CAPÍTULO 38

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● IARA ●

Vina e Milo me expulsam de perto deles, em direção a Nikolai.

Segundo eles, meu pai estava insuportável, não permitindo que Nikolai se aproximasse. — Não insuportável com eles — Me disseram que Remy e Graciela tem reclamado do humor um pouco horroroso de Nikolai por isso.

Então aqui estava eu, em meus saltos 15, em um vestido longo de festa, andando até o homem que iria virar meu noivo — oficialmente —  em algum tempo.

Não foi fácil engolir a ideia.

Da primeira vez que uma proposta de casamento com Nikolai foi jogada em cima de nós dois, a recusa foi óbvia, e rápida.

Nenhum de nós queria se casar.
Não achávamos que suportariamos mais de um mês juntos. — Ou pelo menos era isso que dizíamos — O verdadeiro motivo, era que não podíamos esquecer o passado.

Duas pessoas que se gostavam antigamente, indo para um altar por obrigação, e não por decisão própria.

Se tivéssemos nos casado naquela época, não seria por nós mesmos, seria para fortalecer nossos territórios, seria pela família.

Não era assim que deveria ter sido.

Antes que eu possa chegar à Nikolai, Willian Falecier aparece na minha frente, barrando meu caminho.

Ele está com as bochechas vermelhas, e fedendo a álcool. Se ele está assim, não quero nem imaginar o filho.

Pobre esposa a dele.

Ele afasta uma das mechas do meu cabelo para trás da minha orelha, como se tivéssemos intimidade suficiente para isso.

Mal sabe o desgraçado que esse mero gesto está me tornando uma pessoa menos generosa.

Quando estou prestes a afastar sua mão, o flash de uma outra mão faz isso primeiro, com menos delicadeza do que eu pretendia.

A figura de Nikolai aparece ao meu lado, enquanto segura a mão de Willian com força suficiente para quebrar, atraindo alguns olhares.

Eu os afasto, enquanto empurro Willian para longe, tudo que eu menos queria agora era mais gente cochichando sobre algo em relação a mim.

Uma das mãos de Nikokai segura minha cintura, enquanto ele se abaixa o suficiente para sua boca estar perto do meu ouvido. Ele não diz nada por um momento, apenas respira fundo, antes de soltar o ar quente no meu pescoço, me causando arrepios muito bem vindos.

— Você está bem? — Ele pergunta, baixo demais para qualquer um além de mim escutar, enquanto me oferece seu copo de Whisky.

— Bem até demais. — Eu deixo o tom irônico escapar, e ele dá risada, me apertando ainda mais próxima dele.

— Eu normalmente não diria isso, mas eu senti sua falta, talvez tenha sentindo muito sua falta. — Ele diz rindo outra vez.

— Você tem que ser um bom menino, ou meu pai vai querer você ainda mais longe de mim.

— Eu estou plenamente consciente disso, e é exatamente por esse motivo que eu quero te ver ainda mais.

— Claro que sim, mas você foi muito obediente e se manteve longe. Precisa que eu faça carinho na sua cabeça?

— Não seria ruim receber um certo crédito. Eu fui muito forte em não aparecer no meio da noite no seu quarto.

Nós dois rimos outra vez, mas a diversão logo acaba, porquê Nikolai é arrastado para uma das rodas de políticos.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora