CAPÍTULO 41

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● IARA ●

Quando chegamos na minha casa, há mais um carro estacionado.
Isso era um mal sinal.
Tento levar todos para dentro em silêncio, para impedir Nonna de ver o nosso estado, mas não funciona. Damos de cara com duas figuras muito irritadas. Nikolai e meu pai estão parados, lado a lado.

Um olhar para a sala, e eu vejo Nonna e Stella sentadas com xícaras de chá, e um Elioth muito despreocupado mexendo no celular.

Se o bastardo me entregou, eu vou...

— Onde vocês estavam? - É a voz do meu pai.

Eu me apresso para responder, com a mentira que venho formulando desde que entrei no carro.

— Estávamos em uma lanchonete.

— E, é por isso que Remy, Milo e até você estão com hematomas?

— Bem...

— Nós nos metemos em uma briga. — Diz Graciela.

—  Você disse para mamãe que estava indo assistir à um filme com Vina.
E Remy disse que sairia com alguns amigos. — Diz Nikokai, seus olhos recaindo sobre o meu atual estado.

— Nós estávamos, mas... — Graciela começa.

— Meus amigos furaram comigo, e eu acabei ficando sozinho, e liguei para elas.  — Diz Remy

— Isso ainda não explica nada.

— Ele ligou para elas, mas demoraram a atender, então ele ligou para mim, então Iara e eu fomos buscá-lo. Mas chegamos quase ao mesmo tempo que Vina e Graciela. — Milo mente tão bem quanto o diabo, graças à Deus.

Eu acho que eles vão continuar insistindo para contar a verdade, porquê está óbvio que não acreditaram em uma palavra.

— Seu carro tem um GPS Iara, eu sei exatamente onde você estava. Mas eu não vou insistir. Sinceramente, não sei de quem você puxou essa teimosia.

— É sua — eu sussuro, baixo demais para ele ouvir.

— Você e Remy vão para casa com mamãe — Diz Nikolai para Graciela — conversamos em casa.

— E você? — Ela pergunta

— Não é da sua conta. Agora para casa.

Graciela dá o dedo do meio para ele, enquanto Stella vai em direção a saída, passando os braços ao meu redor.

— Não ligue para o meu filho cafona.
Eles estão seguros, e parecem felizes, não preciso de mais nada além disso.

Eles estão saindo, então eu arrasto Milo para o quarto comigo, já que Graciela decidiu perguntar para Stella se Vina podia passar a noite na casa dela.

E nem Vina, nem Stella recusaram a ideia.

Mas eu quase caio para trás, quando o ombro de Milo é puxado. Por Nikokai.

— Tire as mãos dela. —  Ele diz, naquele tom frio, quase assustador.

— E se eu não quiser? — responde Milo, com um sorriso.

Uma troca de olhares passa entre eles, e Milo solta minha mão, de uma forma afrontosa demais. Eu vejo ele dizendo alguma coisa para Nonna, enquanto ela dá um leve tapa no braço dele.

A respiração de Nikolai está nas minhas costas, enquanto ele me conduz para o meu quarto.

Chegamos ao quarto e quando eu estou prestes a criar um protesto, ele tranca a porta.

— Eu não obriguei ninguém a vir comigo, só para você saber.

Eu digo, mas ele apenas acena para eu entrar o banheiro.

— E eu não disse para o seu irmão lutar, ele fez a própria escolha.

Ele acena outra vez, enquanto me coloca em cima da pia. Ele avalia meu estado novamente, desde as roupas, ao hematoma, que eu acho que está se formando no meu rosto.

— De quem são as roupas?

— É isso que quer saber?

— Para começar, sim.

— Bom, essas foram Thomas quem me deu.

Ele solta um rosnando insatisfeito, mas não diz mais nada.

— Como acabou assim?

— Lutei com um homem maior que eu em uma gaiola, considerando isso, meu estado esta ótimo.

— Você ganhou? — Ele pega um Kit de medicamentos no armário atrás de mim. Limpando o corte do meu lábio inferior, e o sangue do meu nariz. Depois se afasta, indo ligar a água da banheira, e quando está totalmente cheia, ele testa a temperatura.

— Pode ter certeza que sim.

— Tome um banho, e descanse.

— Eu vou.

Ele fica entre as minhas pernas, e me beija suavemente, tomando cuidado com o hematoma.

Passando o polegar sobre o meu rosto, ele me beija outra vez. Então ele sai, me deixando lá.

Céus, a ideia de me casar nunca foi tão agradável.

Depois de um banho demorado, eu saio para procurar meu celular.
Com uma mensagem de Nikolai.

Nikolai: Mamma disse para avisá-la quando for escolher um vestido.

Um sorriso aparece nos meus lábios.
Eu estaria casada com ele em pouco tempo.

Os preparativos seriam exaustivos, mas eu esperava que minha disposição para festas crescesse mais.
Eu ia ter ajuda, e dessa vez o casamento realmente valeria à pena.

●●●

Papai deu uma festa, convidando todos os aliados, de ambas as famílias, apenas para anunciar o noivado.

Foi um saco ter que lidar com todos, mas agora eu tinha um anel, e um noivado oficial. Nós não queríamos que nada saísse fora do evento, então repórteres foram proibidos.

Seria uma chance para rumores odiosos, se as informações do noivado vazassem.
Não fazia muito tempo que as matérias sobre a morte de Aspen tinham sumido.

E com o sucesso da empresa de exportação de Nikolai, os sites de fofoca iam começar a trazer rumores à tona.

Com a campanha de Elioth à todo vapor, e as matérias sobre o Palace e Nikolai, tudo cairia como merda, ao anunciar o noivado.

Mas isso não impedia Nikolai de me convidar para jantar, um dia antes do conserto de piano que aconteceria no palace.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora