Missão

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(Trilha sonora deste capítulo. Você também pode encontrá-la na playlist oficial, link na descrição)

Capítulo VI

Era seu terceiro dia oficialmente como cavaleiro e lá estava Iro. Encostado na mesma árvore de sempre, apreciando a sombra e o frescor que abrandava o calor da Grécia. Dessa vez, estava acompanhado de Alexia, que se aconchegava no mesmo tronco, do lado oposto.

— Viu? — disse ele, sem abrir os olhos. — Isso é que é vida.

— Tem razão. Agora eu te entendo.

Finalmente tinham tempo para descansar, sem agenda de treinamentos nem batalhas por armaduras.

— Por sinal, cadê o Tales? — perguntou o rapaz.

— Estudando. — Ali balançou a mão. — Acadêmicos do Santuário e tal. Saiu mais cedo com aquela menina do bar. Acho que ali vai rolar alguma coisa, hein.

— O Tales? — deu uma alta gargalhada. — Duvido.

Ela riu junto e então uma brisa soprou, acalentando o clima daquela manhã quente.

— Então... — Ela começou, ajeitando-se para conseguir fitá-lo. — Como foi ser criado pelas sacerdotisas do Santuário? Nunca te perguntei isso...

— Chato. — Iro revirou os olhos. — Eu não podia fazer nada legal. E elas eram tantas, eu nunca decorei seus nomes.

Alexia ouviu com atenção a história do jovem.

— Eu vivia fugindo pra ver os treinamentos. Não era a coisa mais empolgante do mundo, mas era o passatempo que eu conseguia ter. — Virou-se e olhou para ela. — Mal sabia eu, né?

Ela sorriu, apoiando a mão no queixo. Estava empolgada por conhecer mais sobre o passado do colega.

— Quando foi que te contaram que esse seria o seu futuro? Digo, ser um cavaleiro de Atena.

Iro olhou para cima com cara de dúvida, pescando memórias.

— Não sei o momento exato. Desde que eu me lembro, me falavam isso, já tinham decidido por mim. Então só aceitei e segui a vida. Passei anos tentando encontrar uma motivação pra lutar e tudo isso ter algum sentido... Ainda bem que consegui.

— Ah é? E qual é essa motivação grandiosa? — questionou com o tom de voz que fazia para zombar dele.

— Quero ser forte pra proteger as pessoas que eu gosto. Jade, Tales, você.

Alexia corou e desviou o olhar. As bochechas do rapaz também ruborizaram, ficando quase da cor dos cabelos da jovem.

— N-Não foi isso que eu...

— Pára, você vai piorar! — Ela balançava os braços freneticamente.

O silêncio que se fazia era agora desconfortável. Ali arrancava pedaços da grama, inquieta. Iro batia as mãos nas coxas.

— Eu me lembro quando você chegou no Santuário. — Ele tentou reviver a conversa.

— Mentira... Lembra nada.

— Lembro de todos os órfãos que eram trazidos pra cá... — Apertou os punhos com força. — Num mundo com a Deusa defensora da humanidade reencarnada entre nós... Não devia existir tanto sofrimento. Não dá pra esquecer.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora