Capítulo XVI

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(Narração)

— Kaulitz? — Georg disse quando Tom atendeu o telefone.

— Fala.

— Achei o pai da Melina...

— Onde? — O rapaz se levantou do sofá. — Já estou indo.

— Calma. — Georg tinha uma voz de preocupação. — Ele tá morto.

— Como assim, porra? — Tom olhou para Melina uma última vez e andou até o lado de fora, fechando a porta.

— Parece que ele tava muito bêbado e encontraram o corpo dele num beco por perto.  Gustav falou com nosso infiltrado da delegacia e eles tem total certeza de que foi assassinato.

— E quem matou esse filho da puta? — O rapaz já sentia seu sangue ferver novamente.

— A questão é que você e a Melina são os principais suspeitos.

— Não fode...

— Tem testemunhas dizendo que o maluco tentou abusar dela e isso foi pura vingança, mas também suspeitam de você por ser o namorado e ter apontado uma arma para ele. Você foi descuidado de fazer essa parada no meio da rua, mano. Eles tem sua descrição toda... muda algo e some por um tempo.

— Caralho. — Tom estava nervoso. — Te ligo depois.

O rapaz correu para dentro da casa de Melina novamente e a garota permanecia sentada com Bill no sofá. Ela já havia parado de chorar, mas não estava falando nada ainda. Visivelmente triste e abalada por toda a situação enquanto Tom pensava se deveria dar a notícia ou não. Ele ficou calado por alguns segundos enquanto Melina e seu irmão o encaravam sem dizer nenhuma palavra sequer também. A garota sabia que ele saiu para atender um telefonema. Não sabia quem era e muito menos do que se tratava, mas pela cara do rapaz, não era nada agradável.

— Melina... — Tom disse o nome dela devagar. — Preciso contar algo e preciso que seja ainda mais forte do que já está sendo.

— Fala. — Ela respondeu ainda olhando para ele. — Vamos ver o quão ruim deve ser.

— Acharam seu pai morto. — O garoto praticamente cuspiu as palavras. — Num beco desses por aí.

— Morto? — A garota não tinha remorso na voz e muito menos tinha esse sentimento dentro de si.

— É... — Tom foi até ela.

— Que ótimo. — Melina parecia estar aliviada, por mais que no fundo a culpa estivesse presente por se sentir assim. Respirou fundo, como se um peso tivesse sido removido de suas costas e para ela, aquilo era uma das coisas menos tristes que haviam acontecido em toda a sua vida. — Que bom.

— Bom, e agora? — Bill perguntou.

— Eu ouvi bem? — A mãe da garota desceu as escadas com Hanna no colo. — Richard está morto?

— Sim. — Tom direcionou o olhar para mulher.

— Sua desgraçada! — Ela correu até Melina depois de colocar sua filha mais nova no chão. — E agora, o que vamos fazer?

— Vai me dizer que a culpa é minha? Eu quase fui estuprada por aquele monstro! — Ela se levantou, batendo de frente com a mais velha.

— Não interessa! — A mulher gritou. — Quem você acha que sustentava essa casa? Sua ingrata!

— Sustentar? — Melina riu irônica. — Não tem nada para comer naquela despensa porque o seu marido gastava tudo com bebidas e você com drogas!

— Seu pai errou, mas pelo menos você tinha um teto sobre a sua cabeça! — A mãe da garota estava furiosa. — Já estou cansada de você e de todos esses problemas que me causa!

— Acha que não me canso de ter uma mãe desnaturada?

— Some daqui. Pega as suas coisas e some dessa casa para não voltar nunca mais!

— Não vou deixar você aqui com minha irmã!

— Pega essa fedelha chorona e leva junto, sumam!

Melina não se sentia abalada por isso, odiava morar ali e agora sim o inferno seria mais prolongado depois da morte de seu pai. Ela queria estar o mais longe possível daquele local, mas jamais deixaria a sua irmã nas mãos daquela mulher. Realmente achou que as coisas seriam diferentes após o ocorrido na cozinha, quando a sua mãe a ajudou e ficou com ela a noite toda. Não tinha jeito para aquela mulher.

Tom e Bill não interviram na briga. De qualquer forma, eles pensavam que era melhor as duas sairem daquela casa mesmo. Ficaram quietos e Melina pediu para que  os meninos esperassem do lado de fora enquanto ela arrumava as suas coisas para pensarem no que fazer.

— Então os boatos sobre você são verdade. — Bill encostou na parede e cruzou os braços, fuzilando seu irmão com o olhar.

— Eu fiz pela mãe.

— Precisava disso?

— Me fala o que eu poderia fazer?

— Não sei, mas você tá mentindo para todo mundo lá em casa.

— Bill... — Tom parou ao lado dele. — Tu sabe quanto custa esse novo tratamento? É caro para caralho. Um trabalho de meio período não ia pagar nem menos da metade.

— Poderia ter me contado, isso é perigoso.

— Justamente por ser perigoso que eu quis deixar todo mundo fora disso, mas agora tô fodido.

— O quê? Por que?

— Desconfiam que fui eu quem matei o pai da Mel.

— Merda! — Bill se preocupou, seu irmão poderia se encrencar. — Estão te procurando?

— Sei lá... se não estão, já já vão começar.

— Você tem que mudar essa cara sua.

— Hã?

— Mudar esse seu cabelo chamativo... talvez suas roupas...

— Vamo ralar daqui. — Melina apareceu. — Não piso nessa casa nunca mais.

— Vem. — Tom foi até ela, pegando sua mala e a mochila enquanto Bill pegou Hanna em seu colo. — Vamos lá para casa.

— Não posso ficar lá... vou dar um jeito — A garota soltou o ar pela boca.

— Relaxa, vamos para lá primeiro.

Tom deu a mão para Melina e ela estranhou a calmaria do rapaz. Ele tinha a mão gélida e não falou muito durante todo o caminho. Bill estava quieto também, parecia estar pensando em diversas coisas e só respondia as perguntas bobas de Hanna.

Melina sentia que tudo estava dando errado e realmente estava, sua vida estava uma tremenda bagunça. Não sabia o que fazer dali para frente e isso a preocupava de um modo desesperador. Não entendia o motivo de Tom estar ali depois de tudo que ela fez, mas agradecia por ele ainda estar.


*notinha da autora*

oi besties, olhem minha cara de pau🤡

enfim, perdão pelo sumiço. eu vivo ocupada e vcs estão carecas de saber, mas esses dias tava com um bloqueio de criatividade péssimo. me perdoem de vdd.

amo vcs!!

Intoxicação - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora