Intoxicação - Tom Kaulitz

Capítulo VIII

(Pov Melina)

— Para onde a gente vai? — Hanna me beliscou outra vez.

— Ôh sua pentelha, você vai pra escola!

— Mas eu não quero.

— Hanna, sem malcriação. Se você se comportar, te levo no parquinho sábado.

— E vou querer picolé.

Deixei minha irmã na escola e me despedi indo em direção a casa dos Kaulitz, onde Tom me esperava.

No meio do caminho, vi Henry no mesmo local que sempre ficava. Ele é dono da maior facção criminosa da cidade e vê-lo falar com Tom, que misteriosamente apareceu com um revólver depois, era muito suspeito. Eu sabia que Henry estava no meio dessa história toda, mas Tom prometeu que me explicaria tudo hoje.

Quando vi o garoto de dreads na varanda de sua casa, ele sorriu para mim, pegando sua mochila e vindo na minha direção.

— O Bill não vem? — Perguntei.

— Não, ele vai sair com um amigo. — Tom caminha até mim.

— Poxa...

— Que foi, tá com medo de ficar sozinha comigo depois de ontem? — Ele sussurra.

— Vamos logo, Kaulitz. — O puxo pela mão. — Você tem muita coisa para me explicar hoje.

— Quem você pensa que é pra me dar ordens?

— Cala a boca.

Tom passa o caminho todo de piadinhas enquanto me agarrava a cada rua vazia que passávamos. A felicidade dele era contagiante, eu simplesmente esquecia de tudo aquilo que não me fazia bem quando estávamos juntos. Tom não me julgava e era uma das poucas pessoas que realmente acreditavam em mim e não me importunavam.

Não sabia se o que ele queria comigo era apenas um lance ou algo assim, mas eu curtia a presença dele. Ele era atraente, divertido e me tratava bem... não tinha porquê não aproveitar e deixar rolar. Obviamente eu tinha na cabeça que não podia me apegar a ele de nenhuma forma, acho que nós dois pensávamos desse jeito.

Em alguns minutos, nós já estávamos no lugar que matamos aula pela última vez. Tom foi até a pedra gigante que tinha ali e subiu em cima, ficando na sombra enquanto me esperava chegar até lá.

— Você já me enrolou demais. — Me sentei ao seu lado. — Fala.

— Tenho que falar mesmo?

— Anda!

— Tô vendendo pro Henry. — Ele diz rapidamente.

— Tom? — Fico perplexa com o que acabo de escutar. — Explica direito!

— Tô vendendo e cuidando da parte administrativa dos negócios.

— Negócios? — Rio incrédula. — Negócios?

— É, Melina.

— Você tem noção que Henry é o cara mais perigoso daqui? — Dou um tapa nele. — Tem noção de que ele está na mira da polícia há muito tempo? Tom, você entrou numa facção criminosa!

— Jura? — Ele me olha. — Lógico que sei.

— Então qual é o motivo de tudo isso?

— Minha mãe tem leucemia. — O rapaz desvia a sua atenção para o lago a nossa frente. — Tudo é muito caro e ficou pior ainda quando tivemos que nos mudar para cá. O trabalho dela e do meu padrasto não são suficientes para pagar aluguel, medicamentos e tudo que a gente precisa pra sobreviver.