Capítulo X

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(Pov Melina)

Era bem cedo quando bateram na minha porta. Obviamente ninguém foi atender, ninguém nunca tá sóbrio para abrir a porcaria de uma porta. Me levantei e desci as escadas, girando a maçaneta e vendo que seja lá quem fosse, já tinha ido embora.

— Sacanagem. — Eu disse olhando em volta.

No chão, tinha um envelope branco com o meu nome escrito. Estranhei, mas peguei o papel e voltei para o meu quarto. Me sentei na cama e tirei o adesivo que prendia a abertura do objeto. Não fazia ideia de quem tinha mandado isso para mim, pois não tinha nada escrito além do meu nome na parte de fora. Quando abri o envelope, tinham algumas fotos dentro. Fiquei em choque ao ver que eram fotos minhas e de Tom na lagoa juntos e também na grama, quando estávamos praticamente nus.

Meu coração acelerou e acabei derrubando todas as fotos no chão, completamente em choque. Me desesperei e tentei recolher aquilo antes que meu pai ou minha mãe entrassem no quarto e vissem. Eu não sabia o que fazer e mal conseguia respirar de tanto nervosismo. Minhas mãos suavam frio e eu quase não consegui guardar tudo novamente.

Alguém tinha nos seguido até o lago naquele dia e agora tinha fotos minhas seminuas junto com um garoto no meio de uma floresta. Provavelmente vazariam tudo pela escola e a minha reputação ficaria pior do que já é, levando Tom ao buraco junto comigo consequentemente.

Pensei que provavelmente Alex teria feito essa palhaçada e quase não tinha dúvidas quanto a isso. Ele mesmo falou que iria acabar com a minha vida e fazer dela um inferno... como se eu já não vivesse nele.

Fiz o possível para me acalmar e fui me arrumar, acordando Hanna em seguida para poder levá-la a escola. Passei em uma padaria no meio do caminho e comprei um lanche para minha irmã, colocando em sua lancheira quando vi Tom e Bill no meio do caminho. Tentei desviar deles, para que não me vissem, indo por outro lado.

— Tio Tom! — Hanna gritou.

— Shhh! — Sussurrei.

— Melina, espera! — Tom veio na nossa direção. — Tá correndo da gente?

— Na verdade tava. — Respondi. — Tenho que levar ela para escola.

— A gente te acompanha. — Bill ofereceu um sorriso amigável.

— Deixa a Hanna ir com ele. — Tom chegou mais perto de mim, me deixando confusa.

Bill pegou minha irmã no colo e começou a distraí-la com os passarinhos das árvores próximas a gente, se afastando um pouco de nós dois.

— Olha. — Ele me entregou um envelope parecido com o que eu tinha recebido mais cedo. — Antes de abrir, só quero te dizer que independente de quem tenha mandado...

— Eu recebi também. — Devolvi o papel, o interrompendo. — Sei o que tem aí dentro.

— Suspeita de quem fez isso?

— Na realidade, tenho quase certeza que foi o Alex... para se vingar. Ele provavelmente nos seguiu até o lago.

— Era por isso que você tava fugindo de mim?

— Era... eu não queria que você soubesse até eu resolver tudo, não quero ferrar as coisas para você também na escola.

— Acha que me importo de sermos vistos juntos? — Ele colocou meu cabelo atrás da orelha. — A única coisa que me preocupa é você ser exposta sem roupas desse jeito.

— É sério?

— Melina, eu não ligo para nada. Não tô nem aí pro que pensam e falam de você, eu ligo pro que você realmente é.

— Você é o traficante mais fofo que eu já vi. — Roubei um selinho dele.

— Se for realmente esse engraçadinho do Alex, ele vai se gabar... ainda mais se pensar que estamos com medo das fotos serem vazadas.

— Foi ele, eu sei que foi.

— Eu vou resolver tudo, não tem que se preocupar com nada. — Tom segurou minha mão enquanto caminhávamos. — Se ele tá achando que vai continuar te infernizando, tá muito enganado.

Nós continuamos andando até deixar Hanna na escola. Em seguida, resolvemos passear um pouco com Bill, pois ele precisava daquilo.

Aproveitei muito a companhia dos dois e pude distrair a minha mente. Tom me fazia muito bem e seu irmão era um bom amigo. Eram momentos como esses que eu podia me sentir uma adolescente normal com uma vida normal, amigos e talvez até um namorado que realmente goste de mim.

Por mais que eu tivesse medo de tudo e todos a minha volta, sabia que poderia confiar em Tom. Algo em mim dizia que ele se sentia como eu depois desses últimos dias. Foi tudo muito rápido e sem avisar, mas dizem que as melhores coisas da vida acontecem desse jeito.

Nós três éramos tão novos para passar por todas essas coisas que temos que lidar no dia a dia. Ter um pai com problemas de alcoolismo e agressividade, uma mãe viciada e irresponsável, entrar no crime para ajudar a família, bullying e tantos outros problemas... Só tínhamos 17 anos e deveríamos estar preocupados com provas ou alguma coisa fútil.

Mesmo com tudo isso, ainda conseguia ficar feliz com esses poucos momentos agindo como uma jovem normal ao lado deles, principalmente com Tom.

— O que tá rolando entre vocês dois? — Bill intercala o olhar entre a gente.

— Nós dois? — Tom riu. — Não sei.

— Nem eu. — Respondi. — Mas acho que gosto.

— Vocês estão se pegando, né? — O mais novo perguntou desconfiado.

— E você tá pegando alguém? — Perguntei o abraçando pelo ombro.

— N-não... — Bill disfarçou.

— Tá sim. — Tom bateu palmas feito uma criança. — Sabe o amigo dele que falei?

— Cala a boca, bastardo!

— Hummm, safadinho! — Cutuquei ele. — Você tem que me contar!

Depois de importunarmos Bill e ele fazer a mesma coisa com a gente, nós fomos mostrar o lago para ele que nunca tinha ido. O verão estava estralando, então pulamos na água com roupa e tudo.

Era uma pena saber que toda essa paz iria acabar no segundo que eu entrasse em casa e voltasse a situação de merda que eu vivia.

*notinha da autora*

oi besties, já vou atualizar a outra fic!! sei q o capítulo da curto, mas meu tempo tá mega corrido. prometo recompensar vcs!!

amo vcs tchucos e tchucas

Intoxicação - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora