A Imperatriz Ametista

Chamas Gêmeas

Esse dia realmente chegou.
Rhaenyra sempre imaginou que chegaria, mas quem imaginaria que seria tão rápido?
A cerimônia seria na religião das Quatorze Chamas.
Ninguém pensou que poderia ser de outra maneira, não com eles fazendo de tudo para manter a herança valiriana viva.
Daemon também estava nervoso, como nunca esteve na vida.
Ele não sabe por que sentia seu estômago se agitar, como nunca fez em uma batalha. Mas estava nervoso sim.
E cheio de emoção.
Ele nunca se sentiu tão feliz, tão vivo, tão bem!
Saera, os filhos de Saera e seus netos eram muito mais família para ele e sua sobrinha do que Viserys sonhou em ser.
Ali ele se sentia não só compreendido, como acolhido.
Eles o apreciavam, e não queriam que ele fosse o cavaleiro e príncipe perfeito que ele nunca fingiu ser.
Daemon era um dragão, se sentia cercado de dragões, e ao lado deles podia ser quem era, sem reprimir nada.
Em Westeros ele era um problema, uma dor de cabeça política, mas em Essos não.
Ali era o Targaryen que nasceu para ser.
Ele estava construindo com Rhaenyra algo que vai durar milênios.
Vestido com a roupa característica do noivo na cerimônia valiriana, ele e Rhaenyra foram para o altar.
–Às vezes eu achei que era algo que demoraria muito a acontecer. -diz Rhaenyra.
–Para mim demorou mais do que devia. Mas eu aguentei esperar.
–Se nós estivéssemos em Westeros... Não acho que poderíamos fazer isso. Não só por causa de Viserys, mas por causa de Westeros. Nós dois seríamos obrigados a dançar a música daquele maldito trono. Seríamos os tolos que se curvam para agradar ovelhas.
–Mas não mais, tio. Chega.
–Não mais. Nunca mais. É hora de agirmos como dragões! Ninguém mais vai tentar diminuir a nossa chama interior!
Sua tia, como Alta Sacerdotisa e membro mais velho da família.
Seus primos fizeram um semicírculo em volta, visto que só a família de sangue dos noivos podia entrar no círculo da Sacerdotiza Das Chamas durante o casamento.
–Hen lantoti ānogar. Va sȳndroti vāedroma. (Sangue de dois. Unidos como um) -pronuncia Saera.
Ela pega suas mãos e as une.
–Mēro perzot gīhoti. Elēdroma iārza sīr. (Chama fantasma e canção das sombras)
Daemon e Rhaegar fazem os cortes.
–Zulī ampā perzī. Prūmī Ianti Sēteksi.(Dois corações como brasas. Forjados em Quatorze Chamas) 
O sangue de ambos é unido, e as gotas jogadas na chama sagrada.
–Hen jenȳ māzīlarion. Qēlossa ozūndesi.(Um futuro prometido em vidro. As estrelas são testemunhas.)
Não era apenas um casamento de corpos, mas também de almas. Por isso não havia anulação em um casamento valiriano.
–Sȳndroro ōñō jēdo. Rȳ kīvia mazvestraksi. (O voto pronunciado através do tempo. Da escuridão e da luz.) 
Eles selam a união com um beijo.
As pessoas gritam, comemoram, e os sacerdotes das Quatorze Chamas levantam suas tochas.
O povo, agora povo deles, comemora levantando suas tochas na rua, formando um corredor de fogo.
Caraxes e Syrax rodeiam um ao outro e pousam.
–Dracarys! -gritam os dois.
Ambos cospem fogo para o alto e suas chamas se unem em uma só.
–Que o passado seja queimado, para um futuro melhor juntos.
–Os erros não serão mais repetidos. A grandeza será construída.
–Chamas gêmeas, forjadas no coração das Quatorze Chamas de Valíria. Destinados a queimar juntos, como um só.