CAPÍTULO 16

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● NIKOLAI ●

Eu fiquei ao lado de Lúcios esperando notícias de Iara, assim ia poder ir para casa e ter um pouco de paz.
Ele tinha conversado com ela assim que a viu acordar, e eu esperava que tudo se resolvesse.

Não queria encontrá-la daquela forma nunca mais. Quando a peguei nos braços, ela parecia tão desprotegida, a lembrança daquela visão faz meu peito apertar.

Estava pronto para ir, mas o movimento perto do quarto dela me chamou atenção.
Os seguranças pareciam agitados, e o próprio Lúcios estava perturbado.

Um olhar em direção à cama dela, e ela não estava lá.
Entrei, esperando encontrar alguma pista do que havia acontecido.

Lúcios apareceu nas minhas costas, olhei em sua direção, e aquele mesmo olhar estava em seu rosto, o mesmo de quando o ataque aconteceu.

— O que aconteceu?

— Eu contei a ela, disse sobre Milo.

Sua voz era baixa, a culpa se arrastava por ele, mas eu sabia que não era apenas isso, ele era um pai preocupado com a filha.

— Vou procurá-la Lúcios, não se preocupe.

— Deixe-a sozinha, ela precisa de paz.

— Assim como precisa de cuidados.
Foi tudo que ele precisou.

Eu estava dirigindo para o único lugar que eu imaginava que ela estivesse, o Palace.
Parecia sensato pensar assim.

Parei o carro próximo a entrada, as portas de vidro não estavam trancadas, mas não tinha nenhum sinal de luz lá dentro.
Atravessei as portas e o Hall de entrada. Ainda estava uma bagunça, como se não quisessem que nada fosse perdido.

Um barulho chamou minha atenção.
Iara estava sentada em meio aos cacos de vidro, ainda tinha sangue, só não sabia se era dela ou não. Quando eu estava prestes a me aproximar, ela apontou sua arma para mim. Realmente, não podia se esperar menos dela.

Ignorei a arma e me aproximei mais, porém seu sussuro me fez parar.

— Vá embora.

— Acalme-se Iara, não vou machucar você.

Ela sabia disso, mas parecia fora de si, como se não estivesse pensando em nada com clareza.

— Saia de uma vez, droga! - seu grito me faz estremecer, havia mais dor ali do que raiva.

Eu cheguei perto o suficiente para olhar ela com clareza, seu corpo tinha novos arranhões, e havia sangue nas mãos.

Ela se machucou aqui.

— Vamos querida, aqui não é seguro para você. - Eu não queria discutir com ela.

— Por que você não pode simplesmente ir embora? — sua voz estremece —
Por que sempre que você aparece, me faz reconsiderar, me faz sentir como se eu precisasse de algo?

Seu corpo começa a tremer, e o barulho das lágrimas são abafados pelas mãos em seu rosto.

Ela estava indefesa, era como se estivesse se quebrando e eu não conseguia fazer nada a respeito.

Me sentei ao seu lado no chão e a puxei para meu peito, descansei meu queixo sobre sua cabeça, e plantei beijos leves nos seu cabelo.
Acariciando seus braços até suas lágrimas cessarem, restando apenas os soluços.

Não sei quanto tempo se passou com ela nos nos meus braços, mas eu não me importava.

— Se não quer ir para casa agora, posso deixá-la em outro lugar, mas, não pode ficar aqui.

Ela ficou tensa, mas não protesta, e nem diz nada, e me levanto, pegando-a nos braços e indo em direção ao carro.
Não importa o quão fodido fosse toda essa merda, ela não estava bem, e eu não abandonaria ela aqui.

Plantei um beijo suave em sua testa, o que me rendeu um olhar, mas haviam algo ali, como dois anos antes, e eu podia imaginar o quê era, e queria isso, e esperava que ela também.

Ela não queria ir para casa, então levei ao meu apartamento, não era longe, e era o melhor que eu tinha na cidade, eu não tiraria ela do território da Casa Nostra.

Eu a peguei nos braços novamente, mesmo com seus protestos, passar pela minha segurança rendeu olhares curiosos dos soldados, mas um olhar e um aviso meu foi suficiente, eu não queria rumores sobre ela.

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Nota.: Eu juro que enquanto estava revisando esse capítulo, "You have seen my man?" Se repetia constantemente.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora