— O que fez agora, Melina? — A diretora me olhava por cima dos papéis em sua mesa. — Quase todos os dias você está na minha sala!— O senhor Mackenzie me deu bronca por dormir na aula dele outra vez. — Digo ainda parada na porta.
— Não tem dormido em casa? — Ela me olha preocupada.
— Vai me dar a detenção ou não?
— Duas horas de detenção após a aula e sem gracinhas desta vez.
Respiro fundo e saio da sala da diretora indo em direção ao refeitório para almoçar. Pego uma bandeja e começo a me servir, procurando comer bem pelo menos aqui na escola. Coloco um sanduíche, suco, uma banana para comer e me sento na única mesa que não tinha ninguém.
Como sempre, os garotos me zoavam e as meninas riam da minha cara enquanto eu passava. Absolutamente ninguém tinha a coragem de falar comigo se não fosse para me insultar ou fazer piadinhas.
Eu comia enquanto olhava as garotas intituladas populares quase oferecendo a bunda para os imbecis do time de futebol.
— Por isso dizem que você é boa no boquete. — Um idiota tira a fruta da minha mão. — Vive treinando com banana.
— Vai se foder. — Me levanto, pronta para bater nele.
— Melina! — A inspetora me repreende. — Não cansa de arrumar confusão?
— Você não ouviu o que ele disse? — Pergunto. — O tempo todo alguém vem me insultar e você não faz absolutamente nada!
— Sente-se ou saia do refeitório. — A mulher me encara séria.
— Puta que pariu. — Saio andando dali.
— Olha a boca, mocinha.
Como sempre, ninguém vê o meu lado. A diretora e o restante dos funcionários dessa escola preferem passar a mão na cabeça dos garotos e das garotas. O porquê? Tinham dinheiro e a maioria dos pais tem relevância aqui na cidade.Há um tempo atrás fiquei com o capitão do time de futebol da escola e o desgraçado espalhou para todo mundo que chupei ele num banheiro público, o que obviamente é mentira. Ele ficou bravo por eu não querer um relacionamento depois de meses ficando e acabou fazendo a minha vida um inferno. O babaca fodeu todo o meu ensino médio.
O sinal tocou e eu fui para a última aula do dia, direto para o laboratório de química. Me sentei na minha mesa sozinha de sempre e comecei a prestar atenção na aula mais entediante do dia.
Alguns minutos de aula se passaram e a inspetora entrou na sala com um garoto que parecia ser aluno novo. Ele tinha dreads no cabelo e um estilo completamente diferente do que costumo ver por toda a cidade.
— Esse é o Tom Kaulitz, pessoal. — A inspetora começa a falar. — Veio de outra cidade e vai estudar aqui. Ele ficou meio perdido para achar a sala, mas agora está entregue, professora.
— Espero que o tratem bem e possam ser amigos. Tom, sente-se ali do lado da senhorita Schneider. — A professora aponta para mim.
O garoto vem até mim e se senta ao meu lado, abrindo seu caderno e colocando as coisas em cima da mesa.
— Gostei do cabelo vermelho. — Tom elogia.
— Gostei dos dreads. — Respondo.
Voltei a prestar atenção na aula pois não queria ir para a diretoria outra vez. O tempo parecia não passar e tudo que eu queria era sair dessa escola. Ainda tinha a detenção e essa nem era a pior parte, pois minha casa também era um inferno.
Faltando alguns minutos para sermos liberados, uma bola de papel é arremessada na cabeça de Tom. Ele olha para os lados e desamassa o papel vendo algo escrito.
"Melhor não sentar aí outra vez, vai que você pega uma doença da Melina"
Ele olha para mim confuso e amassa o papel novamente, indo jogar no lixo.
— Quem foi o idiota? — Pergunto me virando para trás.
— Causando outra vez, senhorita Schneider? — A professora cruza os braços.
— Mas... — Tento me justificar.
— Fora da sala, agora. — A mulher manda.
Arrumo minhas coisas com toda a raiva do planeta e vou em direção a porta da sala, enquanto Tom ainda me olhava confuso.
Eu não iria até a diretoria outra vez ou ganharia mais horas de detenção. Subi até o último andar da escola indo para o terraço, pois lá quase nunca tinha ninguém.
No meio do caminho, vejo mais idiotas de outra turma importunarem um garoto que também parecia ser novato. O rapaz tentava se levantar do chão enquanto os imbecis batiam e puxavam o cabelo dele.
Meu coração apertou ao ver aquela cena e eu poderia apanhar junto, mas não passaria fingindo que não vi nada.
— Deixem ele em paz. — Digo.
— Olha só, a morde pau veio defender o esquisito. — O mais alto riu de mim. — Quer levar uma surra também, prostituta?
— Por que você não bate no seu irmão? — Cruzo os braços. — Enquanto você tá aqui importunando os outros ele tá comendo a sua namorada.
— Olha aqui sua... — Ele vem para cima de mim, mas um de seus amigos o segura. — Só não quebro a sua cara por você ser mulher.
Os valentões saem dali correndo, com medo de serem vistos por alguém. Eu vou até o garoto que ainda estava caído no chão, chorando sem parar.
— Ei. — Me abaixo. — Eles já foram, vai ficar tudo bem agora.
— Mesmo? — O garoto olha assustado.
— Sim. — Pego em sua mão, ajudando o a levantar.
— Muito obrigado. — Ele seca as lágrimas. — Como você se chama?
— Me chamo Melina, e você?
— Bill.
— Você não seria irmão do Tom, seria? — Pergunto. — São muito parecidos, apesar do estilo diferente.
— Ah, somos gêmeos. Conheceu ele?
— É, fizemos dupla na aula de química.
— Entendi.
— Vou ali no terraço, quer vir?
— Claro. — Bill vem andando ao meu lado.
Nós andamos até o muro de concreto no terraço e subi ali em cima, me sentando enquanto Bill apenas encostou ali. Acendi um cigarro e comecei a olhar para baixo, vendo os alunos da escola irem embora.
— Por que se mudaram? — Olho para o garoto.
— Eu sofria bullying na minha antiga escola. — Ele revira os olhos. — Pelo visto aqui também não vai ser fácil.
— Não tenho nem o que falar. Isso aqui é o verdadeiro inferno.
— O jeito é acostumar. — Ele pega o cigarro da minha mão, dando uma tragada.
— Bill. — Tom aparece. — Vamos?
— Já vou indo. — O moreno me devolve o cigarro. — Você vem?
— Tenho detenção. — Digo.
— Então te vejo amanhã?
— Claro.
Ele vai andando até seu irmão que o abraça e começa a conversar. Eles me dão um tchauzinho e logo desaparecem dali. Apago o meu cigarro e pego minha mochila, me levantando para ir até a sala da detenção.
*notinha da autora*
o que vcs acharam? a fic vai ter bastaaante coisa, mas não quero fazer nada tão clichê.
deem a opinião de vcs aqui
bj bj e amo vcs!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Intoxicação - Tom Kaulitz
FanfictionO proibido que fez com que eu despertasse desejos escondidos Meu vagabundo fez a sua dama sentir o amor mais intenso mais profundo e mais insano maktub Shortfic | +18 | Tom Kaulitz