24 de setembro de 2023.
Domingo
Agora sim!
Estou descansada, alimentada e totalmente confortável no meu sofá, prontinha para contar o encontro de Ana e Verônica.
Foi confuso e um pouquinho chato.
Tudo começou na sexta quando eu convidei Verônica para passar um tempo na minha casa. Com tudo que aconteceu no ensaio eu acabei esquecendo o nosso compromisso.
A cena foi a seguinte: eu usando Ana como um apoio enquanto ela encarava Verônica com um ponto de interrogação no meio da testa. Já Verônica estava cheia de sacolas e parecia preucupada.
— Lo! Dios mio! O que aconteceu com você?!
Pois é, foi isso mesmo que vocês leram e eu escutei: Dios mio.
Depois eu falo sobre isso.
Ela correu até mim, me apertando e olhando o meu corpo todo, a procura de algum machucado.
É, ela achou. E eu recebi outra bronca.
Ana só assistia tudo de braços cruzados ao meu lado, com uma carinha não muito boa em seu rosto.
Assim que entramos, fui colocada no sofá. Verônica e Ana se sentaram na mesinha a minha frente, voltando com as expressões raivosas e preucupadas de antes.
— Lo, diz a verdade, foram aquelas meninas que fizeram isso com você? — disse Verônica.
— Meninas? Que meninas? O que tá acontecendo?! — tudo bem, TALVEZ eu não tenha contado para a Ana sobre o bullying.
Só talvez.
Não tive outra escolha a não ser explicar tudo para ela, do início até aquele momento. No meio dessa minha falação aí eu também mencionei o dia em que me machuquei, o que rendeu bons xingamentos por parte das outras.
— Que merda! Por que não me disse nada? — Verônica me perguntou, e eu até responderia se Ana não tivesse o feito por mim.
— Por que ela não confia em você. — falou, olhando-a de canto e fazendo uma careta de desgosto.
— E quem é tu? — alfinetou Verônica, querendo desafia-la.
— A melhor amiga dela. — respondeu no mesmo tom.
Não é mentira que Ana é sim a minha melhor amiga (a única que eu tinha), mas Verônica também fica muito tempo comigo e está quase passando no meu teste de confiança para pegar intimidade (sim, eu sou emocionada). Ver duas pessoas que eu gosto muito "brigando" por minha causa foi péssimo.
—"Melhor amiga"? Serio?! Que melhor amiga é essa que nem sabe pelo o que ela passa?
— A culpa é minha! — sinceramente, não tem com não ser. Se eu tivesse contado pra Ana sobre os problemas na escola, aquela discussão não teria acontecido. Se eu tivesse ficado quieta e obedecido o médico talvez ela não me traria até em casa e ninguém perderia seu tempo me dando broncas. Se eu...
Acho melhor eu parar por aqui, não quero molhar o livro denovo.
Desculpe, sei que prometi contar tudo com os mínimos detalhes, mas agora eu vou só resumir, ok?
Eu falei um pouquinho e disse que elas não precisavam brigar por minha causa, porém não adiantou muito, então as mandei embora.
Desculpa novamente por isso, eu realmente perdi a minha animação de domingo e não quero afetar vocês.
Espero que tenham um bom dia, porque eu provavelmente não vou ter.
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O Incrível Diário De Uma Quase Nerd
Ficción GeneralGostam de um clichê? Bom, eu sim! Mas esse aqui foge das normas e das suas expectativas. Conforme as regras dos clichês, a nerd protagonista tem que ser inocente, fofinha, ingênua, sensível, carinhosa e empática, praticamente perfeita. Aquela pessoa...