CAPÍTULO 50

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● IARA ●

Nikolai tinha se certificando de que eu estivesse muito cansada para acordar as quatro da manhã. Então quando eu acordei, ele já não estava mais em casa, mas tinha pedido para Helisa preparar meu café, e uma mensagem dizendo que eu deveria comer bem.

Eu precisa sair para ir ao Cassino, me encontrar com Milo. Ele tinha passado uma semana inteira cuidado dele, depois que eu casei, e eu pude descansar, mas eu voltei o mais rápido possível para os negócios.

Estou prestes a entrar no carro, mas um movimento me chama atenção.

É uma pessoa saindo de um carro.
Não uma pessoa qualquer, é a pessoa que eu não esperava ver nunca mais. Cecília.

Ela vem em minha direção, segurando uma bolsa de marca, e saltos altos.
Que merda.

Quando ela já está próxima o suficiente, eu pergunto:

— O que acha que está fazendo aqui?

— Vim conversar.

— Dispenso, vá embora. Eu tenho que trabalhar.

— Eu aposto que sim. — ela sorri um pouco, e eu acho que vou vomitar — Fiquei sabendo que se casou, fico feliz.

— Pelo amor de Deus, Cecília. Eu não quero conversar com você, vá embora.

— Preciso consertar os erros do passado, preciso falar com você.

— Eu não quero você aqui.

— Estou aqui pelo meu filho.

— Como é? — eu digo com uma risada forçada — Depois de tantos anos, decidiu voltar logo agora? Não venha tentar fazer o papel de mãe arrependida, Cecília. Não combina com você.

— Eu estou aqui tentando fazer um favor ao meu filho, não estou aqui para tentar ser a sua mãe.

— Claro que não está, mesmo se fosse o caso, você está morta pra mim desde que pisou o pé fora daquela casa.

Sua expressão está um pouco confusa. Mas então, ela começa a rir.
Jesus.

— Oh, Deus! Você ainda está cercada por um mar de mentiras.

— Pare de falar merda, e vá embora de uma vez.

— Você não sabe não é?

— Deus do céu, — eu digo para tentar me impedir de revirar os olhos — Não sei o quê?

— Realmente, o passado vai perseguir quando é nescesario. Eu vim aqui para tentar melhorar minha relação com meu filho, mas vejo que vou ter que me arrepender dos meus pecados.

— Sim, mas faça isso com um padre, não comigo.

Estou abrindo a porta do carro, mas a voz dela aparece novamente.

— Eu não sou a única que fez mal pra você, Iara.

— Bom, é a sua cara que eu vejo quando lembro de ser espancanda.

Ela fica em silêncio por um momento.

— Isso me assombra agora. E Elioth não deve pagar pelos meus erros, e você não deveria ter pagado pelos do seu pai.

— O que quer dizer?

— Eu esperava que eles dissessem para você que a mãe era uma prostituta, ou qualquer outra pessoa, Para que você não crescesse achando que sua mãe te odiava. Mas eles apenas te mantiveram cega para a verdade.

— Eu não sei sobre o que você está falando. Você por acaso fugiu de um hospital psiquiátrico? Ou me odeia tanto que veio tentar estragar minha manhã?

— Seu pai não é tão honesto quanto você acha, Iara. Ele pode parecer bom, mas não é. — ela ri com sarcasmo — Ele não era o único com sonhos, mas era o único de nós que podia se livrar das coisas sem ser castigado.

Que irônico, logo ela falando sobre alguém se livrar de algo sem ser castigado.

— Você pode achar que eu te odiava por que você assumiria a Casa Nostra, mas longe disso. No começo, eu tentei ser uma boa mãe para você, mesmo quando Elioth nasceu. Mas quanto mais você crescia, mas parecida com ela ficava.

Ela quem?...

— Eu não sou a sua mãe, Iara. Nunca fui.

— Certo, vou entrar no seu jogo. Então derrame toda a sua merda em mim, e depois vá embora.

— Não acredita em mim, não é?
Acha que eu me daria o trabalho de dizer e apenas mentir? — Ela pergunta.

— Você combina bastante com esse tipo de coisa, eu não duvidaria.

— Se acha que eu estou mentido, vá atrás do seu avô, ele vai te contar tudo.

Ela definitivamente ficou louca.

— Meu avô está morto, Cecília.

— Eu não estou falando do marido de Madalena. Estou falando do pai da sua mãe. Alexander Barbieri.

Seu rosto estava erguido, e em um olhar para seus olhos, eu não conseguia ver nenhum traço de mentira.
Tudo que tinha ali era rancor, e talvez um pouco de tristeza e arrependimento. Mas nada do que ela falava fazia sentindo.

— Encontre Alexander, ele vai te contar toda a verdade. Então você poderá ir ao seu pai, e perguntar à ele a versão que você vai considerar verdadeira.

— Eu não posso entrar em um território só porque eu quero. Vou ser morta.

— Não, não vai. Você é o rosto do passado de Alexander, ele não vai machucá-la.

Maldita seja ela, e todo o seu jogo de merda sobre arrependimento e o passado.

— Eu dirijo. Agora entre no carro, e mantenha qualquer merda que você tenha para falar, dentro da sua boca.
Cecília não diz nada, e se falasse, eu a jogaria para fora do carro.

O carro está parado em frente ao clube de Alexander Barbieri. Eu pego minha arma, enquanto entro pela porta da frente.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora