Capítulo VI

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(Pov Melina)

Era hora do intervalo e os meninos estavam me esperando no refeitório. Peguei o meu almoço procurei por eles, os vendo sentados numa mesa bem no fundo, onde não tinha mais ninguém. Bill sorriu para mim e acenou de longe, fazendo gestos com a mão para que eu fosse para lá.

— Melina troca esse suco comigo, não gosto desse. — Bill pegou o suco da minha bandeja.

— Pode pegar. — Falei. — Que aula insuportável.

— Pena que hoje não temos aulas juntos. — Tom lamentou.

— Já não consegue ficar longe de mim, Tomzinho? — Eu ri.

— Cala a boca. — O garoto riu de volta.

— Olhem, pessoal! — Ouvi uma voz atrás de mim. — A prostituta não anda mais sozinha... ela anda com o emo viado e com o Bob Marley branco.

— Porra, Alex, não fode! — Me levantei da cadeira e me virei para ele. — Não é possível que você não tenha nada melhor pra fazer.

— Eu falei que ia transformar a sua vida num inferno. — O garoto olhou para baixo, para me encarar.

— Isso é o melhor que pode fazer? — Cruzei os braços. — Para mim você só não consegue lidar com o simples fato de que eu não fiquei no seu pé igual as outras ficam. Você não é um deus grego, só é um filhinho de papai que não aguenta ouvir um não!

Alex murmurou alguma coisa e veio para cima de mim, mas antes que ele me tocasse foi para o chão com tudo. Foi uma coisa tão rápida que quando vi, Tom havia derrubado ele no chão sem nenhum esforço.

As pessoas começaram a gritar em volta enquanto Alex tentava se levantar. Bill veio para perto de mim e segurou a minha mão, provavelmente ele não gostava de confusões desse tipo.

Chamei por Tom algumas vezes, que não me escutou em meio a todo aquele barulho. Ele olhou para mim e seu irmão, então veio andando para perto de nós novamente quando Alex se levantou e foi para cima dele. Mais uma vez e sem esforço, Tom socou a cara do garoto.

— Se ousar chegar perto da Melina e do Bill outra vez, eu quebro todos os seus ossos. — Tom disse para o rapaz que parecia tentar recuperar o foco no chão. — Filho da puta!

— Ei! — Chamei. — Vamos dar o fora daqui.

— Senhorita Schneider, senhores Kaulitz e Becker na sala da diretora já! — A inspetora disse após apitar seu apito estridente. — Agora!

Logo, todas as pessoas que estavam ali para ver a briga correram do refeitório e eu e os meninos fomos para a diretoria.

Alex estava furioso e encarava Tom com todo o ódio que poderia ser encarnado em uma pessoa. Eu estava nervosa, mas não por mim. Eu já estava acostumada a ficar de detenção ou ser suspensa. Meu nervosismo era por conta de Tom, que poderia até levar uma expulsão por ter nos defendido e obviamente, eu não queria causar nenhum tipo de problema para ele ou para o seu irmão.

A diretora pediu para que a gente se sentasse  e assim nós fizemos, menos Alex, que ficou perto da porta.

— O que aconteceu? — A mulher perguntou.

— Bom... — Fui interrompida.

— Seguinte, diretora... — Tom começou falando. — O cara mexeu com a Melina e o meu irmão, acho que a senhora sabe que esse filho da puta sai praticando bullying pela escola.

— O linguajar, senhor Kaulitz. — A diretora o repreendeu.

— Foi mal. — Tom expirou, exalando a sua raiva. — Ele sai difamando a Melina por todos os cantos. Hoje o imbecil partiu para cima e eu obviamente defendi ela, ou a senhora acha certo um cara de um e oitenta de altura querer bater numa garota?

— Não acho. — A mulher encarou Alex e depois olhou para gente novamente. — Vocês dois, confirmam a história do Tom?

— Sim. — Eu e Bill respondemos ao mesmo tempo.

— Bom, suspensão de quatro dias para todos e sem mais. — A diretora determinou. — Eu não estava lá para presenciar a cena e como todos estavam envolvidos, todos vão ter o castigo. Dispensados.

Respirei aliviada e nós assinamos o papel da suspensão, tendo que levar para os nossos pais assinarem também.

Fui até o meu armário pegar as minhas coisas enquanto os meninos me esperavam. Bill estava nervoso pois não sabia como explicar para mãe a suspensão, e eu o tranquilizei dizendo que falsifico a assinatura dos meus pais desde que me conheço por gente. Como os pais deles trabalhavam durante o período que estávamos na escola, seria tranquilo.

Saímos dali e fomos em direção a casa dos Kaulitz, pois eu precisaria buscar Hanna. Simone havia tirado uma folga só para cuidar da minha irmã e eu nem sabia o que fazer para agradecer por isso. Demos uma desculpa para a mãe dos meninos dizendo que tínhamos sido liberados mais cedo, pois Bill e Tom não queriam preocupar a sua mãe.

Hanna estava muito melhor, ficou feliz ao me ver e pulou no meu colo me dando o abraço mais gostoso da vida. Esqueci de todos os problemas quando vi que minha irmã estava se recuperando e que logo logo, ficaria bem.

Me despedi de Simone e Bill, para poder ir embora. Tom pediu para me acompanhar até em casa, e eu aceitei... já parecia uma rotina. Ele passou o caminho todo com Hanna no colo brincando para lá e para cá, o que me fazia rir um pouco. Hanna tinha a minha personalidade e implicava com Tom o tempo inteiro, fazendo ele ter que se esforçar para agradá-la e ainda assim, ele conseguia.

— Será que seus pais estão em casa? — O rapaz perguntava enquanto colocava Hanna no chão.

— Acredito que não. — Respondi olhando a janela. — Se eu tiver sorte, eles não vão ter nem percebido que eu e Hanna saímos... nunca estão sóbrios mesmo.

— Já sabe, não é? — Ele se aproximou. — Qualquer coisa me procura, foge.

— Sei. — Sorri. — Obrigada, Tom.


O abracei e percebi ele ficar surpreso, mas logo senti as suas mãos tocarem em minha pele, me abraçando de volta. Quando nos soltamos, Tom me olhava de um jeito diferente. Eu não sabia o que era, mas olhava igual também. Tinha algo que não deixava a gente tirar o olhar um do outro.

— Mel tá namorando o tio Tom! — Hanna brincou.

— Ei! — Olhei para ela — Pare com isso!

— Isso aí, a Mel namora o tio Tom. — Ele começou a brincar junto.

— Você é tão criança quanto ela, não é? — Revirei os olhos.

— Deixa para lá, Hanna. — O rapaz mostrou a língua. — O tio Tom não quer namorar a Mel, ela é uma chata!

— Cala a boca! — Abri a porta de casa. — Some!

— Depois apareço, gatinha. — Ele piscou para mim.


*notinha da autora*

oi besties, como vocês estão?

amanhã sai a nova temporada de Na melodia dos corpos, viu? as 20h.

amo vocês!

Intoxicação - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora