Capítulo 19

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Oliver saiu em seguida, e subiu a montanha de volta para casa, enquanto isso, eu permaneci ali, observando o lago e tudo a minha volta, olhei para traz apenas para ver a vila, comecei a caminhar por ela sendo alvo de Inúmeros olhares, o que é chato por asism dizer, contudo, eu estava de volta, e a minha presença sem aviso prévio nesse lugar, com certeza iria atrair muita atenção.
A vila estava modificada, estava bonita, tudo bem arrumado e eu não me lembro de sentir esse ar de, paz, parece que os ataques do passado não são mais tão frequentes, passei em frente a casa de Sofia, o que me fez sentir o coração apertar, ela já não estava entre nós, e pensar sobre isso me fez voltar no tempo, naquele noite em que a lua de sangue tornou o céu vermelho, a noite em que ela foi tirada a vida.

Caminhei mais a frente, sentindo o forte cheiro de carvão, era o ferreiro, ele martelava algumas peças de ferro, fez o meu ouvido doer por escutar tão bem, e isso, também me fez lembrar do dia em que fui mordido, quando eu escutei até o som das faíscas, mais a frente, passei em frente a casa de Davi, escuto a sua voz e a de seus pais, deduzi que ele tinha vindo fazer uma visita e, com certeza, seus pais estariam muito feliz em vê-lo, deixei que ele aproveitasse o momento com os seus pais e caminhei até a minha antiga casa, uau... Como era estranho vê-la nesse estado, não estava destruída, mas estava mal cuidada, ao abrir a porta, meus olhos por um segundo se encharcam de lágrimas, tudo tão vazio e sem vida, aquela casa com o cheiro de café fresco no ar já não existia, não escuto as barulhadas que minha mãe fazia na cozinha ao preparar o almoço, e também não vejo Max pulando em cima da minha cama, ao olhar através da janela do meu quarto, e ver a floresta, fecho os meus olhos e comecei a me lembrar de tudo, todas as vezes em que eu sentava no parapeito e escutava as corujas piar, em tese, isso me traz muita saudade, muitas saudades...

Sinto tanta falta de escutar a voz da minha mãe chamar pelo o meu nome, Max lambendo o meu rosto todos os dias de manhã, e embora Davi esteja comigo, sinto falta de presenciar ele pulando a janelas todos os dias. Eu era feliz, e mesmo que, no passado, quando eu queria poder viver o mundo a fora, eu não sentia essa felicidade, e só agora depois de perder tudo, eu consigo enxergar que a felicidade está presente no pouco, que significa muito.
Ao me sentar na cama, olhei em volta pelo o meu quarto, a prateleira vazia, o armário vazio, deixei tudo para traz restando apenas lembranças, fui tirado dos meus pensamentos quando Davi pulou a janela, tropeçando o pé no parapeito e caindo no chão.

— Aí... — Ele gemeu

- Por que eu não estou surpreso?

— Eu estou bem, obrigado por perguntar. — Ele se levantou e deu de ombros, aquelas palavras dele me trouxe lembranças de um dia, quando ele caiu e disse exatamente a mesma coisa. Davi veio até ao meu lado, se sentou na cama e encostou na parede.

— O que veio fazer aqui? — Perguntou ele.

- Vim apenas fazer uma visita.

— Visitar a casa vazia? — Ele arcou a sombrancelha, abrindo um sorriso de canto.

- É, Davi, vim visitar a casa vazia. — Sorri dando lhe um empurrão, ele sorriu.

— Lembra quando a gente saia escondido? Tinhamos que pular a janela para a sua mãe não escutar a gente abrindo a porta. — Ele caiu em risadas, retribuí.

- Como esquecer disso! Lembra daquela vez em que éramos mais jovens, ela fez biscoitos de chocolate e colocou para esfriar próxima a janela, e a gente com a fome de dez leões pegamos alguns biscoitos e corremos para o quarto. — Ele gargalhou novamente.

- Aí quando ela chegou até a cozinha e viu que faltava alguns biscoitos na bandeja, ela gritou:

— Malditos corvos! — Davi complementou, colocando as mãos na barriga enquanto sorria. — Eu me lembro também, do dia em que a sua mãe colocou a gente de castigo por que a gente brigou com os filhos mimados do vizinho ali da frente. Ela puxou a nossa orelha até o sofá da sala.

- Eu não consigo me esquecer disso, sinto até a orelha quente de tanto que ela puxou. — Gargalhei novamente, mas então, uma tristeza profunda preencheu o meu peito, tudo perdeu o sentido, e até Davi parou de sorrir, pelo o seu olhar triste, ele também sentiu a mesma sensação que eu, saudades.

- Você sente saudades? — Perguntei, ele fez um olhar pensativo, suspirou e respondeu:

— Estaria mentindo se dissesse que, não. Eu sinto falta sim! Eu sempre quis viver o mundo a fora, mas também sinto falta de Small Village, tivemos bons momentos aqui, Nick. Bons momentos que eu não quero nunca esquecer.

Me levanto da cama, olhando em volta, outra lembrança me fez ter calafrios, aquela noite no mundo oculto onde o meu espírito de lobo tornou-se verde, eu sentia que alguma coisa muito grande estava por vir, uma ameaça terrivelmente fatal que pode custar vidas, esse era o meu medo, ter que colocar todos em risco de novo!

— Nick? — Chamou me Davi, eu tinha me concentrando de mais, ele estava parado em minha frente.

- O que houve?

— Você parecia ter entrado em transe, está acontecendo alguma coisa?— Ele perguntou.

- Eu não sei, eu só, estou com medo. — Afirmei. — Davi tem alguma coisa muito ruim se aproximando, eu sinto isso.

— Mas, o que exatamente, estamos falando de Cristopher? — Perguntou o meu amigo.

- Eu não sei, cara, sinceramente. Mas algo está por vir, e eu tenho medo de em algum momento, a gente acabar entrando em algum tipo de conflito se não chegarmos a um acordo. — Ele fez um olhar triste

— Nick? Você se lembra da nossa promessa? — Ele perguntou olhando em meus olhos, me lembrei da promessa como se fosse ontem.

- É claro que eu me lembro.

— Então não tem por que temer.

- Mas e se der alguma coisa errado, Davi? Pode parecer locura mas, e se Cristopher tiver planejando algo contra nós dois? Ou sei lá, que faça com que não sejamos aliados. Eu sei que pode ser paranóia e...

— Nick? — Davi me Interrompeu, parei da falar e ele segurou em meu ombro. — Fizemos um juramento, e vamos até o fim! Eu sei que você se lembra disse, e enquanto nós lutarmos lado a lado, seremos imbatíveis, não importa o que aconteça, estarmos juntos!

Sombras Do Eclipse: A Saga Lunar - Livro 4 ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora