Richard

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Desta vez Dumbledore pirou de vez, foram segundos que pareciam horas que Narcissa e Severus ficaram boquiabertos, ainda desacreditados, com o pedido do diretor.

- É uma brincadeira, eu espero! - Narcissa quebrara o silêncio - Por Merlin, Dumbledore, estou lisonjeada que tenha pensado em mim e...nele...pra organizar algum evento, mas...o senhor não acha uma ideia um pouco...sabe...idiota? - Tinha cuidado com as palavras para tentar fazer Dumbledore mudar de ideia

- Eu não costumo concordar com Narcissa, mas pela primeira vez, ela realmente tem razão

- Eu acho uma ideia mais que genial! - A calma na voz do diretor chegara a ser ensurdecedora - Acredito ser uma oportunidade de vocês conhecerem melhor os gostos de cada um, e tentarem se entender, e se não o fizerem, tenho certeza que no final ficará incrível e terá sido uma experiência diferente para os dois, contanto que não botem fogo na minha escola...

- É exatamente esse o problema, diretor, não acha que eu e Narcissa somos...

- Adultos que já estão mais que suficientemente velhos para pararem de brigas de escolinha - Ele interrompe - Acredito que vocês, professor Snape e professora Black, deveriam trabalhar em parceiria, pelo menos uma vez na vida, para tentar florescer alguma amizade entre vocês, ou pelo menos respeito - Ele encara os dois professores, ainda boquiabertos - Agora, quero que desçam, conversem e façam o melhor de vocês para satisfazerem nossos alunos com essas necessidades trouxas, vocês têm 1 semana, pois o baile será na sexta a noite da semana que vem

Sem mais delongas, ambos saem da sala do diretor, que já perceberam que não haveriam argumentos que o faria mudar de ideia. Ainda sobre estado de choque pelo que acabara de acontecer, Narcissa apenas segue Severus até sua sala, assim, poderiam conversar sobre o ocorrido.

Eles entram ainda sem dizer uma palavra, Severus fecha a porta atrás da professora e segue para sua mesa, onde Narcissa já estava sentada em cima.

- Da pra acreditar?

- Acho que Dumbledore quer o castelo destruído até sexta que vem - Severus diz sem fitar Narcissa, sentando em sua cadeira

- Isso se não acontecer antes - De braços cruzados, ela diz com indiferença - Vai querer conversar sobre isso, ou vai corrigir essas provas cheias de lágrimas dos alunos?

- Pela primeira vez eu escolho você - Ele nem se da o trabalho de pegar uma pena para corrigir as provas, já debruçara em sua cadeira, encarando Narcissa - Qual sua ideia sobre esse baile ridículo?

- É tão insensível ao ponto de achar o dia dos namorados ridículo, Severus? - Virou os olhos ao indagar-se

- Acho que mudei de ideia sobre escolher você - Agora já encarando suas provas

- Não sei porque ainda tenho esperanças de ter uma conversa sensata com você - Levantou da mesa, agora com os braços apoiados na mesma - O que foi? Nunca teve um dia dos namorados decente? Por isso? - Dizia com rispidez, querendo alguma resposta rápida

- De que lhe interessa minha vida em dia dos namorados, Narcissa? - Voltara a olhar para a professora - Até onde eu sei, Lucius também nunca foi do tipo de te dar flores nem mesmo nesse dia

Narcissa serra os olhos, seu peito fervendo, usando todas as suas forças para lhe controlar a não avançar novamente ao pescoço de Severus, que agora estava com um sorriso fraco estampado no rosto pela reação que causara em Narcissa.

- Certo! - Agora tirando suas mãos da mesa - O evento! Poderíamos pesquisar como os trouxas comemoram esses dias e apenas adaptarmos, me parece fácil

- E como pretende fazer isso, minha querida?

- Primeiramente, eu não sou sua querida! - O encara por alguns segundos, serrando os olhos que pareciam queimar o que olhara - E segundo, temos vários alunos que são de famílias trouxas, eles poderiam nos ajudar contando sobre

- Quem diria que sua cabeça realmente pensa! - Provoca com um sorriso irônico - Então essa será a sua função, porque não sou do tipo que conversa com...alunos!

- Pelo menos eu tenho simpatia, posso resolver isso hoje mesmo! - Se ela vira com rispidez em suas pontas dos pés, com um sorriso triunfante que apenas faz Severus virar os olhos, voltando para suas provas

Depois de algumas poucas horas, Narcissa volta saltitante para sala de Severus, que permanecia com o olhar frio e monótono.

- Feito! - Ela joga um caderninho na frente do professor, que encara suas rúbricas

- Quanta futilidade! - Despreza, jogando o caderninho de volta

- Por Merlin, Severus! Não sei porque Dumbledore te escolheu pra isso, com essa insensibilidade vai ser difícil preparar algo realmente romântico para os alunos

Dessa vez, a expressão de Severus não era desprezo, nem nojo, ou indiferença, ele parecia ter acatado o que ela acabara de dizer, como se não quisesse dizer algo sobre aquilo, o que não passou despercebido por Narcissa, mas resolveu não comentar sobre.

- Que seja! - Tinha abaixado seu tom de voz - Temos que adaptar essas ideias o mais rápido possível, enquanto isso, ainda temos que pensar na decoração, e uma aluna me deu a ideia de uma sobremesa diferente também

Narcissa parecia um pouco animada com a ideia do dia dos namorados, mesmo que não teria nenhum parceiro, o dia tinha uma energia romântica e leve. Já Severus, abominava a ideia de cupidos voando pelos ares, ou corações espalhados pelo castelo. Iriam ter muito trabalho pela frente.

No dia seguinte, todos os alunos estavam reunidos no saguão principalmente, prestes a saborearem seus almoços.

- Atenção alunos! - Todos ficaram em silêncio - Bom dia a todos! Como todos sabem, no final do último semestre, perdemos nosso professor de História da Magia. Infelizmente nosso querido Curhbert Binns não suportava mais contar as mesmas histórias e decidiu abandonar o cargo, segundo ele

- Eu diria felizmente! - Cochicha Ron para Hermione

- Mas, para nossa felicidade, um grande homem, e um grande conhecido meu, nos dará a honra de participar da nossa equipe de professor de Hogwarts - O ar de triunfo de Dumbledore ecoava pelo saguão, levantando as mãos aos ares, dando passagem para o novo professor - Richard Flamel!

Todos os alunos aplaudiram de pé, seguido dos professores, que não tinham conhecimento sobre quem seria o novo integrante da equipe, até o momento. Ele era alto, loiro, com um sorriso quente de orelha a orelha, tinha os olhos castanhos claros, e acenava para todos os alunos.

Mas, para Narcissa, tudo ficara em silêncio, as coisas pareciam acontecer muito devagar, em câmera lenta.

Richard Flamel.

Flamel.

Seria o mesmo parente de Nicolau Flamel?

Seria ele sua esperança?

Seria sua bússola para encontrar a pedra filosofal?

Conseguiria, finalmente, entregar a Lucius o que ele tanto deseja a tanto tempo?

Antithesis - SnacissaOnde histórias criam vida. Descubra agora