acolhedora. Afinal, já tinha percebido que Severus não andava muito bem, e os alunos estavam tirando notas consideravelmente baixas para poções na última prova.

- Estou preocupado com você, Severus! Nunca te vi desta forma. Precisa me dizer algo?

- Acho que preciso de uns dias para descansar, e se possível, bem longe de possíveis...acontecimentos...

- Que tipo de "acontecimentos" seriam esses, Severus? - A confusão em sua voz era nítido, mas, por alguma razão, Dumbledore parecia já ter conhecimento do que estava acontecendo

- Bom...é que...Dumbledore, eu sou um dos melhores professores de poções que já passara em Hogwarts, espero que não tenha prejuízos em cima disto - Se preocupar em estar na escola era algo constante para Severus, apesar de não suportar nenhum dos alunos, e até mesmo Narcissa, aquele lugar era sua casa

- De maneira alguma! E é justamente por você ter esse cargo que me preocupo com o que acontece com você, e a sua saúde

- Narcissa anda sendo um grande problema pra mim, para ser honesto! - Severus se sente aliviado, mas uma pontada de culpa, só não sabia explicar porque. Sempre odeia Narcissa, mas nunca quis prejudicar sua imagem ou carreira em Hogwarts, pois, apenas dos passados, sempre foi fiel a Dumbledore, assim como Snape

- Vocês precisam ser mais maleáveis um com o outro - Já estava exausto desse assunto, e não fazia questão de esconder - Honestamente, Severus, vocês parecem dizem se odiar tanto, mas nunca percebeu como estão sempre juntos de alguma forma? Se querem continuar em Hogwarts, e querem uma vida tranquila, vão precisar se suportarem mais, pois não existe uma alva viva, ou até mesmo morta, nessa escola, que não saiba dessa...dessa..."briga" de vocês dois - O suficiente para Severus não conseguir dizer nada por alguns segundos - Eu deveria conversar com vocês dois, mas sei que isso não irá resolver, vocês são adultos e deveria tentar ter um relacionamento um pouco mais...tolerável!

A calma na voz de Dumbledore era minimamente irritante para Severus, que gostaria de ouvir outras palavras do direitor, algo do tipo "Narcissa terá consequências" ou até "ela é uma irresponsável", mas ele estava longe de dizer algo parecido com isso.

- Vou colocar Narcissa para substituir suas aulas nos próximos 3 dias, e dizer por aí que você está doente. Assim consegue descansar tranquilamente, enquanto ela está ocupada, depois converso sobre isso melhor com ela. Vá, Severus, e descanse. Preciso do nosso mestre das poções de volta.

Severus não precisou dizer muitas palavras, afinal, Dumbledore já parecia ter pensado antes mesmo dele pensar em o que falar.

2 dias já haviam se passado! Snape acrediara que Narcissa não tinha engolido a história de substitui-lo muito bem, mas as coisas estavam correndo normalmente até o momento, pois ele ainda acordava em seus aposentos e nada de diferente havia em sua volta.

Era madrugada. Snape havia acordado de um devaneio. Muitas vezes vigiava os corredores da escola a esse horário, mas, como estava doente, ou pelo menos achavam que estava, ele ficara em seu quarto. Imaginava que Narcissa ainda estava pensando em algo como vingança, só não sabia o que, muito menos quando ou onde.

Snape era um dos poucos professores que tinha coragem de andar pelas flores, principalmente de madrugada, sabia de todos os perigos, mas sabia como fugir ou agir, independentemente do que fosse. Era um lugar que gostava de andar para tirar um pouco a sua cabeça da realidade, além de ter a oportunidade de pegar algumas coisas ao andar para testar suas poções.

Tudo estava muito silencioso, o que era comum para uma floresta naquele horário, mas estava além. Um silêncio tão vitorioso, que até mesmo as formigas andando pelo chão eram capazes de serem ouvidas.

PAN! PAN!

Reconhecia o som de aparatar há quilômetros, sabia que algo estava acontecendo, e precisava ver. Madrugada, em um floresta escura, e sozinho, que idiota não iria atrás de ver o que era, não é mesmo?!

Estava tudo tão escuro! Mas algo, havia algo, atrás de um tufo enorme de folha. Imaginara algum aluno irresponsável andando pela floresta, mas os alunos não sabiam aparatar, e poucos professores têm coragem de estar neste lugar.

- O mais rápido possível! - Conhecia esse voz, já ouviu algumas vezes, mas estava longe o suficiente para não identificar corretamente - Eu te dou uma semana, sem mais!

"Inacreditável!", pensou o professor. Felizmente escondidos, Severus conseguiu ver as madeixas irreconhecíveis de Narcissa, que parecia assustada, pois logo ao seu lado, a varinha de Lucius Malfoy estava cravada em seu pescoço.

Antithesis - SnacissaOnde histórias criam vida. Descubra agora