CAPÍTULO 40

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● IARA ●

Eu me viro dando de cara com um garoto, parecendo ter a mesma idade que eu, de cabelos castanhos e um pouco ondulados, usando uma camisa social, com os botões de cima abertos.

Ele inclina a cabeça, seus olhos pousando em alguém atrás de mim.

Graciela.

— Bom te ver outra vez, Ciela.

— Como é? — A voz de Vina aparece antes da de Graciela.

— Vá se foder.

Ele sorri, sem nenhuma cerimônia.
— Perdoem meus modos, sou Thomas Barbieri, e é do interrese do meu avô, ter uma conversa com você. — Ele diz para mim.

— Não antes de Graciela, Vina e Remy estarem fora daqui.

— Eu posso deixar os Venturis saírem, mas sua amiga fica, preciso de uma garantia que você não vai fazer merda.

Vina acena com a cabeça, e assim que eu concordo, Graciela e Remy estão saindo para fora.

Eu não esperava encontrar nenhum dos homens Barbieri aqui, esse foi o motivo pelo qual eu vim.

Mas eu estava enganada.
Pelo menos Graciela e Remy estavam em segurança.

Somos levados escada à cima, e dando de cara com uma porta, que logo Thomas Barbieri abre.  Dentro do que parece um escritório, tem janelas de vidro, dando uma visão completa do estabelecimento em baixo.

A cadeira vira para frente, e o rosto enrugado de Alexander aparece.
Ele tem um cigarro nos dedos, e vestindo em um terno preto de três peças, eu não vejo nenhuma arma, o que já é bom.

— Eu assisti sua luta lá em baixo, foi impressionante. A de todos os três foi.

— Obrigada, eu acho. Por quê estamos aqui?

— Por que você estava no meu território?

— Bom, nós chegamos aqui com a intenção de lutar, não de ter uma entrevista com o Capo.

— Você achou que poderia entrar no meu território sem eu saber?

— Não sei, eu tentei a sorte.

Seus lábios se curvam para baixo nos cantos, e seus olhos se fecham um pouco.

— Sarcasmo é a forma mais inferior de humor.

— Eu acho legal.

Alexander ri um pouco, mas uma tosse finginda vem das minhas costas.
— Se você vai ameaçar nos transformar em prostitutas, ou pedir um resgate para a família Zanetti, enquanto atira na cabeça de Milo, faça isso rápido. Esses saltos e esse vestido são um incômodo. — Vina diz.

Uma gargalhada meio rouca, sai de Alexander dessa vez, e Thomas está rindo um pouco também. Eu enclino minha cabeça para o lado um pouco, e Thomas segue meu exemplo, com um sorriso mais discreto.

— Eu posso ter assassinado homens a sangue frio, e ser um homem cruel, mas eu já tive uma filha da idade de vocês, e essa não é um opção.

Alexander faz um sinal para Thomas, e o garoto some, quando volta, está trazendo roupas nas as mãos, ao que parece, roupas masculinas.

Ele entrega uma camisa e uma calça para Vina, enquanto aponta uma segunda porta, que deve ser um banheiro. Ele vem em minha direção, me entregando uma camisa também.

Subimos tão rápido, que esqueci que tinha tirado minha blusa para a luta.

— Sabe, eu estava pensando em uma trégua, — Alexander faz uma pausa — não exatamente com seu pai, mas com você.

— Uma trégua com o meu pai, uma trégua comigo.

— Não para mim. A única coisa que você precisa fazer é me vencer em uma partida de cartas.

— Cartas? Realmente?

— Claro, mas não hoje, não quero os soldados do seu pai batendo na minha porta.

Quando Vina reaparece, Alexander já está se virando para a janela.

— Vão para casa. E você, Srta.Zanetti, não se arrisque em territórios que não sejam o seu, apenas por diversão.

Somos levados para onde Remy e Graciela esperavam no carro.

O caminho para casa foi puro silêncio, ninguém se atreveu a dizer uma palavra.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora