Capítulo VII

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(Pov Melina)

Já era um pouco tarde, eu havia dado o remédio de Hanna e ela já estava dormindo calmamente enquanto eu organizava algumas coisas no nosso armário.

Meus pais nem desconfiaram que nós duas passamos a noite fora e eu nem questionei a minha mãe por ter dopado minha irmã. A única coisa que me deixava intrigada era ter que deixar Hanna sozinha com essa mulher novamente enquanto eu ia para a aula. Como eu não iria pelos próximos dias, iria tentar pensar em alguma coisa.

Tomei um banho rápido e comi uma salada que eu tinha feito mais cedo, minha mãe resolveu ir ao mercado e trazer comida ao invés de garrafas de vodka.

Já pronta para ir deitar, ouço um barulho na minha janela. Acho estranho, mas resolvo ignorar quando escuto o barulho outra vez. Fui foi até o vidro e puxei as cortinas, dando de cara com um garoto que conhecia bem jogando pedrinhas na minha janela.

Tom sorriu para mim e se pendurou nas grades, subindo até o parapeito da janela.

— O que você tá fazendo aqui? — Perguntei ajudando ele a entrar.

— Boa noite, gatinha.

— Que boa noite, Tom?

— Vai ter um baile de volta as aulas e você nem me disse nada.

— Desde quando você gosta de bailes?

— Desde que tem a possibilidade de você ser o meu par. — Ele chegou mais perto.

— Não costumo ir para essas coisas... não me encaixo com aqueles idiotas.

— Ah vai, por favor. — Tom fez beicinho como uma criança. — A gente pode batizar o ponche e fumar no terraço.

— Vagabundo delinquente. — Sorri. — E o Bill?

— Ele pode ir com a gente, vai ser divertido.

— Então tá, acho que vai ser divertido mesmo. — Me apoiei na janela. — O que você estava fazendo nas ruas uma hora dessas?

— Estava com meus amigos. — Ele se apoiou ao meu lado.

— Sua mãe não se importa?

— Se ela não estiver dormindo, acho que vou levar um sermão. Vou dizer que estávamos juntos, ela gosta de você.

— Mas não estávamos.

— Agora estamos. — O garoto olha para mim. — Não é uma mentira, já que pulei a janela do seu quarto.

— Se meu pai entrasse aqui agora...

— Nem estamos fazendo nada demais.

Ele toca em minha mão e por alguns segundos eu perco a noção das coisas. Tom me encarava sem dizer nada e aquilo estava me deixando tensa. Meus pensamentos estavam uma bagunça e eu não sabia se deveria falar alguma coisa ou como agir. Ele estava mais lindo do que o normal e me olhava de um jeito extremamente sexy. O rapaz passou a língua entre os lábios sem tirar os olhos de mim enquanto brincava com aquele maldito piercing que fazia eu ter vontade de beija-lo a todo momento.

Senti a mão dele tocar em minha nuca e isso fez meu corpo estremecer. Tom aproximou o rosto do meu e me beijou suavemente. Eu me surpreendi, mas em nenhum momento deixei de gostar dessa atitude dele. A noite estava fria, mas quando nossas bocas se tocaram, senti ondas de calor passarem por todo o meu corpo. A mão dele desceu para a minha cintura e aperta aquela região, me arrancando suspiros enquanto eu o puxava mais para perto de mim. Toquei em sua nuca com a ponta dos meus dedos, arranhando aquela região e Tom intensificou o beijo, me apertando ainda mais.

— Melhor pararmos. — Me lembrei que Hanna estava dormindo ali.

— É... tem razão. — Ele disse ainda com os lábios próximos dos meus.

— Eu não esperava isso.

— Eu não deveria ter feito? — Tom sorriu ladino.

— Deveria. — Sorri de volta.

— Quer fazer algo amanhã já que não temos aula? A gente pode ir para aquele lugar.

— Claro, pode ser.

Começo a observar mais o rapaz que estava na minha frente com a maior cara de pau possível. Desci meu olhar até a sua camisa branca, que marcava algo em sua cintura, me deixando curiosa. Sem pensar, levantei a sua camisa e fiquei em choque ao ver uma pistola ali. Tom se afastou e tirou a minha mão, abaixando o tecido novamente e escondendo o revólver mais uma vez.

— Que merda é essa? — Perguntei chegando perto dele novamente.

— Posso explicar, Mel... eu juro que...

— Melina? — Ouvi a voz de meu pai junto com o barulho das escadas.

— Eu quero explicações amanhã. — Puxei ele para perto da janela. — Vai.

— Prometo que explico. — Tom ia me beijar, mas fiz gestos para que ele saísse dali rapidamente.

Fechei a janela e corri até a cama, pegando qualquer livro infantil de Hanna nas mãos, começando a ler em voz alta. Meu corpo treme de medo ao ouvir o barulho da maçaneta sendo girada e a porta ranger.

— Com quem estava falando? — O homem entrou no quarto.

— Ninguém, eu só estava lendo para Hanna. Ela tinha acordado.

— Sei. — Ele começou a analisar cada parte do cômodo.

Meu pai foi até a janela e meu coração acelerou, quase saindo pela boca pensando na possibilidade de ele ver Tom lá em baixo. O homem ficou calado por alguns segundos, mas logo intercalou o olhar entre mim e minha irmã que ainda dormia. Depois abriu o guarda roupas para conferir se não tinha ninguém ali dentro, olhando embaixo da cama também.

— Estou de olho em você. — Ele disse.

Respirei aliviada quando meu pai saiu do quarto, fechando a porta novamente. Por mais alguns segundos, ele flagraria a cena e eu nem queria imaginar o que teria acontecido.

Meu nervosismo voltou quando me lembrei do revólver que Tom carregava na sua cintura como se não fosse nada. Primeiro um traficante fala com ele na rua e depois ele começa a andar por aí armado? Obviamente não estava com amigos agora durante a noite, alguma coisa errada ele deveria estar fazendo e eu vou descobrir tudo amanhã nem que eu tenha que enforca-lo.

Me deitei ao lado de minha irmã e descansei minha cabeça no travesseiro, pensando no beijo que nós dois tivemos há alguns minutos. Não sabia se deveríamos ter feito aquilo de fato mesmo, mas parecia certo. Qualquer coisa com ele me parecia muito certo.

*notinha da autora*

q isso tom marginal

amo vcs!!

Intoxicação - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora