CAPÍTULO 43

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● IARA ●

O Palace estava tomado de pessoas. Umas tentando entrar, e outras já lá dentro. Hoje não seria apenas uma noite em um restaurante, seria uma apresentação de pianistas no seu auge. - Fora, claro, a parte em que um dos pianistas era um concorrente a deputado, e haveria um anuncio de casamento.

Lá dentro eu podia ouvir o barulho de cadeiras rangendo no chão, e as vozes altas com a fofoca.

A classe alta nunca muda, uma lastima.

Mas enquanto eles encherem meus bolsos de dinheiro, eu posso suportar.

Quando Charlotte começou a tocar, o mundo ao redor parou, todos estavam impactados, não só pela beleza dela, ou os cabelos Azuis, - que agora em de um tom diferente - Mas sim pela música.

Ela tocava enquanto abria seus sentimentos para todos, mostrava as ruínas de sua mente, a doçura de seu coração, e a cura em sua alma.

E quando Elioth apareceu e sentou ao seu lado, enquanto completava sua música, como se fossem um. O mundo se partiu, mostrando à todos como almas gêmeas deveriam ser.

Ou pelo menos eles estavam próximos disso.

O que ninguém aqui sabia, era que esse conserto já havia sido ganho, os vencedores tinham sido decididos dias antes. O conserto no Palace era apenas uma formalidade. Para dar à chance aos outros pianistas de encontrarem novas conexões ou teatros.

Quando a música acabou, e Elioth e Charlotte foram anunciados como vencedores, o cheiro de comida começou a tomar conta do ar.

Nikolai se levantou, enquanto capturava a atenção de todos no estabelecimento.
Certo, eu tinha que admitir, o homem sabia como ser o sucesso dos holofotes.

- Eu gostaria de usar a oportunidade, aproveitando que a música ainda está em todos nós, para anunciar algo muito importante. - Ele começa, enquanto sussurros de questionamento surgem.
- Eu gostaria de anunciar que finalmente vou me casar. Com a mulher mais linda que eu já conheci, e que eu estava destinado a ter desde que eu ainda era uma criança.

Ele se aproxima de mim, enquanto toma a minha não na dele, e uma música começa. Bom, acho que isso foi o suficiente. Uma onda de aplausos toma conta do lugar, mas eu não perco as risadas malvadas, e os sussurros nojentos.

As semanas seguintes foram uma rotina muito bem programada dos preparativos do casamento. Desde as flores, até a cor das cortinas.

Eu mal tive tempo de respirar, antes de ser arrastada por Vina e Stella para a loja de vestidos de casamento.

Pelo menos Graciela compartilhava comigo a expressão cansativa.
Nonna decidiu não vir, ela disse que sua coluna doía como o diabo, - palavras dela, não minhas - mas eu sabia que ela não queria estar aqui.

Não por não estar feliz por mim, mas porquê ela dizia que eu precisava de novas memórias. O surpreendente não era Noona não estar, e sim Bibiana ter vindo.

Quando eu a convidei, eu imaginava que ela recusaria, mas na verdade, um largo sorriso apareceu em seu rosto, e ela rapidamente correu para nos acompanhar. Eu tinha dito que ela poderia ser uma das minhas damas se quisesse, e ela pareceu contente em ser incluída.

Eu já tinha tirado mais ou menos, quatro vestidos, que segundo Stella, não me valorizavam. E havia sugerido um vestido cor de creme. Levanto em conta que eu já não era mais uma virgem, imaginei que para ela, por ser de família tradicionalista não pareceria certo. Mas na verdade, o que eu ganhei foi um estalar de língua, enquanto ela dizia que as tradições eram horrorosas, e que eu deveria me casar de branco.

Quando Bibiana se aproximou com um vestido em mãos, eu podia jurar que os olhos de Stella criaram corações.

O vestido era de um tecido liso, e não tinha brilhos, ou rendas. Era bonito, mas nao extravagante. Era maravilhoso.
Todas pareceram concordar, e logo depois de escolhermos os vestidos de damas de honra, partimos para o que Vina fez questão de anunciar como uma despedida de solteira, que ficaria para a história.

LIVRO 1- Gun's and ThornsOnde histórias criam vida. Descubra agora