CAPÍTULO 6

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● IARA ●

Eu estava deitada quando escutei Aspen se levantar e começar a tossir.
Ele estava se sentindo mal há alguns dias, mas recusou-se a ir à um médico.

Ele não iria, e eu sabia.

Quando me levantei depois de verificar se ele já havia saindo, vi a xícara de café no balcão, e não me dei ao trabalho de fazer nada além de esperar, era um questão de tempo.

Fui em direção ao quarto extra que eu tinha na casa. 

Há alguns anos antes de me casar com Aspen, eu comecei a criar armas de pequeno porte, adagas e navalhas.
No começo era um passa tempo, mas me trouxe lucros, então não vi motivos para parar. Desde pequena eu tinha um certo interesse por armas e facas, eram como um precioso tesouro que eu mantinha perto. Para os olhos de Aspen, o que eu fazia aqui dentro eram contas, para uma empresa do meu pai.

O bastardo não podia sequer imaginar.

Eu verifiquei os arquivos enviados para meu computador sobre os lucros na noite em que mais teríamos pessoas presentes em meu Cassino. E um relatório sobre Vina. Ao que parece o casamento dela com Ronan não durou, e ela está viúva.

E com uma ótima herança.

Mas o principal motivo para eu estar aqui dentro agora era outro. Eram minhas plantas da sorte.

Eu tinha cultivado o suficiente de Beladona para criar pó suficiente para mais três semanas, era o tempo que eu precisaria.

●●●

Hoje Aspen não sairia de casa. Mas eu fiz como todos os dias, eu preparei seu café. Diferente das outras vezes, eu me sentei junto a ele para o café da manhã,
deixando-o surpreso.

Eu o observei tomando café enquanto lia as novas notícias postadas no jornal.

Eu o vi engolir cada gota de café em sua xícara antes de vê-lo começar a tossir, mas dessa vez era diferente.

Céus, eu mal podia conter a minha paz, e alegria.

Ele começou a agonizar com a mão ao peito. Ele estava prestes a pegar o celular, antes que pudesse pegar eu me levantei e tirei de seu alcance.

Ele não ligaria para um médico, ele não acionaria a segurança, ele não entraria em contato com seu pai.

Tinha planejado cada passo por um ano e meio, e ele não estava preparado para isso.

Pó de Beladona era como açúcar.
Você poderia vê-la antes de dissolver, mas depois disso, mal ia sentir.

Se nunca tinha tido contato com ela, não veria diferença alguma se estivesse ingerindo. Uma pequena quantidade, ela começaria a entrar em seu sistema nervoso, e se instalaria lá, te causando belos problemas de saúde, se estivesse ingerindo a longo prazo.

Uma quantidade média, ela te comeria de dentro pra fora, mas a arte de tudo isso, era que quando ela terminasse, faria parecer como uma simples morte natural.

Ele se arrastou em direção ao elevador da cobertura, e eu o segui.
Aspen não sairia daqui vivo de qualquer forma, por quê adiar mais?

— Sabe Aspen, você até podia ter potencial se tivesse sido inteligente o suficiente para seguir os conselhos do seu pai, mas você agiu como um verme. E agora até está rastejando.

— O que você fez comigo sua vadia desgraçada? Me leve para um hospital.

Ele cospe as palavras, e eu realmente esperava que ele fizesse, assim eu não ia ter dificuldade nenhuma em acelerar o processo.

Não tinha chance dele sair pelo elevador, então fui em direção ao balcão da cozinha e peguei a seringa que eu tinha deixado escondida.

Caminhando em sua direção, e eu pude ver a forma como ele estava com medo. Eu faria isso ser doloroso, mas não agressivo, ou o plano iria à merda.

Eu injetei a adrenalina que estava na seringa. O pó de Beladona faria boa parte do trabalho, mas nunca era ruim prevenir. Ele ocasionalmente morreria pela forma como sua frequência cardíaca aumentasse.

Eu estava absurdamente feliz, liguei o rádio com músicas que me faziam dançar e suar com felicidade, mal vi a ligação de meu pai.  Ele me ligava com frequência, mas não sabia das agressões, ele não deveria, ou acabaria por interferir.

Então dessa vez, eu não atendi.
Aspen começou a gritar e agonizar, o que foi ainda melhor, eu estava realmente feliz agora.
O corpo de Aspen estava morto há quinze minutos. Eu precisava ligar para a ambulância agora, ou suspeitariam do tempo de falecimento.

Eu liguei e eles chegaram mais rápido do que o esperado, aproveitei a chance pra mandar uma mensagem para Milo.

Vi quando Milo entrou pela porta do elevador, e então veio em minha direção passando os braços ao meu redor em um abraço apertado que eu retribui.

Milo era leal à mim, e esse foi o motivo para ele ser o único a saber sobre meu plano e ficar responsável pelo meu Cassino, ele tinha minha confiança, e tinha por merecer.

●●●

O pai de Aspen, estava envolvido nos negócios sujos de Nova York tanto quanto seu filho. Ele sabia quê o que tinha acontecido com Aspen não foi natural, mas ele não abriria a boca, ou teria o mesmo fim. Quando chegou o momento do funeral de Aspen eu fiz o papel de viúva. Chorei em seu enterro, prestei uma entrevista sobre seu falecimento, e em respeito à família, mas era hora de voltar para casa.

Eu estaria de volta, pronta para colher os frutos dos meus sacrifícios.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora